Inovação: Como gerir pessoas e contrariar o pessimismo

Novembro 11, 2010 by  
Filed under Notícias

Um bom líder é aquele que ocupa 40% do seu tempo a tratar ou a lidar com pessoas, diz o Hay Group.

Saber gerir talentos tem, na conjuntura actual, uma importância crescente. Existe um maior compromisso com as pessoas por parte de quem lidera as empresas. Um terço dos líderes em todo o mundo dizem trabalhar com assuntos relacionados com pessoas e confessam estar cada vez mais atentos e ligados aos seus colaboradores. E na base da sua actuação está a preocupação em saber desenvolver as suas capacidades, captar os melhores talentos, e retê-los na empresa. Quem o afirma é Luis Reis, administrador delegado da consultora de RH e gestão Hay Group. Segundo diz, “todos os colaboradores são importantes. Porém, actualmente, dá-se mais importância às pessoas que não se quer mesmo perder, que têm maior potencial e que mesmo em momentos de crise têm mercado, fazendo-se um maior aproveitamento do potencial dos colaboradores”.

Na perspectiva deste responsável, “a crise aguça o engenho, a criatividade, o empreendedorismo e a inovação, daí que os líderes têm olhado para as pessoas com mais atenção”.

De facto, a crise levou à implementação de algumas mudanças na área dos recursos humanos, “focalizadas essencialmente na gestão do líder e na gestão de equipas, sempre tendo em conta a evolução das pessoas”, refere Luis Reis, que não tem dúvidas que a motivação é um factor chave para o sucesso e que o facto de se gostar do que se está a fazer e de se sentir útil na empresa conta mais do que a remuneração. E “ter oportunidades de evoluir dentro da empresa é mais importante do que um possível aumento”, conclui um estudo do Hay Group sobre o clima de negócios em Portugal. Segundo este estudo, a liderança tem um enorme impacto no clima de uma empresa, rondando actualmente entre os 50 e os 70%.

É do conhecimento geral que quanto mais felizes se estiver no local de trabalho maior a nossa produtividade, e muita dessa felicidade passa por quem lidera. Assim, “os grandes lideres são aqueles que passam mais de 40% do seu tempo a tratar de pessoas ou com pessoas”, diz Luis Reis, mencionando o estudo, que conclui ainda uma mudança de paradigma por parte dos trabalhadores, que “priveligiam o compromisso com a empresa e a sua relação com a sociedade”. Outra conclusão a reter é que o desejo de mudança passa, por exemplo, por “mudar de departamento, de forma a fazer coisas diferentes “. Este é o caminho seguido pelas grandes empresas nacionais, onde quem lidera equipas tem como principal enfoque “salvaguardar os melhores talentos e reter as pessoas”, frisa.

Sobre quem decide mudar de empresa, Luis Reis afirma que, na sua maioria, fá-lo “sobretudo por questões motivacionais, porque vão para outros desafios, e não tanto pelo dinheiro”. Estes desafios “não têm necessariamente que ser na vertical. Ou seja, evoluir não tem que passar obrigatoriamente para uma função de chefia”, diz, sublinhando que muitas vezes, “descobrir que as pessoas sabem fazer coisas novas e que elas próprias desconheciam é já uma forma de as motivar”.

Mas a crise levou ainda a outras mudanças. Se houve alturas em que caía bem ser o primeiro a chegar e o último a sair, “hoje em dia o que é importante é que as pessoas cumpram as suas tarefas, que criem valor”, diz Luis Reis. Porém, adverte ser importante falar-se de flexibilidade horária quando falamos em cadeia de valor, uma vez que “trabalhamos uns para os outros”. E a questão da flexibilidade horária pode levar-nos a falar também das diferenças salariais entre os líderes e os seus colaboradores. Luis Reis afirma “não haver diferenciais gritantes” e que “a diferença não é maior em Portugal do que noutros países”. Portugal “está dentro da média europeia”, onde os líderes ganham “entre dez a quinze vezes mais”.

Luis Reis lembra ainda que “a remuneração tem em conta o que cada um contribui na cadeia de valor”. Assim, frisa que um gestor, apesar de ser um trabalhador como os outros, tem uma responsabilidade global perante a empresa, os accionistas e os colaboradores, devendo por isso ganhar mais.

Fonte: Económico



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