Inovação: Designers convertem dispositivos eletrônicos em joias caras

Maio 6, 2011 by  
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Os gadgets tem gerado uma dinâmica de consumo que provoca no público, geek ou não, um comportamento semelhante ao observado nos fãs de estrelas pop. A diferença, no entanto, do que ocorre no negócio de espetáculos, os seguidores de uma marca informática nem sempre são recompensados por seus ídolos.

Já faz algum tempo que muitos são drasticamente excluídos – mediante uma rígida e excludente política de preços – do sentimento de pertencimento que outorga a aquisição de tal dispositivo. Paralelamente, algumas marcas de luxo tem criado a tendência de associar-se com fabricantes de artigos eletrônicos, dando assim um passo além da aura de exclusividade que emana de suas criações já luxuosas.

Mais que sinergia
Seja para transferir a esses equipamentos uma certa “classe” mediante uma integração estética de seu selo, ou bem para absorver algo da adoração que provocam os novos objetos de culto popular, essas marcas elitistas criaram uma plêiade de novas divindades no Olimpo do consumo. Na maioria dos casos a operação excede o simples co-branding, essa espécie de osmose tecno-simbólico pela qual ambas entidades atribuindo mutuamente os atributos mais valorizados de suas respectivas identidades.

Reis do design e da praticidade – como Apple, Armani, Prada, Samsung, Baccarat, Nokia, Ferrari, Stuart Hughes e LG – se associaram com outros tantos fabricantes de produtos e significados para dar origem a uma constelação de pequenas joias multifuncionais que orbitam sobre somas milionárias.

Os engenheiros de luxo exibem assim em uma sofisticada vitrine – tal como os fãs de um artista o fazem com as obras ou souvenirs de seus ídolos – artigos quase únicos, produzidos por essas sinergias de marcas reconhecidamente virtuosas em sua singularidade. O seguinte é um instantâneo de tais associações.

Elegantes e inteligentes
Um dos primeiros a desembarcar nesta espécie de mashup do luxo foi a empresa italiana Giorgi Armani, que lançou em 2007 um telefone móvel desenvolvido com a coreana Samsung.

Tratava-se do modelo B7620, um elegante design assinado pela casa italiana de moda para um aparato que já remetia ao formato que a Apple melhoraria e consagraria logo mediante seu popular iPhone: 10,5 mm de espessura, uma tela touchscreen de 2,6 polegadas, 85 g de peso e uma câmara de 3 megapixels.

Seu preço (500 euros o modelo com capa de couro), ainda que elevado para a época, não limitava grandemente o acesso a suas funções. Com uma história mais antiga no reino da moda, Prada também havia se antecipado ao seu compatriota ao realizar uma joint-venture com a também coreana LG, que resultou em um telefone de tela totalmente touchscreen apresentado na CEBIT de 2006 com todas as características dos smartphones mais avançados naquele momento. Este dado cobra uma nova relevância a partir das demandas atualmente em curso nas que estão se envolvendo empresas como Apple, Samsung, Motorola e HTC, entre outras, pela paternidade de tais dispositivos móveis.

Motores de alta velocidade
Através de sua unidade Vertu, a renomada Nokia foi o suporte eletrônico para a projeção da Ferrari no mundo dos portáteis em 2007. No caso do 60º aniversário da empresa italiana, a finlandesa Nokia fabricou 60 telefones Ascent Ferrari que foram colocados à venda por US$ 25 mil cada um em lojas de Londres, París, Hong Kong e Singapura.

A tradicional escuderia italiana conta também em seu histórico com outra forte marca de eletrônicos com o lançamento em 2008 do modelo Motorazr2 V9 Ferrari Special Edition. Eram celulares desenvolvidos pela norte-americana Motorola com a equipe da F1 que buscavam transmitir ao usuário a potência de suas célebres máquinas mediante a performance e alta velocidade da tecnologia 3G. A referência se completava mediante um fino formato que também trazia la sofisticação da tecnologia CrystalTalk da Motorola (que melhora a qualidade de áudio em ambientes com muito ruído).

Morda a tentação
Já em uma linha que estabelece novas fronteiras para os conceitos de Premium, habitualmente associados a produtos de qualidade superior, também participam deste mercado a fabricante suíça de luxo explícito Gresso Design Studio e o designer inglês Stuart Hughes, um autêntico Midas contemporâneo, dedicados ambos a ‘revestir’ literalmente de valor ao dispositivo.

O primeiro foi o iPhone 4 Black Diamonds, uma versão do icônico aparato de Apple com cobertura de ébano de 200 anos de antiguidade que leva incrustados diamantes brancos e negros, platina e ouro 18k. O preço: US$10 mil. O segundo, embora tenha elevado a preços impraticáveis produtos já restritivos para a maioria – como seu telefone Nokia N8800 Arte (US$ 123 mil) ou o console dourado Nintendo (US$ 470 mil) – é com os produtos do mais famoso símbolo da tentação que chega a suas marcas completamente fora de órbita: US$ 8,4 milhões por um iPhone 4 Diamond Rose, que leva um diamante cor rosa de 7.4 quilates no lugar da maça mordida e US$ 8 milhões pelo Ipad2 Gold History Edition, com revestimento em ouro, diamantes e ammolite, um material formado há 75 milhões de anos, além de fragmentos de dente de Tiranossauro Rex.

Claro, atendendo a diversidade do mercado, o designer inglês fez também coberturas douradas mais “populares” para o MacBook Air Suprem Platinum Edition e um protetor para o aparelho móvel de Apple chamado Iphone 4History, que traz materiais únicos para a cobertura do telefone: dente de Tiranossauro Rex e meteorito de 65 milhões de anos. Os preços: ao redor de US$ 525 mil o primeiro e pouco menos de US$ 65 mil o segundo.

Moda e estilo
Quem sabe se um designer que marcou gosto e extravagância no século passado, influenciando até hoje no sentido de estilo, teria resistido a esses flertes. Os excessos atuais provavelmente pareceriam inconclusivo para Coco Chanel, quem por coisas muito menos ousadas do que as descritas aqui passou a dizer: “. modas vêm e vão, o estilo permanece”

Fonte: Terra



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