Inovação: Internet do futuro. Vamos vender Wi-Fi a partir de casa

Novembro 22, 2010 by  
Filed under Notícias

Espécie de microgeração de internet será possível dentro de alguns anos e está a ser estudada pela equipa do Técnico que participa num projecto co-financiado pela Europa.

Montar um ponto de acesso e vender Wi-Fi a partir de casa é um dos próximos grandes negócios da internet. Qualquer consumidor poderá tornar-se num fornecedor intermédio de serviço, tal como hoje já acontece com as redes eléctricas no modelo de microgeração.

Quem o garante é o professor Luís Correia, que lidera o grupo de engenheiros do Instituto Superior Técnico que participa no consórcio europeu SAIL – Scalable and Adaptive Internet Solutions. A equipa portuguesa do IST está encarregue das tecnologias de virtualização do futuro – para que seja possível fornecer rede em moldes parecidos com os que os operadores móveis virtuais usam para fornecer serviço, através da rede de outros operadores.

“Nas redes do futuro, a virtualização vai ser levada ao próximo nível, isto é, permitir que as pessoas vendam rede a partir de casa”, explica ao i o professor do Técnico. “Posso ter um ponto de acesso em casa e vender Wi-Fi às pessoas que estão em redor do prédio ou aos vizinhos”, concretiza.

Para que isto aconteça, é necessário que haja um salto tecnológico na capacidade das redes e dos nós que as ligam. O professor aponta para o horizonte temporal de 2020, tendo como referência os ciclos de evolução das telecomunicações – os maiores avanços têm acontecido de dez em dez anos. Por outro lado, também é necessário encontrar um modelo comercial adequado.

“O que estamos a fazer no Instituto Superior Técnico é o desenvolvimento dos aspectos tecnológicos, o algoritmo”, adianta o professor, sublinhando que “a internet do futuro vai usar redes virtuais, aquilo a que chamamos cloud networking”. A equipa do Técnico está por isso a trabalhar de perto com algumas das maiores fabricantes do sector das telecomunicações: a Alcatel-Lucent na Alemanha, a Nokia Siemens na Finlândia e a Ericsson na Suécia. Um dos maiores desafios é o facto de o consumo de dados aumentar dez vezes a cada dois anos, o que obriga a que cada vez mais seja necessário garantir capacidade em todos os tipos de acesso à internet.

“É um projecto de muita tecnologia“, reconhece Luís Correia, detalhando que a equipa também está a trabalhar em vários cenários futuros de utilização. Um desses cenários é a criação de comunidades ad hoc, de forma muito mais complexa do que o que existe hoje. Estamos a falar da criação de grupos instantâneos e em tempo real, com base na localização geográfica e nos interesses dos utilizadores. Por exemplo, uma comunidade de fãs da série “Lost” que se encontram, por acaso, num aeroporto ou num centro de congressos.

Outro dos objectivos do consórcio, que reúne 24 operadores e instituições académicas na Europa, é desenhar o próximo protocolo para a internet – além do IPV6, que é a geração que se segue. O protocolo IP já está velho e não será capaz de suportar os serviços que se projectam para a internet dentro de dez anos. Estamos a falar, em última análise, de uma migração total para um novo tipo de protocolo – que será faseada e vai decorrer mais ou menos como está a ser feita a transição da televisão analógica para a digital.

Este projecto tem um valor global de 20 milhões de euros e é co-financiado pela União Europeia em 12,4 milhões. Também inclui o pólo de desenvolvimento da Portugal Telecom Inovação em Aveiro, e irá decorrer até Dezembro de 2012, tendo-se iniciado em Julho.

Fonte: Jornal i



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