Inovação: Como os tablets mudaram a nossa vida

Janeiro 3, 2012 by  
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Estima-se que a venda destes dispositivos em Portugal atinja as 322 mil unidades até ao final do ano.

Entraram nas nossas vidas, essencialmente, pela mão da Apple e da Samsung. E vieram para ficar. Os tablets permitem aos utilizadores aceder à Internet, ver fotos, filmes, ler livros e jornais de uma forma mais fácil que um PC – pequenos, leves, com um largo ecrã, podem ser manuseados apenas com o toque de um dedo ou com uma caneta própria.

Mas estes aparelhos não mudaram apenas a forma como navegamos na Internet. Mudaram também a forma como interagimos e os nossos próprios hábitos de consumo.

Prova disso mesmo é que, de acordo com um estudo da OMG Consulting, cerca de 70% consumidores que acede à Net no tablet fazem-no enquanto vêem televisão, uma tendência que impulsiona o «comércio social» – procura de produtos mais baratos, consulta de opiniões e a própria aquisição de produtos. Na verdade, cresce o número de compras online, potenciadas, agora, pelo uso de computadores mais cómodos.

Também a atitude perante a publicidade mudou. Mais receptivos, os consumidores classificam os anúncios na imprensa online como «relevante», «única» e «interessante», segundo o estudo publicado pelo WARC.

Além disso, os tablets, diz a OMG Consulting, trouxeram para o centro do lar os media – consultar notícias, ver televisão ou filmes e ler revistas lideram o consumo de media nos tablets e ameaçam mesmo o reinado da televisão.

Estima-se que a venda destes dispositivos em Portugal atinja as 322 mil unidades até ao final do ano, pelas contas da consultora IDC.

Fonte: Agência Financeira

Marketing: 72% das empresas em Portugal são do sector terciário

Janeiro 3, 2012 by  
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Em 2009 contabilizaram-se cerca de 350 mil empresas em território nacional, estando ao serviço nestas empresas 3 126 mil pessoas. No seu conjunto, as empresas facturaram cerca de 387 mil milhões de euros. Estes números mostram a pequena dimensão média do tecido empresarial português, com uma média de 9 pessoas ao serviço por empresa e uma facturação média por empresa pouco além de um milhão de euros (1106 mil euros).

Quanto ao sector de actividade em que operam, os dados indicam que 4% se dedica a actividades do sector primário, 23% do secundário e 72% do terciário, o que significa que, em cada quatro empresas nacionais, cerca de 3 está no sector do comércio, restauração e serviços.

Oeiras é o concelho onde se localizam as empresas com maior facturação média, de 4235 milhões por empresa. Lisboa (3988 milhões) e Oliveira de Frades (2772 milhões) ocupam os lugares seguintes.

Já em dimensão média, é em Sines que estão as empresas que mais trabalhadores têm ao serviço, com uma média de 16 pessoas por empresa, a que se seguem os concelhos de Oeiras (15.6 pessoas por empresa) e Sines (15.1 pessoas por empresa).

Lisboa e Porto são os concelhos mais terciarizados do país, pois mais de 90% dos estabelecimentos de empresas aqui presentes são do sector terciário. Oeiras, Coimbra e Entroncamento são os outros concelhos com maior peso deste sector, respectivamente 87.9%, 86.0% e 85.2%.

Fonte: Marktest

Inovação: Top inovação 2011. Apesar dos cortes, há inovações a melhorar a saúde dos portugueses

Janeiro 3, 2012 by  
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Num ano de anúncios de contenção, na saúde e na ciência, hospitais e universidades continuaram a inovar. Muitos apostaram em tecnologias inovadoras para problemas complicados do coração e o Centro Hospitalar Barreiro-Montijo começou a aplicar uma nova radioterapia que melhora o prognóstico de doentes com cancro do pulmão e do fígado. Nem tudo é cor-de-rosa: em Coimbra, uma ideia para poupar medicamentos e melhorar o tratamento do glaucoma ficou na gaveta.

Implante inédito de uma superválvula aórtica

Hospital de Santa Cruz – Em Novembro, o Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, fez o primeiro implante de uma válvula aórtica artificial maior que o normal, a primeira que permite tratar sem cirurgia doentes com válvulas aórticas até 29 milímetros, ligeiramente maiores que é normal.
Até aqui estes doentes não tinham acesso a este tratamento, uma solução mais eficaz que a medicação e que não exige cirurgia: o implante é feito através de um cateter.
Os dispositivos, agora em três tamanhos, são usados numa doença do coração chamada estenose aórtica, quando a válvula que separa o ventrículo esquerdo da artéria aorta (e evita que o sangue bombeado volte para trás) não abre normalmente, o que faz com que o sangue passe com dificuldade e provoca cansaço, dor no peito e desmaios.
Esta doença afecta uma em cada 15 pessoas com mais de 80 anos, mais de 31 mil portugueses.

