Marketing: Arrendamentos de casa já são mais do que vendas em Portugal

Maio 14, 2012 by  
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As dificuldade em comprar casa, sobretudo devido às restrições aos empréstimos criadas pelos bancos nos últimos meses, tem feito o número de arrendamentos aumentar 40% ao ano. Hoje, o número de arrendamentos já ultrapassa o das vendas, garante a Remax, um dos maiores operadores do mercado imobiliário.

Entre janeiro e abril deste ano, a Remax realizou um total de 10 216 transações, mais 16% a igual período de 2011, sendo que 6111 correspondem a contratos de arrendamento e apenas 4105 a vendas de casas. “Fizemos mais operações de arrendamento do que de venda de imóveis, algo que acontece pela primeira vez que me lembre”, explica Beatriz Rubio, presidente-executiva da empresa ao Dinheiro Vivo.

“O arrendamento tem tido um crescimento exponencial”, reforça a responsável da imobiliária. O valor dos negócios caiu 15% nos primeiros quatro meses deste ano, mas o número de transações totais cresceu 11%, graças ao “aumento do arrendamento, que começou em 2009, muito residual, e foi crescendo bastante ao ano, cerca de 40%. Antigamente o banco emprestava 100%, 110%, 120% do valor da casa. Hoje, quando empresta, anda nos 70% a 80%”, explica Beatriz Rubio.

A mesma razão é apontada por Miguel Poisson, diretor-geral da imobiliária ERA. “É uma verdade que, face às restrições de financiamento dos bancos, muitos clientes que queriam comprar acabam por ter que arrendar, verificando-se hoje, no mercado, uma procura maior que a oferta e, consequentemente, os preços acabam por ficar inflacionados.”

Na ERA o arrendamento representou já, no primeiro trimestre deste ano, 32% das transações da Era, contra menos de 20% em igual período de 2011. Mas, apesar disso, “temos ainda muitos clientes a entrar nas nossas lojas com intenção de comprar e não de arrendar.” Com um dado curioso: “mais de 50% das vendas de casas nas 200 lojas da rede ERA são realizadas a pronto pagamentos (sem recurso a crédito). Em algumas regiões, os prontos pagamentos ultrapassam os 80% quando há cerca de dois anos representavam menos de 10% das vendas efetuadas”, diz Miguel Poisson.

E só não há mais casas alugadas porque a lei tarda em ser aprovada, lamenta Beatriz Rubio. A consequência desta situação são rendas ainda muito altas, colocando muitas famílias em grande esforço para as pagar. Muitas famílias não conseguem sequer pagar as rendas e vivem em quartos, denuncia Luís Lima, presidente da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (ver entrevista ao lado)

A tipologia mais procurada, o T2, em Lisboa para arrendamento anda, em média, nos 700 euros/mês, enquanto no Porto anda nos 650 euros/mês. “E assim que surgem casas com estes preços, elas voam”, pelo que se “entra numa caça ao preço”, remata Beatriz Rubio.

Fonte: Dinheiro Vivo



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