Marketing: Como a Samsung se tornou número um nos telemóveis

Maio 15, 2012 by  
Filed under Notícias

Em junho de 2010, a Samsung tinha menos de 5% de quota no mercado de smartphones. No ano anterior, nem sequer aparecia na tabelas de maiores fabricantes: estava na categoria “outros”, que junta todas as marcas com quotas de mercado insignificantes.

Um ano e meio depois, a fabricante sul-coreana é número um no mercado mundial: vendeu 44,5 milhões de smartphones no primeiro trimestre, deixando a Apple e o iPhone 4S a comer póno segundo lugar.

Mais impressionante ainda foi ter ocupado a liderança mundial do mercado global de telemóveis, depois de vender 93,5 milhões de unidades (entre aparelhos mais simples e smartphones). A posição pertencia à Nokia há 16 anos. No início de 2010, a Nokia vendia mais telemóveis que a Samsung, a LG e a Sony Ericsson juntas. O que aconteceu nos últimos dois anos foi um misto entre a ascensão meteórica da Samsung e a queda livre da Nokia, embrulhada em turbulência interna que obrigou à substituição do CEO duas vezes e ao despedimento de dezenas de milhares de pessoas.

A Samsung não era nova no mercado dos telemóveis e dos smartphones, mas não fazia grande diferença no mercado. Dava nomes de código aos telemóveis, como SCH-R600 ou SGH-i600 e usava Windows Mobile (que entretanto foi abandonado e substituído pelo Windows Phone). Também não tinha uma marca que os consumidores desejassem ardentemente, apesar de estar estabelecida como líder em áreas tão diversas como as televisões, as memórias para computadores ou ecrãs LCD. Para não falar dos frigoríficos, micro-ondas e aspiradores.

O ponto de viragem aconteceu há dois anos, quando tomou a decisão de investir no sistema operativo de código aberto da Google, deixando para segundo plano o seu próprio sistema. “Essa decisão – e a execução que se seguiu – é a diferença entre a Samsung e os seus concorrentes nos smartphones na Finlândia [Nokia] e Canadá [Research in Motion]”, escreve Evan Ramstad no site do Wall Street Journal dedicado à Coreia. “É também aquilo que melhor distingue a Samsung da conterrânea LG Electronics e dos fabricantes japoneses que estão a perder dinheiro ou são pouco lucrativos”, conclui.

O Galaxy S foi o primeiro passo. Apareceu no verão de 2010 e deu uma nova visibilidade à marca, que lutava para sobressair entre os muitos “iPhone killers” que eram lançados. Todavia, foi com o Galaxy S II em 2011 que as coisas mudaram totalmente. Aproveitou o facto de a Apple ter passado mais de um ano sem lançar um novo iPhone para ocupar esse espaço topo de gama. Pelo caminho, encheu o mercado com smartphones mais baratos e conquistou os consumidores menos sofisticados.

A intervenção no mercado dos tablets foi a segunda chave para esta ascensão da Samsung no segmento móvel. A Apple criou o mercado em abril de 2010, quando o iPad começou a ser vendido, e em setembro já havia um concorrente de peso: o Galaxy Tab. Ao contrário do que aconteceu nos smartphones, a maioria dos analistas reconheceu que o Tab era inferior ao iPad, algo que dura até hoje; mas a marca Galaxy Tab é a única que se distingue do iPad, e é a segunda mais vendida no mercado.

Toda esta tração no mercado de consumo deu um novo fôlego inovador à Samsung, apesar da guerra de grandes proporções que trava com a Apple em tribunal, acusada de plagiar o iPhone e o iPad. O colosso tradicional da Coreia, que pesa 20% no Produto Interno Bruto do país, ganhou uma aura de novidade e inovação que nunca teria acontecido se não fosse a marca que hoje combate: a Apple.

Fonte: Dinheiro Vivo



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