Marketing: Ensino a distância prevê crescer 8% em 2011 e passar dos R$ 2,2 bilhões

Janeiro 11, 2011 by  
Filed under Notícias

Depois de uma pausa em 2009, gerada também pela crise financeira, 2010 terminou com ampla expansão da expansão do ensino particular. Entre os carros-chefe deste dado, destaca-se o ensino a distância (EAD), que fechou 2010 com cerca de 973 mil alunos, 30% de todos os universitários de instituições particulares, e movimentou cerca de R$ 2,2 bilhões em 2010. Para 2011, a expectativa, de acordo com a Associação Brasileira de Ensino a Distancia (Abed) é obter um crescimento de 8%, o que representaria uma injeção de R$ 176 milhões na movimentação do segmento.

“Fechamos 2010 com um amplo reconhecimento de o que é e para que serve o ensino a distancia, e aposto em 2011 como o grande ano da consolidação do segmento”, afirmou Renato Bulcão, diretor da Abed. O Brasil, que hoje conta com 7 milhões de universitários, de acordo com números recentes do Ministério da Educação (MEC), já possui 4 milhões deles no ensino particular, e 973 mil no EAD.

“O objetivo do MEC é chegar a 15 milhões de universitários em uma média de 10 anos e, na minha opinião, esse número só será consolidado com a inserção ampla de alternativas em EAD, tanto pelo preço da mensalidade e facilidade de acesso, quanto pelo gradual crescimento da inserção da população brasileira no mundo digital”, afirmou Luiz Gomes Santos, analista de mercado educacional da agência Educom.

A chegada de uma nova geração, criada em meio a equipamentos eletrônicos, também é um grande diferencial para o EAD em 2011. “Este ano marca a chegada à universidade de crianças que já cresceram com contato com o computador, seja em lan house ou em casa; esse aluno chegou à faculdade e já vem livre de preconceito para com qualquer contato virtual”, afirmou Bulcão.

Ano de fusões e aquisições

2010 foi um ano de grande retomada da agenda de fusões e aquisições no segmento de educação particular; a queda do nível de desemprego e aumento da renda média da população foram o motor do setor em 2010, proporcionando a expansão do setor, principalmente no EAD.

“Para 2011, as perspectivas permanecem positivas. A continuidade do ambiente econômico favorável e o maior acesso a crédito estudantil deverão impulsionar a captação, reduzir a inadimplência e evasão e favorecer a retenção de alunos”, afirma Gomes, que lembra que o Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), que baixou o juros para o crédito do universitário de 9% ao ano para 3,4%, também será decisivo para o aumento do número de alunos.

Primeira universidade a abrir seu capital em bolsa, a Anhanguera vem de uma franca expansão em 2010, e o ritmo deverá ser mantido em 2011. A oferta pública de ações da universidade, que captou R$ 844,1 milhões, fez com que o grupo se tornasse a maior compradora de universidades brasileira. “A Anhanguera é a história mais desenvolvida e a companhia mais líquida no espaço educacional brasileiro: são 18 as aquisições nos últimos anos”, afirmou Gomes, que lembrou que a quantidade não significa, necessariamente, qualidade. “Apenas duas das universidades compradas pela Anhanguera obtiveram nota mínima no Enade.”

A crescente participação da Anhanguera nos negócios de ensino a distância também é destacada pelo analista, que afirma ser esta a aposta de baixo investimento e amplo retorno. “O EAD incrementa seu volume total de receita, possibilitando-lhe uma expansão com um menor comprometimento de capital.”

A Estácio Participações, também de capital aberto, depois de mudar a sua base acionária, usou 2010 para focar na reestruturação administrativa do grupo. Em dezembro, o grupo anunciou o recebimento de um empréstimo de U$ 30 milhões do International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial.

O financiamento, que terá prazo total de dez anos, será destinado principalmente a aquisições de empresas, além de expansão e aperfeiçoamento de unidades já existentes. “A companhia pretende alavancar as oportunidades de crescimento do setor de educação no Brasil por meio da abertura de novas unidades, da inovação na oferta de cursos, assim como por aquisições e consolidação do mercado”, afirmou a instituição, em nota.

Para Gomes, a iniciativa da Estácio também terá grande enfoque no ensino a distância. “O valor conquistado pelo grupo deverá render retorno rápido, e o EAD é o melhor investimento.”

O analista lembrou ainda que universidades como Metodista e Fundação Getúlio Vargas (FGV) seguem na linha de frente em investimentos e tecnologia. “Universidades como estas trazem credibilidade ao segmento, e força do mercado para investir.”

Não são apenas os pretendentes a ingressar em uma universidade que optam pelo EAD. Pesquisa recente da Abed apontou que cerca de dois milhões de alunos fizeram algum curso a distância em 2010, sempre indicados pelas empresas em que trabalham.

“Hoje temos grandes incorporações, como a Petrobras, que fazem toda sua base de treinamento a partir do EAD”, afirmou Renato Bulcão, diretor da Abed.

De acordo com os números levantados pela associação, 58% dos alunos de cursos on-line de capacitação profissional são provenientes de empresas estatais. “A aposta do governo em treinar seus funcionários a partir de cursos a distância impulsiona o segmento e mostra credibilidade”, como disse Balcão.

Setores como serviços e comércio também já usam essa ferramenta para preparar seu pessoal, muitas vezes com cursos internacionais. “Vertentes como serviços muitas vezes são ramos de empresas multinacionais, em que seria caríssimo investir em cursos presenciais, por isso a opção pelo EAD é tão viável”, finalizou.

Fonte: DCI



Enter Google AdSense Code Here

Tell us what you're thinking...
and oh, if you want a pic to show with your comment, go get a gravatar!