Marketing: Os 10 mandamentos para conseguir emprego

Junho 23, 2011 by  
Filed under Notícias

Criar o seu negócio, apostar na formação ou arriscar uma carreira internacional são algumas das saídas.

Qualquer pessoa que construiu um império ou mudou o mundo já se sentou nessa cadeira”. A frase é de George Clooney para um funcionário que está a despedir. No filme “Nas Nuvens” o actor trabalha numa empresa que tem como única função despedir funcionários de outras empresas.

Este diálogo dificilmente poderia passar-se em Portugal porque estas empresas ainda não chegaram ao mercado nacional. Mas são cada vez mais os quadros médios e superiores a ouvir a frase “está despedido!”. Não é assim de estranhar que no final do primeiro trimestre deste ano a taxa de desemprego já fosse de 12,4% da população activa, o valor mais alto desde que há estatísticas de desemprego. No total são já mais de 688 mil pessoas desempregadas. Uma situação que não tem de ser uma fatalidade e que poderá mesmo ser a oportunidade para mudar de vida, como Cloney tentava convencer a dezenas de quadros de empresas que despedia ao longo do filme.

Porque não? Criar o próprio negócio, aumentar as competências, mudar de carreira ou experimentar o mercado internacional são algumas das hipóteses que devem ser consideradas.

“Infelizmente pode ter uma prestação excelente e ver-se desempregado por razões que lhe são completamente alheias”, sublinha Mariana Branquinho da Fonseca, ‘partner’ da Heidrick & Strugles. Depois do choque de ficar sem emprego, o maior erro que se pode cometer é “ficar-se sentado à espera que o telefone toque, porque isso não vai acontecer”, acrescenta esta responsável da empresa de ‘head-hunting’. O passo seguinte é fazer alguma coisa que “acrescente valor e competências que sirvam os seus objectivos profissionais”, acrescenta. Apostar no ‘network’, falar com pessoas e manter-se sempre em contacto. “Conheço um caso de um quadro que alugou um espaço fora de casa, estudou imenso e aproveitou para construir uma rede de contactos”, acrescenta a especialista. Pouco tempo depois tinha voltado ao mercado de trabalho.

Há também que alargar o leque de possibilidades e não se fixar apenas numa opção de carreira, sublinha Luís Sousa Lobo, professor no INSEAD, uma das melhores escolas de MBA do mundo. Uma mudança de carreira que deve passar por frequentar uma formação. “Se tiver uma função técnica, deve aumentar as suas valências fazendo uma formação em gestão, se trabalhou na área de marketing deve optar por fazer uma formação noutra área “, aconselha António Gomes Mota, director da ISCTE Business School. Aprender a dominar uma língua estrangeira, como o inglês, é outra das competências que o podem valorizar na corrida para regressar ao mercado de trabalho.

Preparar o seu currículo e a sua prestação para entrevistas de emprego é essencial. E nunca deve excluir candidatar-se a um lugar fora de portas. Brasil, Angola, Moçambique e Médio Oriente são alguns dos mercados sedentos de mão-de-obra qualificada. Só no Brasil, estima-se que este ano abram vagas para 1,9 milhões postos de trabalho. De acordo com os números publicados na revista Exame brasileira, até 2015 deverão ser precisos oito milhões de novos profissionais. Até porque vivemos “num mundo a dois ritmos: a Europa e os Estados Unidos estão em crise, mas o resto do mundo, no Brasil, Ásia e Médio Oriente, está em grande crescimento”, sublinha o professor português que ensina os alunos do INSEAD a tomar as melhores decisões.

Crie o seu próprio emprego
Depois há a hipótese de criar o seu próprio emprego. Uma opção dois em um: garante o seu posto de trabalho e ajuda a economia portuguesa. Mas não deve aventurar-se de qualquer maneira. Mais uma vez a formação é a resposta. Na ISCTE Business School há uma pós-graduação em empreendedorismo que o pode ajudar a lançar o seu negócio.

