Inovação: Europa quer um milhão de investigadores até 2020

Novembro 23, 2010 by  
Filed under Notícias

Portugal e UE traçaram desafios na área de I&DT a superar dentro de uma década.

Assegurar a saída da crise e a preparação da economia europeia para a próxima década passa pela aposta em inovação, desenvolvimento e tecnologia (I&DT). Este eixo ocupa um lugar central na estratégia política da União Europeia (UE) que, até 2020, quer “pelo menos um milhão de investigadores, reformas nas universidades e uma relação mais próxima destas instituições às empresas”.

Quem o assegurou foi Jean-David Malo, director geral de Investigação da Comissão Europeia (CE), que, no Porto, à margem do Seminário Internacional “Europa 2020: Nova Estratégia, novos instrumentos de financiamento”, interveio no painel temático “Por uma economia inteligente”.

Segundo este responsável é preciso apostar para que estes fins sejam alcançados. Desta forma, a meta para 2020 está em investir três por cento do PIB em I&DT, assim como  melhorar as condições de investimento do sector privado. “Se quiser ser bem-sucedida e apostar na inovação, a Europa precisa de arriscar”, frisou o responsável.

O incremento do esforço tecnológico foi uma das directrizes apresentadas para que a região continue a aumentar o seu investimento em I&DT. Além disso, a forte aposta em qualificação e acumulação de capital humano através de formação avançada e o estímulo à criação de emprego científico e tecnológico também são cruciais.

Por outro lado, a UE propõe-se a apoiar a criação de empresas de base tecnológica para valorizar o conhecimento científico e estimular a emergência dos sectores intensivos em tecnologia. O networking é outro parâmetro a não esquecer, tal como a internacionalização do Sistema Regional de Inovação (SRI), para que surjam programas de cooperação e plataformas tecnológicas internacionais.

Empresas de I&DT em Portugal são uma realidade relevante

Lino Fernandes, presidente da Agência da Inovação (AdI) também se pronunciou neste painel e começou por frisar as mudanças que decorreram em Portugal nos últimos anos, relativamente a esta temática.

Lino Fernandes enalteceu o crescimento de I&DT em Portugal (clique para aumentar)

“A área de I&DT empresarial ultrapassou os outros sectores institucionais entre 1995 e 2008”, destacou, dizendo também, que o número de empresas de base tecnológica aumentou dez vezes, o pessoal de investigação oito e as despesas neste sector cresceram 13 vezes. Apesar destes valores, Lino Fernandes assumiu que há 15 anos a fasquia não era alta, pelo que, embora os números sejam relevantes, ainda há muito trabalho a fazer.

O primeiro desafio de Portugal passa por resolver o dualismo que existe entre os sectores mais atrasados e os mais avançados e o grau de formação dos portugueses e dos restantes europeus. “Este dualismo pode ser combatido pela grande capacidade empresarial e de inovação. A aplicação do ‘know how’ do sector de economia mais avançado permitirá resolver a situação dos sectores mais atrasados”, destacou.

O segundo desafio consiste em alargar os horizontes de futuro. “Devemos pôr o futuro na resposta à crise que enfrentamos no presente”, sugeriu o presidente da AdI, acreditando que, apesar da complexidade da situação,”o país está melhor preparado para superar os desafios da crise do que há 30 anos”.

Mudar o modelo de desenvolvimento, “que ainda se baseiam muito na redução de custos”, é outra das tarefas a realizar por Portugal. Para isso, deve dar ênfase “à criação de valor”, reforçando-se a componente do desenvolvimento. Para alterar o modelo de exportação, que se baseava na subcontratação, Lino Fernandes sugere o aproveitamento dos recursos humanos qualificados e da globalização, para se “tentar uma aproximação ao mercado”.

Fonte: Ciência Hoje


Enter Google AdSense Code Here

Tell us what you're thinking...
and oh, if you want a pic to show with your comment, go get a gravatar!