Inovação: Só com bons salários é possível reavivar o tecido industrial

Março 25, 2013 by  
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Um industrial que disponha apenas de mão-de-obra barata não tem qualquer incentivo para investir em novas tecnologias e, consequentemente, subir na escala de valor. Precisa de mão-de-obra qualificada, mas para isso tem de lhe pagar bons salários. “É um problema de pescadinha de rabo na boca”, afirma Hermínio Afonso, partner da PwC e coordenador do estudo “Os principais desafios da indústria em Portugal”, documento ontem apresentado no Palácio da Bolsa, no Porto.

Qual é o ponto da situação da indústria portuguesa? Pesa 24% no PIB – mas já contribuiu com 29% em 1995 -, dá emprego a 833 mil trabalhadores na indústria extrativa e transformadora e pesa 24% na população empregada, abaixo dos 30% que chegou a representar em 1995. Quais são os caminhos para reindustrializar o país, um desígnio ontem defendido por Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, durante a apresentação do estudo?

A PwC consultou dois painéis, um em Lisboa e outro no Norte (30 pessoas no total), constituídos por industriais, académicos e profissionais da banca. O resultado aponta para a necessidade de a indústria procurar novas soluções, mas o Estado não deverá furtar-se ao seu papel de auxiliar do investimento.

Produtividade
“Em Portugal temos um problema de pouco valor acrescentado bruto por capital empregue ou por trabalhador, devido, em grande parte, a métodos de trabalho pouco estruturados e não tanto ao número de horas trabalhadas por semana”, referem os relatores, no estudo. “Numa fábrica automatizada, com 20 ou 30 trabalhadores a gerir linhas de produção, o valor acrescentado por trabalhador é elevadíssimo. Mas se eu tenho um conjunto de máquinas relativamente obsoletas, em que há uma componente de mão-de-obra intensiva, é evidente que o valor acrescentado por hora trabalhada é muito menor”, explica Hermínio Afonso, em declarações ao Dinheiro Vivo antes da apresentação oficial.

“Um país com mão-de-obra barata é geralmente um país de baixa produtividade”, concluíram os membros dos painéis consultados. Esta lógica contraria afirmações recentes de Belmiro de Azevedo, chairman da Sonae, mas corrobora posições de figuras como o presidente da República, Cavaco Silva. “Não é no custo da mão-de-obra que podem ser encontradas as soluções para o problema da produtividade na indústria portuguesa. Contudo, é necessária uma legislação laboral mais adaptada às necessidades de algumas empresas, nomeadamente as que trabalham por turnos”.

Mas a produtividade não se mede apenas pelos custos com pessoal. A energia representa um peso enorme e crescente para a generalidade das empresas, tanto pelo impacto direto dos custos nas receitas, como pelo enfraquecimento da competitividade. “Temos já custos de energia, mais altos do que os dos nossos concorrentes, começando por Espanha, onde os combustíveis são bastante mais baixos – o mesmo acontecendo com a energia elétrica”, sublinha Hermínio Afonso.

Financiamento é preciso
A questão do financiamento da indústria é outra pescadinha de rabo na boca. “As grandes empresas exportam mais, têm mais capitais próprios e, logo, mais fácil acesso ao financiamento. A dimensão influencia a possibilidade de investir num dado mercado, mesmo perdendo dinheiro durante um ou dois anos”, explica o partner da PwC.

“No cenário atual, as empresas portuguesas são penalizadas pelo risco da República Portuguesa e, por isso, pagam um prémio de risco superior ao que pagaram nos últimos anos”, refere o estudo. As taxas de juro para novas operações em Portugal, relativas a empresas não financeiras, ficou em 7,08% até um milhão de euros de empréstimo e era de 7,54% em 2008, no pico da crise. Desde então para cá, pouco melhorou. Daí que os membros dos painéis tenham recomendado a criação de mecanismos para mitigar este problema, através da criação de um banco de fomento, da atribuição dessa função à Caixa Geral de Depósitos ou por via da criação de programas de incentivos coordenados com os bancos privados.

O secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Franquelim Alves, reconhece que o financiamento é um problema. “Daí as medidas especiais para as PME, “todas funcionam a médio e longo prazo, alavancadas com garantias do Estado, estabilizando as necessidades das empresas a médio prazo, algo que está a funcionar”, referiu ontem.

Ultrapassar a dimensão
“O mundo global voltou a empresas (PME)”, refere o estudo. Porquê? As PME estão a conseguir conquistar mercados fora da União Europeia. O estudo refere que as empresas que proporcionalmente mais exportam são aquelas que se situam no escalão de 100 a 500 colaboradores, exportando perto de 50% do seu volume de negócios, e onde mais de 25% das empresas exportam mais de 75% do volume de negócios, com especial ênfase nas indústrias do papel e celulose, componentes automóveis e química (incluindo plásticos e têxteis sintéticos).

Mas como se consegue ultrapassar as debilidades da pequena dimensão? “No calçado, a associação do sector desenvolveu uma importante atividade de promoção no estrangeiro. Não estamos a falar de grandes empresas que estão a atacar os nichos. Este exemplo não tem acontecido, por exemplo, no têxtil”, refere Hermínio Afonso.

Organização do trabalho
“Há um conjunto de empresas que, quando são bem organizadas – caso da Autoeuropa ou da Bosch -, têm sucesso”, refere o partner da PwC. Essas grandes organizações são competitivas com outras zonas do mundo, mesmo onde a mão-de-obra é mais barata. A questão não é do conhecimento e qualidade das pessoas, mas da organização do trabalho. O estudo questiona por que motivo muitas empresas fornecedoras da Autoeuropa não vendem para os restantes fabricantes automóveis do continente europeu. A dimensão é o problema.

