Mais da metade da população ativa mundial tem emprego informal: OCDE

Abril 13, 2009 by  
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PARIS, França (AFP) — Mais da metade da população ativa mundial, ou seja, 1,8 bilhão de pessoas, trabalha informalmene, uma cifra recorde que poderá provocar um aumento da pobreza nos países emergentes, segundo um estudo da OCDE publicado nesta quarta-feira.

“Um total de 1,8 bilhão de indivíduos, ou seja, mais da metade da população ativa mundial, trabalha sem contrato de trabalho ou benefícios sociais. Esta cifra aumentará e alcançará em 2020 os dois terços da população ativa”, e, inclusive, agrava ainda mais o impacto da crise sobre o emprego.

“Nos países em desenvolvimento, onde a indenização pelo desemprego não existe, aqueles a quem a crise financeira priva de seu emprego declarado se veem obrigados a aceitar empregos informais”, assinala a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), ao explicar o nível recorde alcançado atualmente.

Fora a atividade agrícola, o trabalho informal representa três quartos dos empregados na África Subsaariana, mais de dois terços no sul e no sudeste da Ásia, a metade na América Latina, no Oriente Médio e na África do Norte e quase um quarto nos países em transição, segundo o documento.

Sobre as consequencias do boom do informal, o estudo aponta salários e rendas mais baixas nos países pobres, num momento em que 1,2 bilhão de trabalhadores informais já vivem com menos de dois dólares diários.

As mulheres, os jovens e as pessoas mais velhas serão particularmente afetados, segundo a OCDE, que afirma ainda que os baixos salários e a ausência de proteção social diminuem as possibilidades de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio fixados pela ONU de diminuir a pobreza à metade antes de 2015.

A OCDE recomenda uma ação rápida centrada na criação de empregos de qualidade mediante o apoio às obras públicas e ao microcrédito.

In AFP

Mais cedo ou mais tarde o dumping social, e até o dumping ambiental, levado a cabo pelos paises emergentes, terá de ser amenizado por parte dos países mais desenvolvidos, ao nível das relações comerciais internacionais.

No entanto, também considero que o atraso ao nível dos indicadores de educação e de saúde, registado principalmente no continente Africano, deverá receber compensações por parte dos países mais desenvolvidos, que possibilitem o desenvolvimento dessas regiões do planeta.