Shark Tank Portugal: Análise ao Episódio 4

Shark Tank Portugal

Shark Tank Portugal – Série 1 – Episódio 4

Considerações sobre os 6 projectos apresentados:

DINWALLETS (Carteira feita em madeira para cartões de crédito) O empreendedor pedia 10.000€ por 10% do negócio (avaliação total de 100.000€). O produto já está em fase de comercialização num site e facebook. O Empreendedor já vendeu mais de 1.500 unidades. É um produto com grande margem comercial e recebeu 2 propostas de Mário Ferreira (10.000€ + 10% Royalties) e de João Rafael Koehler (10.000€ + 8% Royalties). O Empreendedor estava muito bem preparado em termos de valores financeiros, conhecimento do negócio, etc. (A proposta de João Rafael Koehler foi aceite e investe 10.000€ pelo negócio + 8% Royalties)

EGÍDIO ALVES (Design de sapatos de senhora) O empreendedor pedia 100.000€ por 10% do negócio (avaliação total de 1 milhões de euros) É um projecto com notoriedade e comercialização internacional. É um negócio que já factura 400 mil€/Ano, e tem 40% de margem. O mercado-alvo tem sido a classe alta e luxo. João Rafael Koehler fez proposta de 200.000€ por 50% (Avaliação total de 400.000€). Egídio Alves fez uma contraproposta para ficar sócio maioritário e João Rafael Koehler não aceitou esse cenário, e a sociedade não avançou. É uma posição de ambos que se aceita.

FFAN CLUB (Ginásio com botas de mola) As empreendedoras solicitavam 10.000€ por 10% do negócio (avaliação total de 100 mil euros). As botas de mola baixam o impacto físico em comparação com as botas habituais. Como negócio não têm representação exclusiva, e apenas têm margem de 10% na venda, e como tal têm alugado o serviço, criando um clube com mensalidade. Concordo com a posição de alguns Sharks, se o negócio tivesse distribuição exclusiva em Portugal seria um negócio interessante. Com a margem comercial baixa, estar a tentar criar um negócio apenas à volta do aluguer de botas de mola é uma ideia com baixo potencial, já que a introdução das botas de mola em todos os ginásios portugueses e lojas de desporto seria uma estratégia mais adequada, mas para isso a empresa teria de ter a tal representação exclusiva, e ganhar uma margem comercial mais elevada. Como o negócio neste momento tem estas limitações, a proposta possível foi a de Tim Vieira que investe 1.000€ + 9.000€ em serviços (contactos e publicidade) por 10% sociedade, e tendo conhecimento do negócio pode eventualmente tentar replicá-lo em Angola e África do Sul. A proposta foi aceite pelas empreendedoras.

CRISE DO CÃO (Casotas para cães) (Sem Investimento) os empreendedores solicitam 50.000€ por 15% (Avaliação total de 333 mil €). Não existe empresa constituída, e não existem vendas actualmente. Apenas existe uma ideia de negócio, ou seja, a avaliação do negócio foi completamente disparatada e irrealista! Com uma margem de 60€ por produto, seriam necessárias mais de 5.000 unidades vendidas para a avaliação se aproximar da avaliação dos empreendedores. Naturalmente nenhum Shark quis investir.

SLEEKLAB (Drone publicitário) Empreendedores solicitavam 20.000€ por 20% da empresa (avaliação de 100.000€). Tim Vieira gostou da ideia e investiu 30.000€ por 50% do negócio. Neste momento existe um vazio legal e poderão existir limitações para a implementação do negócio. Tim Vieira foi algo impulsivo ao propor o negócio sem conhecer as implicações legais dos drones. Os empreendedores aceitaram a proposta. É um negócio que se aceita, mas tem de ser muito bem analisado em termos jurídicos, embora o Tim Vieira possa tentar implementá-lo também em Angola e África do Sul onde as questões jurídicas sejam diferentes.

EGGCELENT (Restaurante com pratos à base de ovos) Empreendedor solicitou 100.000€ por 20% da empresa (Avaliação de 500.000€). O negócio faz 50 vendas por dia (mais de 11.000 refeições até ao momento) a um preço médio de 7,30€, o que dá 12 mil€ de facturação mensal (140 mil€/Ano). Os Sharks gostaram da demonstração, só que a avaliação excessiva foi o problema. O empresário já tem um potencial parceiro (o fornecedor de ovos poderá ter interesse na sociedade) e esse poderá ser um caminho interessante para o empreendedor. Devido à avaliação excessiva nenhum Shark quis entrar na sociedade.

Vídeo completo do Programa:

Sobre o Autor

Bruno Silva

Bruno Silva

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# Coach, Consultor e Formador nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo, desde 2009 na InnovMark, colaborando também com Instituições de Ensino Superior, Entidades de Consultoria e de Formação profissional, Associações Empresariais, onde se incluem projectos geridos pela AEP, IAPMEI, IEFP, CIG, etc.

# Speaker / Orador, desde 2009, com mais de 100 presenças nos principais Congressos, Seminários, Workshops e Conferências nacionais e Feiras de Negócios nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo.

# Fundador e Community Manager, desde 2006, do Portal Inovação & Marketing, que conta actualmente com mais de 70.000 Subscritores, considerando todos os formatos de subscrição, sendo um dos maiores projectos deste género em Portugal.

# Fundador e Community Manager, desde 2013, do “Dish Mob Portugal” que promove o espírito “Dish Mob”, e que está a transformar-se num dos principais movimentos nacionais de promoção do networking e aceleração de ideias nas áreas da inovação e do empreendedorismo.

– Licenciatura em Gestão pela Universidade do Minho.
– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School.
– Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro
– Curso de Especialização em Empreendedorismo de Base Tecnológica pela Universidade de Aveiro
– Formações Profissionais em Vendas, Excelência Pessoal, Inteligência Emocional e Criatividade, Gestão do Stress, Organização de Eventos, Comunicação em Público, E-Business para PME´s, e também Pedagógica de Formador.