Inovação: Investigadores portugueses participam na criação de mão robótica inteligente

Março 30, 2010 by  
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Investigadores portugueses participam na criação de mão robótica inteligente

Uma mão robótica inteligente, capaz de substituir a mão humana, está a ser desenvolvida por uma equipa de investigadores europeus, integrada por portugueses, cujo trabalho se centra na inteligência associada ao movimento.

O objectivo do projecto europeu “HANDLE” é criar uma mão apta a identificar e manipular todo o tipo de objectos, como se de uma mão humana se tratasse, anunciou hoje a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Liderado pela Universidade Pierre e Marie Curie, em Paris, o projecto envolve os Institutos de Sistemas e Robótica (ISR) da FCTUC e do Instituto Superior Técnico de Lisboa, por Portugal, e cientistas do Reino Unido, Espanha, Suécia e Alemanha, além da empresa de robótica Shadow (Londres).

O trabalho da equipa de Coimbra foca-se no “estudo da percepção (com base no tacto e na visão) de objectos pelos humanos e no desenvolvimento de modelos matemáticos que serão usados na nova geração de mãos robóticas.

“O que fazemos é a leitura da manipulação dos objectos para duplicar esse movimento. A maior dificuldade é sabermos como se deve manipular coisas de determinada forma, para que encontremos a mais comum”, disse hoje à Lusa Jorge Dias, coordenador, em Coimbra, do estudo.

A partir dos dados sensoriais envolvidos na manipulação dos objectos são desenvolvidos “sofisticados algoritmos de software que processem toda essa informação e reproduzam a acção da mão humana”.

“No final, esperamos ter uma mão o mais possível funcional. O que se pretende é que o robô faça os movimentos pretendidos mas não de uma forma programada, com base nas aprendizagens guardadas (memorizadas) previamente”, disse o especialista em Engenharia electrotécnica.

Jorge Dias explicou que, se para um humano é simples pegar num ovo ou numa caneta para escrever – porque treina esse tipo de movimento todos os dias e de forma inconsciente -, para uma máquina não, tem de aprender como se fosse uma criança de dois, três anos”.

É justamente na transposição para os computadores dos modelos biológicos de manipulação que reside o maior desafio.

No fundo, o que os cientistas estão a fazer é a “adicionar inteligência, autonomia e destreza às actuais mãos robóticas mecânicas para que, no futuro, tenhamos uma mão inteligente (recheada de sensores, músculos e tendões artificiais) capaz de identificar um objecto, perceber a sua função e manuseá-lo correctamente”, explicou.

A medicina (próteses avançadas, cirurgia, reabilitação) é uma das possíveis áreas de aplicação da mão robótica inteligente, que, segundo o investigador da FCTUC, poderá também revelar-se “uma peça chave para que os robôs humanóides possam efectuar tarefas com elevado nível de exigência, onde não há espaço para falhas”.

Iniciado há um ano, o projecto tem a duração de mais três anos e um orçamento global de seis milhões de euros.

Fonte: Oje – O Jornal Económico



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