Inovação: Nova tecnologia para converter casca de laranja em biocombustível

Setembro 25, 2011 by  
Filed under Notícias

Uma parceria entre cientistas britânicos, brasileiros e espanhóis pretende testar uma nova tecnologia para transformar resíduos alimentares, como cascas de laranja, em compostos químicos e biocombustíveis.

De acordo com os cientistas, o método desenvolvido pode permitir que no futuro, os restos de alimentos sejam processados não só a nível doméstico como também a uma escala industrial. Os investigadores dizem que a tecnologia poderá originar uma fonte renovável de carbono, para além de resolver o crescente problema global do destino do lixo.

Esta nova tecnologia foi apresentada pelo professor James Clark, da Universidade de York, Reino Unido, durante o Festival Britânico de Ciência em Bradford. Juntamente com investigadores da Universidade de São Paulo e da Universidade de Córdoba, na Espanha, foi formada a Orange Peel Exploitation Company (Companhia para Exploração de Cascas de Laranja), para coordenar as investigações.

Os restos são um produto inevitável de processos cada vez mais complexos no suprimento global de alimentos, com resíduos orgânicos não utilizados a serem produzidos em grandes quantidades em várias etapas, nomeadamenete, nas áreas de cultivo, nas fábricas que processam os alimentos ou pelos próprios consumidores. Por exemplo, em África, na produção de mandioca, são produzidas anualmente 228 milhões de toneladas de amido que não são utilizadas. Na Europa, as plantações de café produzem a cada ano 3 milhões de toneladas de resíduos. No Brasil, na produção comercial de sumo de laranja, apenas metade da fruta é utilizada, a restante fruta é deixada como resíduo. As cascas das laranjas geram cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos por ano.

O objetivo principal dos investigadores é testar a tecnologia no Brasil para aproveitar estes restos de laranjas. Clark explica que o método é muito simples, “pica-se a casca da laranja e coloca-se dentro de um microondas. Estas microondas ativam a celulose, provocando a liberação de vários elementos químicos”. Um destes elementos químicos, o d-limoleno, pode ser usado diretamente na produção de perfumes e outros produtos químicos. Os produtos químicos derivados da casca de laranja poderiam ser usados para fabricar muitos dos materiais que atualmente dependem de petróleo.

Apesar da tecnologia estar a ser ainda testada, Clark está otimista sobre o potencial do seu uso com todos os tipos de resíduos e em várias escalas. Os investigadores estimam que se a nova tecnologia se tornar disponível comercialmente, seria possível processar cerca de 6 toneladas de resíduos alimentares por hora com uma máquina com custo estimado num milhão de libras (cerca de 1.150.344€).

Fonte: Naturlink



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