Inovação: Investir em inovação cria empregos, revela barómetro

Janeiro 17, 2011 by  
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Uma grande maioria da empresas portuguesas que obtiveram benefícios fiscais pelos investimentos que efectuaram na área da inovação pretendem criar postos de trabalho em 2011 para continuar a investir nesta área.

Esta é uma das conclusões dos resultados do Barómetro do Financiamento da Inovação apresentado hoje. Incluindo Portugal e Espanha pela primeira vez, é possível verificar que a aposta em Investigação e Desenvolvimento (I&D) é considerada uma prioridade estratégica.

A sexta edição do Barómetro do Financiamento da Inovação, abrangeu um universo de 819 empresas de cinco países – três que já tem uma aposta na inovação consolidada, como são a França, a Alemanha e o Reino Unido, e os “recém-chegados” ao tema, como são Portugal e Espanha. Em Portugal foram inquiridas 81 empresas.

Nuno Nazaré, referiu ao PÚBLICO, que uma das principais conclusões que retira dos resultados deste barómetro é o impacto que o investimento na inovação está a ter, e pretende continuar a ter, na criação de postos de trabalho. Sobretudo, nas empresas que beneficiaram dos incentivos fiscais proporcionados pelo SIFIDE – um mecanismo que permite às empresas recuperar em sede de IRC mais de 80 por cento dos investimentos que, comprovadamente, efectuem em áreas de investigação e desenvolvimento.

Sessenta por cento das empresas que beneficiaram do SIFIDE entre 2007 e 2009 já criaram postos de trabalho para desenvolver mais investigação e Desenvolvimento, e 70 por cento delas anunciou pretender contratarem recursos humanos para esta área em 2011.

Este indicador – o da criação de novos postos de trabalho – permaneceu estagnado nas empresas estudadas em França e Espanha.

Um outro aspecto que distingue Portugal dos países do pelotão da frente na área de inovação [ponderada a devida escala portuguesa, já que, uma só empresa francesa, da área de aeronáutica, investe em inovação tanto como todo o tecido empresarial português] é o facto de as empresas parecerem não estar muito conhecedoras dos incentivos fiscais que têm à sua disposição.

Na amostra de empresas que possibilitou este barómetro, verifica-se que a maioria das empresas em Portugal, Espanha, França e Reino Unido usufruem de um incentivo fiscal à I&D, mas Portugal ficou aquém dos restantes países nesta matéria. Apenas 51 por cento das empresas analisadas beneficiam do SIFIDE face a 74 por cento das francesas, 65 por cento das espanholas e 61 por cento das inglesas que recorrem aos respectivos incentivos na mesma área.

O desconhecimento deste tipo de incentivos é a principal causa apontada pelas empresas portuguesas que não estão a usufruir destes benefícios. O Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação & Desenvolvimento Empresarial (SIFIDE) terminou em 2010, mas, mesmo numa conjuntura de crise como a actual, vai avançar o SIFIDE II, nos mesmo moldes que existiu até agora, escapando ao garrote governamental que limitou aos dez por cento da colecta o usufruto de benefícios fiscais.

Segundo os dados apresentados no Barómetro, a inovação é um elemento chave no contexto de crise actual, considerando mesmo 59 por cento dos gestores portugueses inquiridos que o investimento em I&D é uma prioridade estratégica.

Entre as empresas que responderam ao estudo, 62 por cento afirma ter aumentado o seu orçamento para actividades de I&D entre 2007 e 2009, tendência semelhante à verificada em França e Espanha, mas com mais empresas portuguesas a fazerem esta afirmação. Refira-se ainda que, face ao contexto de crise, 64 por cento das empresas nacionais aumentaram os seus esforços de I&D para se manterem competitivas e 84 por cento sente-se “optimista” quanto ao seu futuro no que concerne à área da inovação.

Quanto ao recurso a incentivos fiscais para I&D, os dados analisados revelam que o SIFIDE constitui um estímulo às actividades de I&D das empresas portuguesas, constatando-se que 53 por cento das empresas que beneficiaram deste incentivo fiscal pretende reinvestir o ganho efectuado com o SIFIDE de 2009 em I&D.

Das empresas portuguesas inquiridas que beneficiaram do SIFIDE, 76 por cento recorreram a prestadores de serviços para apoiar na elaboração da candidatura e todas dizem ter ficado “satisfeitas” com os serviços prestados.

Fonte: Jornal Público



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