Depois, pode sempre recorrer aos ninhos de empresas como a DNA Cascais, uma agência de apoio ao empreendedorismo criada pela autarquia. Se está desempregado e tem uma boa ideia pode apresentá-la. O projecto passa por uma triagem que afere a viabilidade e o grau de risco e se for aprovado segue para um processo de elaboração do plano de negócio, com apoio. Há também uma fase “em que se tenta mitigar os riscos, para que quando a empresa for criada as possibilidades de sucesso sejam maiores”, sublinha Marcos Fernandes, responsável pela DNA Cascais. Depois, o projecto é apresentado a potenciais financiadores. Até agora, nasceram já cerca de 130 empresas e 80% estão a facturar de vento em pompa. No caso de ser mulher, tem ainda um programa de apoio à formação de empresas da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, que já criou cerca de 200 empresas envolvendo 1.300 mulheres.

Os dez mandamentos do desempregado

1 – Não se deixe deprimir
Pena de si próprio é o que não pode sentir. Tente pensar positivamente. Levante-se de manhã, leia jornais e saia de casa como se fosse para ir trabalhar e faça da procura de emprego o seu emprego a tempo inteiro. Fale com amigos e conhecidos e não se isole nem se feche em casa porque esse não é, de todo, o espírito que se quer.

2 – Faça um bom currículo
Um bom currículo é essencial para quem avalia a sua candidatura. Actualize o seu e siga algumas regras básicas. Desde logo, o currículo deve ser pequeno e não exceder as duas páginas e incluir interesses que não só os curriculares. Saiba também que os vídeo-currículos estão na moda.

3 – Mantenha-se actualizado
Leia jornais, ‘sites’, navegue na Internet, vá às redes sociais, ao Facebook, fale com amigos, envie e-mails, etc… Manter-se actualizado sobre o que se passa é muito importante para não se desligar do mundo só porque não está a trabalhar. Não só para se manter ocupado, mas para estar mais preparado se, de repente, conseguir uma entrevista de emprego.

4 – Estabeleça contactos
O ‘networking’ é fundamental, nos dias de hoje, para conseguir emprego. Ligue a amigos, conhecidos e consultores de recrutamento. Diga-lhes que está à procura de emprego. Apareça. Combine tomar um café, conte que está desempregado, dê a conhecer as suas habilitações e o tipo de ocupação que procura. Faça com que se lembrem de si.

5 – Procure empresas em contra-ciclo
Essas são as empresas que poderão estar a contratar. É importante que se mantenha a par e perceba o que se passa no mercado e onde poderão estar as oportunidades de emprego. Para isso, leia e mantenha-se a par para detectar quais é que são essas empresas que, apesar da crise, estão em contra-ciclo e podem estar a aceitar novos colaboradores.

6 – Prepare-se bem para a entrevista
Faça o trabalho de casa. Leia tudo o que encontrar sobre a empresa a que se vai candidatar, o sector de actividade, etc. Prepare-se bem. Antecipe respostas para perguntas que lhe possam fazer. Construa uma descrição interessante do seu perfil e argumente bem porque deve ser o candidato escolhido. E não se esqueça que a aparência também conta.

7 – Adeque o seu perfil à função
Adeque o perfil e as competências à função a que se está a candidatar, mas sem mentir. No fundo, tente lembrar-se do que no seu perfil é mais adequado para desempenhar aquele lugar e o que poderá agradar mais a quem o vai entrevistar. Explique bem porque aquele lugar é feito para si. Mas não minta porque esse é um erro que pode vir a ser fatal.

8 – Seja pró-activo
Apresente ideias e projectos que pode vir a desenvolver na empresa caso esta o venha a contratar. Pense nisso bem antes de ir à entrevista. Uma atitude pró-activa é sempre bem recebida e pode marcar a diferença na comparação com outro candidato. Pense bem na ideia, nos argumentos para a defender e como convencer os interlocutores.

9 – Não diga mal de quem o despediu
É um erro tentador, mas que pode ser prejudicial. Não se mostre zangado nem caia no erro de dizer mal de quem o despediu nem entre em demasiadas explicações sobre o que se passou. Limite-se a dar uma explicação consistente para o que aconteceu, mostrando que é uma história passada. E não perca tempo a queixar-se e a culpar a economia por ter perdido o emprego.

10 – Seja interessado e flexível
Não coloque demasiadas condições para aceitar o emprego e sobretudo não seja arrogante, mas também não exagere na gratidão, porque demonstra falta de confiança. Seja interessado e flexível, sem abdicar do que considera essencial. Tenha bem definido, à partida, até onde pode ceder e aquilo de que não pode abrir mão seja a nível de salário ou de outros direitos.

Fonte: Económico



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