Inovação: Angola suporta crescimento das exportações portuguesas

Maio 21, 2012 by  
Filed under Notícias

Luanda foi o mercado que mais contribuiu para a crescimento das exportações de Portugal em 2011. As vendas aumentaram 22% e o início deste ano está a ser ainda melhor.O mercado angolano foi o que mais contribuiu para o crescimento das exportações portuguesas em 2011. E este ano deverá continuar a ganhar peso nas vendas ao exterior de Portugal, segundo dados divulgados, esta semana, pelo Banco de Portugal (BdP).

As exportações são actualmente o único ‘motor’ de crescimento de Portugal. O consumo privado e o investimento público e empresarial griparam com a intervenção externa da troika, há um ano, e com os efeitos da crise da dívida soberana na Zona Euro.

A austeridade introduzida para equilibrar as contas do Estado e cumprir as metas orçamentais acordadas com os credores externos fez a economia contrair 1,6% em 2011 e cerca de 3% este ano. As vendas ao exterior tornaram-se ao longo da actual crise a única ‘bóia de salvação’ do governo de Lisboa, e Angola um dos principais destinos de diversificação das empresas portuguesas.

De acordo com o relatório anual do BdP, publicado esta semana, Angola foi o país cujo contributo mais subiu para o crescimento das exportações portuguesas no ano passado, superando em larga escala a França e a Alemanha.

Líder fora da UE

Angola tornou-se no ano passado o quarto maior mercado externo para a economia portuguesa, e o maior entre os seus parceiros fora da União Europeia, sendo destino de 5,5% das vendas totais ao exterior.

Depois de uma queda de 14,6% em 2010, fruto dos efeitos da crise em Angola de 2009, as exportações lusas para o mercado angolano dispararam 22% em 2011, superando a média total (15,2%). Entre os produtos mais vendidos encontram-se bebidas, tabaco, produtos agroalimentares, máquinas e material de transporte.

A procura de novos mercados é assinalada pelo BdP, no relatório, e a rapidez com que as empresas portuguesas têm feito esse caminho chegou a surpreender a troika, grupo que assiste financeiramente Portugal – constituído pela Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu.

Entre 2009 e 2011, o peso do mercado extra-UE nas exportações portuguesas passou de 24,6% para 26%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. Durante a primeira década da moeda única europeia, os mercados de aposta dos países de região foi precisamente o comércio intra-comunitário, uma tendência que a actual crise da dívida soberana está a mudar. Portugal, por exemplo, exporta ainda hoje quase 60% para os 17 membros do euro.

Este ano, o peso de Angola nas exportações lusas deverá manter a trajectória ascendente. Até Fevereiro, as vendas para Luanda subiram 28,9% (de 304 para 392 milhões de euros), em termos nominais, superando em quase três vezes o ritmo de crescimento total das exportações neste período (13,3%). Em Janeiro e Fevereiro, as entregas a Angola representaram 5,4% das vendas externas totais de Portugal, mais 0,7 pontos percentuais que no período homólogo de 2011. Espanha, Alemanha e França, os três principais mercados no exterior para Portugal, viram o seu peso diminuir no início deste ano, um sinal da contracção da procura destes países devido à crise do euro.

Dinamismo no início do ano

Nos primeiros meses deste ano, foram mais uma vez os produtos agroalimentares, máquinas, químicos, material de transporte e vestuário, os artigos que mais procura tiveram por parte dos clientes angolanos.

Portugal continua a ser o cliente destacado nas importações de Angola e tem aumentado o seu peso relativo nas contas de Luanda. De acordo com dados do Banco Nacional de Angola, o peso de Lisboa nas importações totais angolanas subiu de 12% para 17% entre 2006 e 2011. O Brasil, o segundo maior cliente, tem hoje uma fatia de apenas 8%.

Fonte: Jornal Sol



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