O futuro das gotas para os olhos procura investidores

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra – É uma inovação made in Portugal e só ainda não está disponível no mercado porque não encontrou parceiros na indústria para a desenvolver. Em Fevereiro, o trabalho de doutoramento de uma estudante romena em Coimbra levou ao desenvolvimento de uma espécie de microcomprimido que prometia tornar mais eficaz o tratamento de doenças como o glaucoma. A ideia de Madalina Natu era rentabilizar melhor os medicamentos e os tratamentos, uma vez que na aplicação normal de gotas a maior parte do líquido acaba por se perder (estima-se que só 5% da dose administrada chegue ao sítio certo).
Este biodispositivo seria implantado no olho através de uma cirurgia simples e libertaria o medicamento de forma progressiva. Passados dez meses, Helena Gil, coordenadora do projecto na FCTUC, explicou ao i que, apesar de algumas conversações, para já, ninguém agarrou o protótipo. Quanto a Madalina Natu, como não encontrou trabalho em Portugal, foi trabalhar numa empresa de dispositivos médicos na Holanda.

Um alívio inteligente da dor crónica

Hospitais de Setúbal e de S. João – Estima-se que a dor crónica afecte até 30% da população adulta em Portugal, mas muitos casos não são diagnosticados e os doentes não fazem qualquer tipo de tratamento, o que gera mais de 11 milhões de dias de absentismo por ano. Um estudo da Deco divulgado em Novembro concluiu que um em cada quatro portugueses não faz o tratamento por falta de dinheiro – as despesas chegam a rondar os 77 euros por mês.
Os hospitais de Setúbal e de São João, no Porto, começaram em Março a usar um novo dispositivo neuroestimulador implantável para aliviar a dor.
A novidade é que ajusta automaticamente as descargas à posição do doente, através de sensores que detectam oscilações no eixo de gravidade, e à sensação de desconforto, substituindo de forma mais eficaz a dor por um formigueiro ligeiro.

Radioterapia com resultados em uma a cinco sessões

Centro Hospitalar Barreiro-Montijo – Este ano o Serviço de Radioterapia do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo começou a usar uma nova modalidade de radioterapia que já existia em todos os países europeus, inclusive em 18 centros espanhóis, mas estava em falta em Portugal. A radioterapia estereotáxica extracraniana permite tratar de forma mais precisa as lesões de doentes com cancro em uma a cinco sessões, e através de feixes de radiação múltiplos guiados por coordenadas tridimensionais ao local exacto do tumor.
Paulo Costa, director do serviço, explicou ao i que, em relação à abordagem clássica, esta técnica aumenta as doses apontadas aos tumores a tratar, com menor toxicidade para os tecidos saudáveis à volta. Nos últimos seis meses, 18 doentes fizeram esta radioterapia inovadora e o hospital tem recebido doentes encaminhados de hospitais de Vila Nova de Gaia/Espinho, Évora, Trás-os-Montes e Alto Douro, Santa Maria e Pulido Valente, em Lisboa. Entre as melhorias de prognósticos, Paulo Costa destaca o resultado desta radioterapia em doentes com cancro do pulmão e do fígado.

Solução para a hipertensão arterial resistente

Centro Hospitalar de Coimbra e hospitais de Santo António e Santa Maria – Vários hospitais portugueses começaram este ano a usar uma nova técnica para lidar com os casos de hipertensão arterial resistente a medicamentos – quando o tratamento com três ou mais medicamentos não é suficiente para baixar a pressão arterial, um dos principais factores de risco nas doenças cardiovasculares.
Este tipo de hipertensão resistente tem vindo a aumentar, sobretudo nos casos de doentes mais jovens com problemas de obesidade.
Segundo dados da Direcção-Geral da Saúde, em Portugal existem 2 milhões de hipertensos e apenas metade tem conhecimento da doença e um quarto está medicado, ou seja, só 16% têm a doença controlada.
Embora a hipertensão arterial não tenha cura, esta nova técnica usa um cateter para desactivar os nervos das paredes da artéria renal, reduzindo a actividade biológica que leva ao aumento da tensão nas artérias e permite uma alternativa de tratamento aos doentes que não respondem à medicação.

