Inovação: GE abre suas portas para ideias inovadoras

Fevereiro 14, 2011 by  
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A General Electric teve uma maneira inovadora de apresentar novidades relacionadas ao surgimento da chamada rede elétrica inteligente (smart grid): a companhia pediu ideias.

Em julho de 2010, a GE lançou o que chamou de um “Desafio Ecomagination”, uma competição em que as pequenas empresas iniciantes da área de inovação e os inventores foram convidados a apresentar as tecnologias que podem ajudar a GE a acelerar o seu desenvolvimento de produtos e serviços relacionados com o “smart grid”.

A companhia recebeu cerca de 4 mil inscrições. Deu prêmios em dinheiro no valor de US$ 100 mil para cinco empresas iniciantes e fechou parcerias estratégicas com outras 12 empresas. A companhia espera que todas essas iniciativas e parcerias possam ajudar as suas diversas unidades de negócios em áreas como o armazenamento de energia, dispositivos de segurança, sistemas de gerenciamento de energia e abastecimento de veículos elétricos.

O objetivo da competição era “reforçar o programa de pesquisa e desenvolvimento da companhia, abrindo-se para a inovação que está sendo desenvolvida fora da companhia”, disse Tore Land, responsável pela realização do desafio com as empresas novatas.

A GE criou um site para a apresentação de alguns projetos; a companhia pediu aos participantes que descrevessem as suas tecnologias inovadoras, colocassem uma previsão de orçamento e informassem o potencial de integração com as tecnologias e produtos da GE.

Executivos da GE e consultores externos, incluindo investidores de risco e o editor da revista especializada em tecnologia Wired, analisaram as ideias com base na sua originalidade, possibilidade de execução e potencial de ganhos. O público em geral também pôde votar e com isso a GE recebeu cerca de 74 mil comentários, mas a companhia não vai informar qual o peso que os votos dados pelo público tiveram na competição.

Entre os vencedores do prêmio de US$ 100 mil estão a Capstone Metering, empresa de Carrollton, no Texas, que comercializa dispositivos para redes de água. Scott Williamson, presidente da companhia, afirma que a empresa entrou no desafio não só para atrair novos investidores, mas também para ganhar maior visibilidade. Como para a GE, a sua nova relação com a empresa vai dar uma melhor percepção sobre como o abastecimento de água pode ser ligado em rede da mesma forma como é feito com a rede de energia elétrica. A Capstone espera para realizar um programa-piloto este ano com uma concorrente da GE, a Honeywell, Williamson, segundo Williamson.

O desafio também levou a GE a uma parceria com a ClimateWell, com sede na Suécia, que desenvolveu um sistema de eficiência energética utilizando luz solar em sistemas para aquecimento e arrefecimento da temperatura em ambientes. Os sistemas foram introduzidos no circuito comercial em 2008, mas agora a GE vai vender a tecnologia mais amplamente através de sua divisão de equipamentos e também ajudar a desenvolvê-la.

Per Olofsson, diretor-executivo da ClimateWell, reconhece que o processo de inovação aberta não é necessariamente fácil: pode ser complicado definir os direitos de propriedade intelectual que cada empresa mantém, por exemplo. Mas vale a pena o esforço, diz ele, pela oportunidade que dá a sua pequena empresa de vir a colaborar com uma companhia como a GE, que possui um “conjunto de tecnologias e habilidades que não temos”.

Stefan Lindegaard, um consultor de inovação e autor do livro “The Open Innovation Revolution”, algo como “A Revolução da Inovação Aberta”, em uma tradução livre, afirma que o projeto da GE é um modelo de como abrir o processo de inovação nas empresas. Segundo ele, a GE conseguiu ser bem sucedida na empreitada em grande parte porque a companhia tem um alcance enorme de mercado e uma grande rede de parceiros. O acesso a essas coisas é “muito mais gratificante do que prêmios em dinheiro” para muitas companhias iniciantes, diz Lindegaard.

A próxima edição do “Desafio Ecomagination” tem como foco os sistemas domésticos de gestão de energia, e os vencedores serão anunciados até o fim do primeiro semestre nos Estados Unidos.

A empresa também está preocupada em melhorar esse processo de busca e seleção de projetos na área de inovação.Tore Land, responsável da GE pela realização do desafio com as empresas novatas afirma que a primeira edição do evento demonstrou um viés natural por parte dos juízes para propostas de negócios de empresas do Ocidente. Para mudar isso, a GE irá tentar montar um conjunto mais diversificado de avaliadores, diz ele.

Inovação: Economia de comunhão, 15 empresas portuguesas já aderiram a princípios solidários

Fevereiro 14, 2011 by  
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Longe dos portões do capitalismo, cerca de quinze empresas portuguesas abriram as suas portas à economia de comunhão, uma nova cultura económica em que, mesmo em tempo de crise, os lucros são em parte repartidos pelos mais carenciados.

Três das quinze empresas estão sedeadas no pólo de economia de comunhão de Alenquer, que foi inaugurado em novembro e é o único no país e um dos 35 existentes em todo o mundo.

A economia de comunhão foi lançada no Brasil em 1991 por Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos “Focolares”, um movimento religioso que surgiu em Itália nos anos 40, com o intuito de ajudar os mais pobres.

Nem a quebra de lucros decorrente da crise que o país atravessa faz estas empresas baixarem os braços quando se trata de fazer o bem comum.

“Temos as mesmas dificuldades e enfrentamos a mesma concorrência do que as outras empresas, mas pensei em aderir por pensar que, não procurando o lucro só para mim, podia chegar aos outros pelo meu trabalho”, explica José Maria Raposo, empresário e presidente do pólo.

Instaladas na Abrigada com o intuito de criar novos postos de trabalho e desenvolver a freguesia, estas empresas repartem cerca de 20 por cento dos seus lucros por pessoas carenciadas e estabelecem relações laborais com base no princípio da fraternidade.

Na empresa de consultoria de José Maria Raposo, os donativos mensais superiores a um salário mínimo são canalizados para uma família, cujos rendimentos são insuficientes para pagar a universidade dos filhos.

Já a empresa de reciclagem de plásticos e cartão, criada há apenas seis meses, foi à procura de desempregados de longa duração.

“Contratámos um funcionário que estava no desemprego, mas como nos transferimos de Sintra para Alenquer, a nossa preocupação foi evitar que ficasse no desemprego e conseguimos um trabalho como motorista numa outra empresa”, exemplifica o empresário Carlos Cavalcanti.

O pagamento do mesmo salário a um trabalhador com deficiências ou o tratamento dos problemas de alcoolismo de outro são práticas comuns nas quinze empresas, que preferem a integração ao despedimento.

No pólo de Alenquer está ainda instalado um centro de reabilitação, que não só recebe material doado como pratica preços considerados acessíveis para fazer chegar a fisioterapia e outros serviços de saúde à população.

Fonte: Lusa

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