Inovação: Portuguesas Multiwave e Critical Software continuam a trabalhar com a NASA

Julho 9, 2011 by  
Filed under Notícias

A Multiwave e a Critical Software, duas das empresas tecnológicas portuguesas com maior ligação à agência espacial norte-americana, vão continuar a trabalhar com a nova NASA, reconfigurada com o fim do programa dos vaivéns especiais.

Está previsto para hoje o lançamento da última missão de um vaivém, com a partida do Atlantis, que irá encerrar este programa de três décadas da NASA.

João Carreira, um dos fundadores da Critical Software, afirma que a agência espacial foi dos primeiros clientes da empresa de Coimbra, criada em 1998, e a colaboração começou no laboratório de propulsão a jacto (em Pasadena, Califórnia), passando ao “software” da sonda Mars Rover e hoje ao centro de “software” da NASA na Virgínia.

“Verificamos se o software está a fazer o que é esperado, que foi desenvolvido conforme as especificações e que tem comportamento à prova de falhas”, disse à Lusa o gestor português, que se encontra nos EUA.

“Há um mundo de software em tudo o que vai para o Espaço. São sistemas que não podem falhar, ou cuja falha teria terríveis consequências, em termos financeiros ou de vidas humanas”, adiantou Carreira.

O software da Critical tem sido usado no desenvolvimento de vários programas, incluindo o dos vaivéns espaciais, que termina hoje com o lançamento do Atlantis para a última missão, a 135ª desta frota da NASA.

Carreira confessa “alguma pena a nível pessoal” com o “terminar do ciclo” dos vaivéns, mas afirma que o impacto para as contas da Critical será reduzido, uma vez que há outros projectos em curso e que a carteira de clientes na indústria aeroespacial é diversificada, incluindo a agência espacial europeia (ESA) e a brasileira Embraer.

Outras empresas de software portuguesas já trabalharam para a agência espacial norte-americana, caso da Edisoft e da Chiron, que colaborou no desenvolvimento do sistema de informação ambiental do Kennedy Space Center, onde são lançados os vaivéns.

Mais recente é a colaboração da Multiwave, uma empresa do Porto que fornece lasers de fibra óptica de última geração para o centro espacial Goddard, onde estão concentrados os trabalhos da NASA de observação e monitorização da Terra.

“Têm usado os nossos lasers, por exemplo, para fazer a monitorização de florestas, do gelo na Antárctida ou na obtenção de mapas tridimensionais de alta resolução do solo”, disse à Lusa o presidente da Multiwave, José Salcedo.

Os lasers da Multiwave têm também uma aplicação industrial, no fabrico de semicondutores ou material fotovoltaico.

São “particularmente interessantes para incorporar em naves ou satélites para estudos de observação terra”, abrindo a porta à expansão da colaboração com a NASA no desenvolvimento de equipamentos, mas por agora não há condições de a Multiwave se envolver nos novos programas espaciais que a agência está a lançar.

“Tínhamos de criar uma unidade própria e reforçar investimento e neste momento isso é difícil, dadas as condições económicas e financeiras em Portugal e a maneira como as instituições financeiras olham para nós”, indica.

“Temos excelentes contactos com empresas de capital de risco em Sillicon Valley, mas neste momento os estrangeiros não investem numa empresa de direito português”, afirma.

Para José Salcedo, que passou pelas universidades de Stanford e do Porto, a empresa, que tem escritório em Silicon Valley, sente-se “em casa a trabalhar com a NASA” e com “os melhores do mundo”, prevê duplicar a facturação este ano, mas, face às dificuldades em obter financiamento, considera mesmo “retirar a empresa de Portugal”.

Fonte: Oje – o Jornal Económico



Enter Google AdSense Code Here

Tell us what you're thinking...
and oh, if you want a pic to show with your comment, go get a gravatar!