Rastreio mais preciso do cancro colorrectal

IPO do Porto – Os investigadores do IPO do Porto identificaram uma nova mutação no gene MLH1, que explica 17% dos casos familiares de cancro colorrectal sem polipose na Região Norte. “Por ser tão frequente, passou a ser a primeira pesquisada no diagnóstico genético desta doença”, diz ao i Manuel Teixeira, do centro de investigação do IPO Porto. O teste a esta mutação permite alertar os familiares que a herdam, por regra 50%: devem fazer rastreio com colonoscopia a partir dos 25 anos para retirar os pólipos numa fase benigna. A outra metade fica a saber que não precisa de vigilância especial. “Até aqui, todos teriam de fazer rastreio. O teste permite assim uma melhor utilização dos recursos.”
Este ano o IPO do Porto estreou uma nova técnica de radioterapia (RapidArc) que permite, durante um tratamento, modular de forma mais dinâmica a forma do feixe da radiação e a dose, aumentando a precisão. Diminui a toxicidade e permite um melhor controlo local, explicou ao i a directora do serviço de radioterapia, Helena Pereira. Desde Março, foi aplicada em 415 doentes. “Em alguns casos viabilizou o tratamento. De outro modo seria impossível pela toxicidade previsível.”

MyHealth. Monitorizar sinais vitais no dia-a-dia

Universidade do Minho – Uma toca para monitorizar em casa a actividade cerebral de doentes com epilepsia ou crises convulsivas ao longo do dia ou perceber, através de medições realizadas num fio de cabelo, o nível hormonal ou de um determinado medicamento no organismo. Parecem ideias futuristas, mas estão a avançar a passos largos em Portugal.
O projecto MyHealth junta 60 investigadores da Universidade do Minho, o Hospital de Viana do Castelo e empresas do Norte do país, como a Têxtil Manuel Gonçalves, a Frulact, a Plux, a Karl Storz.
Para já, estes futuros dispositivos para electrocardiogramas sem fios ou monitorizar sinais vitais em casa ainda não estão a ser estudados para uso em doenças específicas, algo que deverá acontecer a partir do segundo semestre de 2013. O projecto tem um orçamento de 3 milhões de euros, com fundos do QREN e das instituições promotoras.

Tratar eczema com roupas especiais

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto – A inflamação crónica da pele conhecida por dermatite atópica, que afecta muitas das crianças com asma ou rinite alérgica e tem formas mais graves nos adultos, poderá em breve ter uma nova forma de tratamento, de-senvolvida em Portugal.
Os investigadores da Faculdade de Medicina do Porto (FMUP) começaram em Novembro a recrutar doentes para testarem camisolas interiores e leggings com quitosano, uma substância também conhecida pelas propriedades antiobesidade. A ideia nasceu da investigação na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, no Centro de Nanotecnologia e Materiais Inteligentes, no Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal e na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e parece diminuir a proliferação de bactérias que agravam o eczema nestes doentes. Para já, a 2nd Dermis, como é chamada esta roupa, está a ser testada em doentes com mais de 12 anos. Os investigadores querem recrutar 200 doentes. Para se inscrever no estudo, procure “2nd Dermis” no site da FMUP.

Controlar insuficiência cardíaca à distância

Hospitais de Santo António, Santa Marta, Santa Maria e Hospitais da Universidade de Coimbra – As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte em Portugal e a insuficiência cardíaca é um dos problemas mais comuns: afecta mil pessoas em cada 100 mil acima dos 65 anos. Este ano o Hospital de Santo António, no Porto, foi o primeiro a implantar um novo desfibrilhador que permite ressincronizar os movimentos cardíacos e, em alguns casos, recuperar a actividade normal do coração. Entretanto a tecnologia já está disponível noutras unidades do Serviço Nacional de Saúde.
O coração passa a ter estímulos eléctricos dos dois lados. O pacemaker especial está preparado para ser monitorizado à distância através de um sistema de controlo remoto que se espera possa vir a ser implementado em 2012, evitando que os doentes tenham de ir com tanta frequência ao hospital.

Um diagnóstico molecular para o Alzheimer

2CTech – Esta spin-off do Centro de Biologia Celular da Universidade de Aveiro nasceu em Fevereiro e termina o ano com um avanço promissor no diagnóstico do Alzheimer. Os investigadores criaram um teste que permite detectar a doença de forma mais inequívoca que a avaliação cognitiva, a abordagem mais comum.
O teste começa com a recolha de líquido cefalorraquidiano (o líquido entre o crânio e o córtex), através de punção lombar. Depois é feita uma análise neuroquímica que permite detectar alterações da beta amilóide, da proteína tau e da proteína tau fosforilada, que hoje se sabe sinalizarem a doença. Os responsáveis da 2CTech adiantam ao i que já houve manifestações de interesse, mesmo do SNS. “Estamos a explorar a possibilidade de fazer protocolos com unidades de saúde.” Além de detectar a doença numa fase precoce, quando as perdas ligeiras de memória geram dúvidas, o teste poderá ser útil na monitorização do efeito de terapêuticas, por exemplo em ensaios clínicos. Esperam, no futuro, encontrar biomarcadores para aplicar testes idênticos noutras doenças neurodegenerativas.

Fonte: IOnline