Shark Tank Portugal: Análise ao Episódio 5

Shark Tank Portugal

Shark Tank Portugal – Série 1 – Episódio 5

Considerações sobre os 6 projectos apresentados:

OF PRODUÇÕES (Produção de Festas) (SEM INVESTIMENTO)
– Empreendedores solicitavam 40 mil€ por 10% do negócio de organização de festas e animações (Avaliação de 400 mil€)
– Facturaram 195 mil€ em 2014. Ganharam 25% da margem (+-50.000€), e têm tido um crescimento de 10%/Ano. Pretendiam investir em Marketing e lojas próprias para eventos em Centros Comerciais.
– Nenhum Shark decidiu investir, por não ter interesse no negócio e/ou por considerarem a avaliação desajustada. É uma decisão que se aceita. É um projecto facilmente replicável (organização de eventos) e sem grande diferenciação do que existe no mercado.

BIO POLI (Copos Biodegradáveis) (Sharks Investiram 40 mil€ por 50% do negócio – João Rafael Koehler; Susana Cerqueira, Tim Vieira)
– Empreendedores solicitavam 20 mil€ por 20%, do negócio de copos biodegradáveis. Podem ser utilizados para grandes eventos, ambiente corporativo, familiar, etc. (Avaliação de 100 mil€). O projecto está em fase de protótipo. Cada copo poderá ter uma margem de 50%.
– 3 Sharks investiram no negócio (40 mil€ por 50%), e estão ligados à área do Marketing, Organização de Eventos, etc. Trata-se de uma boa aposta num produto que poderá ter futuro numa área em crescimento (sustentabilidade).

STAND BAG (Expositor para feiras) (SEM INVESTIMENTO)
– Empreendedor solicitou 150 mil€ por 10% do produto, que consiste na venda ou Renting de expositores de feiras Auto montáveis.
– O investimento seria apenas para o novo produto Stand Bag, e não para a empresa que o empreendedor tem. Tratava-se apenas da ideia que não está patenteada, e não tem ainda protótipo. A empresa do empreendedor facturou 300 mil€ em 2014.
– O empreendedor foi muito confuso, pouco claro e teve enormes dificuldades de responder às perguntas, e nem conseguiu justificar a avaliação da nova ideia em 1,5M€.
– Tim Vieira ofereceu 150 mil€ por 100% da empresa e também pela nova ideia de produto. O Empreendedor não aceitou a proposta. Considero que apesar de a ideia ser interessante, e ter potencial de internacionalização, teve uma avaliação absurda e o pitch foi muito mal apresentado. A proposta do Tim Vieira foi baixa (equivale a 50% da facturação anual da empresa). É natural que o Shark não quisesse o Empreendedor como sócio analisando o Pitch, e é natural que o Empreendedor também não aceitasse essa avaliação por todo o negócio (empresa+produto).

MARIA WURST (Restaurante Cachorros) (SEM INVESTIMENTO)
– Empreendedoras solicitavam 40 mil€ por 15% do negócio (avaliação de 267 mil€).
– O Pitch foi bem apresentado pelas Empreendedoras. O negócio ainda está no início e a presença em alguns eventos permitiu facturar 22 mil€ até agora. Pretendem que cada roulotte que venha a ser desenvolvida facture 150 mil€/Ano. Cada “produto” tem 50% de margem, face ao “food cost”. As empreendedoras investiram 30 mil€ até agora. A margem do negócio é pequena para a avaliação que fizeram (267 mil€ por um negócio que ainda só facturou 22 mil€). A ideia é interessante mas a vertente financeira tem de ser mais bem trabalhada e é natural que nenhum Shark tenha pretendido investir nesta fase inicial do negócio, atendendo à valorização do negócio por parte das empreendedoras, e ao risco associado.

IMPAC TRIP (Turismo Solidário) (32 mi€ por 10% do negócio – Susana Cerqueira)
– Empreendedores solicitavam 32 mil€ por 10% do negócio, para actuar no negócio de packs de turismo solidários. (Avaliação de 320 mil€). O negócio está em fase de teste, e ainda não está na fase de vendas. Considero que a estratégia de Marketing e o Marketing-Mix apresentado tem de ser mais bem estruturado, a vários níveis.
– Susana Cerqueira ofereceu 32 mil€, não em dinheiro, mas sim em serviços de Marketing por 10% da empresa, e a proposta foi aceite pelos empreendedores. O risco da empreendedora acaba por ser baixo para entrar num negócio que está numa fase inicial, e que ainda apresenta muito risco para a viabilidade do projecto. Tratou-se de uma proposta lógica por parte da Shark que actua na área do Marketing, e a mesma foi aceite.

MICROBÓIA (Dispositivo de segurança contra afogamento) (50 mil€ por 75% – Miguel Ribeiro Ferreira, João Rafael Koehler, Mário Ferreira)
– Empreendedor solicitou 50 mil€ por 25% do projecto (Avaliação de 200 mil€), por uma ideia que não tem patente definitiva, e que se trata de um pequeno dispositivo de segurança contra afogamentos. A ideia suscitou curiosidade e interesse por parte de vários Sharks, a começar por Mário Ferreira da Douro Azul. Apesar de o negócio necessitar de melhoramentos ao nível do desenvolvimento do produto, o facto de o empreendedor estar numa fase de reorientação profissional, e poder focar-se a 100% ao negócio, incentivou à realização de uma proposta por parte dos Sharks (50mil€ por 75% da empresa). 3 Sharks acabaram por investir na empresa, sendo que 2 Sharks são da indústria e 1 Shark é do sector do turismo (onde a vertente náutica tem uma forte componente), ou seja, trata-se de áreas onde o negócio necessitará desse tipo de apoios e sinergias. A ideia é interessante, a necessidade a que o produto responde é importante. Foi notório que além da aposta na ideia existiu também uma aposta no empreendedor (na pessoa), que demonstrou uma atitude sensata e humilde durante todo o Pitch.

Vídeo do Episódio Completo:

 
Sobre o Autor

Bruno Silva

Bruno Silva

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# Coach, Consultor e Formador nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo, desde 2009 na InnovMark, colaborando também com Instituições de Ensino Superior, Entidades de Consultoria e de Formação profissional, Associações Empresariais, onde se incluem projectos geridos pela AEP, IAPMEI, IEFP, CIG, etc.

# Speaker / Orador, desde 2009, com mais de 100 presenças nos principais Congressos, Seminários, Workshops e Conferências nacionais e Feiras de Negócios nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo.

# Fundador e Community Manager, desde 2006, do Portal Inovação & Marketing, que conta actualmente com mais de 70.000 Subscritores, considerando todos os formatos de subscrição, sendo um dos maiores projectos deste género em Portugal.

# Fundador e Community Manager, desde 2013, do “Dish Mob Portugal” que promove o espírito “Dish Mob”, e que está a transformar-se num dos principais movimentos nacionais de promoção do networking e aceleração de ideias nas áreas da inovação e do empreendedorismo.

– Licenciatura em Gestão pela Universidade do Minho.
– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School.
– Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro
– Curso de Especialização em Empreendedorismo de Base Tecnológica pela Universidade de Aveiro
– Formações Profissionais em Vendas, Excelência Pessoal, Inteligência Emocional e Criatividade, Gestão do Stress, Organização de Eventos, Comunicação em Público, E-Business para PME´s, e também Pedagógica de Formador.