Fonte: Dinheiro Vivo

Marketing: Youtube chega aos 1000 milhões de utilizadores activos por mês

Março 25, 2013 by  
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A plataforma de partilha de vídeos online atingiu os 1000 milhões de utilizadores o que poderá ajudar a Google a encontrar uma nova fonte de receitas. “Smartphones”, Internet de banda larga, e “geração C” são alguns dos factores que mais contribuíram para este crescimento.

Se o Youtube fosse um país seria o terceiro maior país do mundo depois da China e da Índia. Esta é uma das comparações que a rede social faz na entrada no seu blogue em que anuncia que atingiu os 1000 milhões de utilizadores activos, por mês.

A expansão dos “smartphones”, das ligações à Internet de banda larga e o crescimento exponencial de redes sociais e sítios online que permitem a partilha de vídeos ajudam a explicar o fenómeno, segundo a agência Reuters.

Nesta onda crescente de popularidade, o êxito de “Gangman Style” não terá sido uma coincidência, mas antes, mais um impulso para esse crescimento. O vídeo do sul-coreano Psy registou já mais de 1,45 mil milhões de visualizações, lembra a Reuters.

A contribuir para o crescimento de utilizadores activos da rede social estará também a “geração C”, como se lê no “post scriptum” da publicação da equipa do Youtube no seu blogue.

Da “geração C” fazem parte aqueles que vêem filmes do Youtube através de vários dispositivos electrónicos, de forma constante, que criam e publicam os seus próprios vídeos e criam canais.

Esta geração é também aquela que define o que é popular, uma vez que é a que mais partilha, construindo comunidades. O último “C” desta geração vem de curadoria. A busca e agregação dos temas que lhes são importantes é característica fulcral deste grupo.

No ano passado, a rede social que passou para as mãos da Google por 1,65 mil milhões de dólares, em 2006, tinha 800 milhões de utilizadores activos por mês. Este marco pode trazer para a Google novas fontes de receitas, através da publicidade.

Em Janeiro, noticiou-se que a plataforma poderia começar a cobrar subscrições mensais de alguns canais temáticos, ainda 2013. As receitas serão repartidas entre a rede social e os produtores. O valor das subscrições deverá situar-se entre 1 e 5 dólares por mês.

As receitas do YouTube provêm actualmente, em exclusivo, da publicidade. Nos últimos tempos a plataforma tem vindo a tornar-se cada vez mais profissional, de forma a aumentar o número de anúncios. O investimento em publicidade em vídeos terá aumentado 47% para os 2,9 mil milhões de dólares em 2012, segundo a empresa de análise e-Marketer, citada pelo “Financial Times”.

Fonte: Jornal de Negócios

Empreendedorismo: 3 lições de quem já passou por uma aceleradora

Março 25, 2013 by  
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Você tem uma boa ideia de negócio, mas não entende muito bem ainda do mercado e conhece pouca gente. Além disso, a grana é curta para o capital inicial. O que fazer? Uma das soluções possíveis é buscar a ajuda de uma aceleradora.

O programa Start-UP Brasil, iniciativa lançada pelo governo para apoiar negócios inovadores, tem as aceleradoras como espinha dorsal. Mas o que uma aceleradora pode fazer pelo seu negócio?

Em geral, elas oferecem apoio em serviços como jurídico, de contabilidade e de marketing, além de networking e mentoria no desenvolvimento do negócio. Recursos financeiros também podem entrar no pacote. Em troca, elas ficam com uma pequena participação no negócio (muita atenção ao negociar esse item!).

“Quando decidimos procurar por uma aceleradora, nossa startup era um punhado de ideias e uma apresentação de PowerPoint”, diz Roberto Fermino, cofundador da startup Helpin, que passou por uma aceleradora para dar seus primeiros passos.

“O grande benefício é trabalhar com o time focado em desenvolver uma ideia dentro de um cronograma e orçamento limitados. O suporte da aceleradora coloca ainda mais pressão no ajuste dos pontos fracos e dá um gás naquilo que está dando certo”, afirma o empreendedor.

A parte negativa, na avaliação de Fermino, é a constante comparação entre as empresas do portfólio da aceleradora. “Isso nem sempre faz muito sentido porque as empresas possuem propostas, mercados e expectativas de resultados bem diferentes umas das outras”, diz.

Para o empreendedor, a experiência foi válida. No entanto, ele compartilha algumas lições para aqueles que estão pensando em participar de programas de aceleração:

1. Esteja preparado para enfrentar novas e difíceis situações
“Palavras como problema, desafio, criatividade, superação, frustração e êxtase passam a fazer parte da agenda do dia, portanto é bom estar preparado para passar por vales profundos e altas montanhas pelo caminho”, afirma o empreendedor.

2. Seu tempo para coisas pessoais ficará bem escasso
“O empreendedor deve ter em mente que ele vai deixar de ter vida própria pelo tempo que durar a aceleração, porque seu compromisso tem de ser integral e incondicional”, diz Firmino.

3. Seja menos otimista e mais pragmático
“Otimismo e perseverança são o que carrega o empreendedor adiante quando todas as fichas estão sendo apostadas contra ele. Mas, estatisticamente, falhar é o resultado mais provável. Por isso é superimportante estar bem atento às sinalizações do mercado que indiquem que está indo por um caminho que vai dar em algum lugar”, afirma Fermino.

Fonte: Revista Pequenos e Grandes Negócios