Marketing: Empresas portuguesas sem escala para competir

Abril 26, 2011 by  
Filed under Notícias

As empresas alertam para a necessidade de o apoio ao investimento ser canalizado para vectores como a qualidade e a inovação.

As empresas nacionais não têm escala para competir com os grandes ‘players’ no mercado externo e, por isso, o sucesso passa pela aposta na inovação e na qualidade. A opinião é partilhada por três empresas de sectores diferentes, mas que têm em comum o facto de exportarem parte significativa da produção para diferentes países. Trata-se da farmacêutica Bial, da Resiquímica, que fábrica resinas químicas, e da Fibersensing, uma ‘spin off’ do Inesc Porto e que hoje fornece serviços à Airbus e à Agência Espacial Europeia (ESA).

Na opinião de António Portela, presidente executivo da Bial, para ser competitivo nos mercados externos os “produtos têm de ter valor acrescentado”. Na sua opinião, “já que não podemos competir em quantidade, porque não temos escala, às empresas não resta senão apostar em factores que nos diferenciem em relação à concorrência”. António Portela destaca as competências visíveis na área da inovação e das novas tecnologias, com os técnicos nacionais a darem provas de estarem muito à frente, em comparação com outros países.

Com um volume de negócios de 130 milhões de euros, a Bial está presente, neste momento, em mais de 40 países.

Rui Lousa, presidente da Fibersensing, sabe que “o caminho de uma empresa de tecnologia de ponta tem que ser a exportação”. Com clientes de peso como a Efacec, a Siemens, a Airbus e a ESA, a Fibersensing exporta 85% dos 1,7 milhões de euros do volume de negócios. Apresentando um grande potencial de crescimento a nível dos negócios num futuro próximo, Rui Lousa alerta para “a importância do apoio das empresas de capitais de riscos a este tipo de projectos”, cujo investimento em inovação está já incorporado no produto final.

Na sua opinião, as empresas com forte componente de inovação, concorrentes da Fibersensing, dispõem destes instrumentos de financiamento com grande facilidade e não estão dependentes dos apoios públicos.

A Fibersensing dedica-se ao desenvolvimento e produção de sistemas avançados de monitorização baseados em sensores de Bragg, em fibra óptica.
Para Marcos Lagoa, administrador-delegado da Resiquímica, os problemas de logística e de transporte – devido à localização periférica do país – e a necessidade de coordenar políticas de transporte de forma a colmatar estas lacunas, são alguns dos aspectos importantes na actividade de empresas exportadoras de produtos industriais.

Na sua opinião, há alguns grandes ‘handicaps’ a ultrapassar. “Portugal é um mercado muito pequeno e periférico, de má fama em termos de risco de crédito e pagamentos e, como tal, os nossos fornecedores têm vindo a impor condições cada vez mais exigentes”, salienta. Apesar dos concorrentes da Resiquímica serem grandes multinacionais químicas, “o mundo onde operamos é pequeno e somos há muito conhecidos”, esclarece.

A Resiquímica exporta 60% da produção para mercados como Espanha, França, Reino Unido, Itália, Israel e Líbano. Em 2010 facturou 47 milhões de euros.

Fonte: Económico



Enter Google AdSense Code Here

Tell us what you're thinking...
and oh, if you want a pic to show with your comment, go get a gravatar!