Marketing: Empresa evita clientes devedores com avisos em cartazes

Abril 11, 2011 by  
Filed under Notícias

Uma empresa de materiais de construção da Lourinhã arranjou uma maneira de diminuir o número de caloteiros e de evitar que os clientes fiquem a dever durante muito tempo. A afixação de uma dezena de placas com dizeres populares e a anotação do nome dos devedores num mural têm ajudado a fazer pressão sobre os clientes com dívidas e a baixar drasticamente as vendas não pagas.

De vários formatos, espalhados pela entrada da empresa Filipatalaia, na localidade de Atalaia, estão vários cartazes com alertas em tom brincalhão mas para serem levados a sério pela clientela. “Conhecemos a desculpa de não ter cheque”, é o primeiro recado.

“Anda com falta de dinheiro? Uns tempos aflito admite-se, toda a vida não”, pode ler-se noutra placa afixada. As paredes enchem-se de cartazes do género: “Pagamentos a 30 dias, 60% não cumprem”, “Não empresto dinheiro a ninguém nem fico fiador”, “Carros, tractores e ferramentas não são para emprestar”, “Pagamentos a longo prazo só dão m…”, “Quem é de arranjar, arranja, quem não é, anda toda a vida cheio de dívidas e sempre a inventar desculpas o insucesso”.

A ordem é explícita: “Não se fia. Pagamentos até ao máximo de dez dias após o financiamento”.

Carlos Batista, encarregado da empresa, revelou que “ao longo do tempo temos tido problemas com os clientes. Chega a altura de receber e dizem que não podem pagar, não dá jeito ou não têm cheques”.

Houve, por isso, que tomar medidas de sensibilização. “Estes avisos dão outro impacto quando chegam aqui para comprar e resulta, porque pedem logo a factura ou vêm fazer contas no espaço de duas semanas”, relata.

O responsável da empresa reconhece que os tempos actuais são difíceis, mas salvaguarda que “temos seis empregados e também nós precisamos de sobreviver e para isso há que fazer com que os clientes tenham um pingo de vergonha para não fugirem para o estrangeiro ou virem com desculpas para não pagar e termos de levar os casos para tribunal”.

A medida “tem resultado” e não tem afugentado a clientela. “Apesar das vendas terem baixado, devido à crise, temos muitos clientes, e sobretudo não ficamos a arder à espera de ver o dinheiro”, refere Carlos Batista.

Neste momento só há três “grandes caloteiros”, que são assim considerados quando não pagam “há mais de um ano e sem autorização”. A esses é reservado um mural onde estão afixados os nomes, localidades onde habitam e até as relações familiares com as pessoas da zona, para que todos fiquem a saber quem são.

É o caso de um cliente do Casal Novo que deve 2500 euros há 7 anos, outro que é genro de um morador na Atalaia e que deve 45 euros desde 2004, e outro que deve 1931 euros há 3 anos.

“Serve também de alerta para outras empresas não ficarem com as dívidas nas mãos”, sustenta Carlos Batista.

Fonte: Oeste Online



Enter Google AdSense Code Here

Tell us what you're thinking...
and oh, if you want a pic to show with your comment, go get a gravatar!