Inovação: O lado secreto da Apple

Setembro 13, 2010 by  
Filed under Notícias

Saiba o que faz brilhar e o que ensombra a Apple, uma das marcas mais poderosas em todo o mundo.

Qual a fórmula mágica para a Apple ser hoje uma das empresas de tecnologia mais respeitadas em todo o mundo? Inovação topo de gama e um gestor polémico e visionário como Steve Jobs explicam muita coisa – mas os produtos também. iPod, iPhone e iPad são as grandes ‘estrelas’ que tornaram a empresa num mito. E ninguém duvida que a Apple criou uma nova moda com o iPod, mudou a tendência dos telemóveis com teclado para ‘smartphones’ com ecrã táctil e está a criar um novo paradigma com o ‘tablet’ iPad.

O “poder” de (re)invenção da Apple consegue surpreender até os mais cépticos. Na semana passada, na conferência anual que realizou na Califórnia, nos Estados Unidos, Jobs mostrou que, apesar do sucesso do iPod, “não cruzámos os braços e tornámo-lo ainda melhor.” A nova linha da Apple inclui um ‘shuffle’ mais compacto, um ‘nano’ com ‘multi-touch’ e um ‘touch’ com ecrã igual ao iPhone 4, que faz videochamadas. “Esta foi a maior mudança alguma vez feita nos iPods”, salientou o presidente da Apple. Hoje, os iPods são os leitores mais populares do mundo, com mais de 275 milhões de unidades vendidas no planeta.

Dos produtos ao software
Embora à primeira vista sejam os produtos que automaticamente levam a identificar a empresa com o logótipo da maçã, a inovação da Apple passa também pelo ‘software’. A loja de música ‘online’ – a iTunes, com mais de 160 milhões de fãs que recorrem ao serviço para comprar músicas ou aplicações -, também foi alvo de uma remodelação. A partir de agora, a versão 10 do iTunes é mais elegante e as listas são mais simples.

Além disso, torna-se mais “sociável” com a rede Ping. “Vamos dar aos utilizadores a possibilidade de mostrar aos amigos as suas actividades na loja”, disse Jobs. Na Ping – que mistura características da Last.Fm com uma interface que lembra o Twitter -, é possível “seguir amigos, músicos e outras pessoas; criar listas com as músicas mais ouvidas, etc. A Ping junta o melhor do Facebook e do Twitter, mas com música”, explicou Steve Jobs. E também aqui a Apple parece estar a sair-se muito bem. Só nas primeiras 48 horas, depois do lançamento da Ping, a rede já contava com mais de um milhão de utilizadores, confirmou a Apple. O rápido sucesso estará ligado à possibilidade dos utilizadores que fazem o ‘download’ da nova versão do iTunes subscreverem de imediato o serviço, mas também ao mediatismo do lançamento. O número de “adesões” ao Ping deverá continuar a crescer nas próximas semanas, tirando partido dos mais de 160 milhões de fãs do iTunes.

Para o iPhone, Jobs anunciou uma versão do sistema operativo, o iOS 4.1, lançado esta semana. O “remodelado” iOS traz novidades na fotografia HDR – que combina três versões de uma mesma foto para gerar uma imagem com maior definição – e o Game Center, uma aplicação onde o utilizador poderá chamar amigos para disputar jogos. Em Novembro chega a versão 4.2, unificando as funções de iPad e iPhone.

Por último, a Apple TV – uma ‘box’ que permite alugar filmes e aceder à Internet – poderá finalmente descolar e ser um êxito. A Apple re-criou uma nova ‘box’ que cabe na palma da mão, permite alugar filmes e séries através do iTunes. Nesta primeira fase, apenas os utilizadores dos EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha e Austrália podem usufruir da Apple Tv, mas para Jobs é só o começo.

O enigmático
A história do carismático Jobs começa em 1976 quando, juntamente com Steve Wozniak, criou um computador bastante avançado para a época. Foi num dormitório da faculdade que a Apple Computers Inc. surgiu, trazendo à tona o Apple I, um computador que foi recusado por empresas como a Atari e a HP. Steve Jobs nasceu em São Francisco, na Califórnia, a 24 de fevereiro de 1955. Sobreviveu recentemente a um cancro no pâncreas e é hoje um dos homens mais poderosos no sector das tecnologias. Steve é budista e antimaterialista, mas faz produtos para os mercados de massa.

E OS PROBLEMAS QUE A ENSOBRAM

Porque mesmo a tecnologia ‘high tech’ falha, a Apple está a braços com milhares de reclamações e dezenas de processos.

Amada por uns, odiada por outros. A Apple tem sido alvo de centenas de processos judiciais lançados por consumidores insatisfeitos e empresas que se sentem “atraiçoadas”. Todas as vezes que a Apple coloca um produto novo no mercado é processada por supostamente quebrar alguma patente existente, ou utilizar um nome que já está registado por outra empresa.

Após o lançamento do ‘tablet’, a Shenzhen Great Loong Brother alegou que o iPad é igual ao P88, um ‘tablet’ que começou a comercializar há cerca de um ano. Para Wu Xiaolong, presidente da fabricante chinesa, o novo ‘gadget’ da Apple replica o ‘design’ e o suporte do P88. Também o nome do ‘tablet’ da Apple está a causar polémica, pois a Fujitsu já veio a público revelar que tinha registado o nome iPad em 2002.

O recente lançamento do novo ‘smartphone’ iPhone 4 trouxe uma mão cheia de novos casos. A euforia em torno do iPhone 4 – que vendeu 1,7 milhões de unidades em três dias – pode tornar-se mesmo num pesadelo para a Apple. Muitos consumidores estão a processar a tecnológica liderada por Jobs por publicidade enganosa e por fraude. Na origem da queixa está a perda de sinal do iPhone quando se segura o equipamento no canto inferior esquerdo. O “defeito” foi logo identificado no dia em que o novo ‘smartphone’ chegou às lojas, mas a Apple aconselhou o uso de uma capa – que está a oferecer – ou, em alternativa, a empresa aconselha os consumidores a agarrar o equipamento do lado direito.

Também a produção do iPhone esteve envolta num cenário controverso. Na fábrica chinesa onde os ‘smartphones’ são produzidos, houve uma série de suicídios que assombraram o nome da Apple. Em causa parecem ter estado as más condições de trabalho na fábrica. Kodak, Nokia, HTC e HP são apenas algumas das empresas que processaram a Apple. A HTC, fabricante de Taiwan, acusa a empresa de Steve Jobs de violar cinco das suas patentes e pede a suspensão da venda do iPad, do iPhone e do iPod nos Estados Unidos.

Fonte: Económico



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