Artigo de Opinião “Os robôs e a Segurança Social” (Revista SPOT)

Os robôs e a Segurança Social

A robótica e a inteligência artificial irá revolucionar nas próximas décadas grande parte dos empregos cujas tarefas possam ser automatizadas, e não admira que pessoas que actualmente tenham a profissão de motoristas, agricultores, operários da indústria, atendimento / caixa, telemarketing, administrativos, contabilistas, advogados, entre outras profissões que podem ser replicadas pelos robôs e pela inteligência artificial, comecem a perceber os riscos que a evolução tecnológica poderá trazer para as suas actuais profissões.

Naturalmente que vão surgir muitas novas profissões ligadas à tecnologia, à sustentabilidade, ao envelhecimento da população, entre outras necessidades que surgirão nas próximas décadas, no entanto a grande dúvida é se a destruição de empregos provocada pela automatização, robotização e pela inteligência artificial irá ser reposta ao mesmo ritmo pelas necessidades identificadas para as próximas décadas.

Se num planeta com mais de 7 mil milhões trabalham cerca de metade, é difícil de prever se daqui a 30 anos, por volta de 2050, com 10 mil milhões de pessoas, se serão necessários 50% de trabalhadores ou apenas 20% ou 30% da população. E este assunto, sim poderá gerar tremendos impactos na evolução da sociedade na medida em que se não for necessária uma percentagem considerável da população para efectuar as profissões indispensáveis ao bem-estar da humanidade então poderemos começar a debater modelos em que as pessoas só tenham de trabalhar 20 horas por semana, em vez das actuais 40 horas, ou então modelos onde a renda básica universal poderá ser implementada nas próximas décadas.

Nas próximas décadas este debate irá acentuar-se na medida em que poderá não ser necessária tanta gente a trabalhar, ou a trabalhar tantas horas. Este aspecto irá suscitar questões relevantes para a sustentabilidade da segurança social e para o modelo de estado social da europa e não admira que surjam algumas visões alarmistas de que as pessoas poderão ter de trabalhar até aos 70 anos e até aos 80 anos devido ao envelhecimento da população na europa, devido a menos pessoas a contribuir com os seus impostos.

Acontece que além desses modelos previsionais existem modelos que apontam para um tecto máximo das pensões de velhice a atribuir no futuro, algo que aliás já se verifica em Inglaterra, Suiça e outros países desenvolvidos. Outros modelos defendem que os robôs deverão pagar impostos no futuro, posição defendida por Bill Gates (fundador da Microsoft), e existem modelos que defendem que as empresas devem contribuir para a segurança social através de outros indicadores como o valor acrescentado criado pelas empresas, e não apenas devido aos salários de cada uma das empresas. O debate apenas está no início e não será de admirar que estes assuntos mereçam muita atenção por parte dos políticos e da sociedade civil nos próximos anos.

Bruno Silva

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# Coach, Consultor e Formador nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo, desde 2009 na InnovMark, colaborando também com Instituições de Ensino Superior, Entidades de Consultoria e de Formação profissional, Associações Empresariais, onde se incluem projectos geridos pela AEP, IAPMEI, CAP, AIP, CCP, CTP, CIG, etc.

# Speaker / Orador, desde 2009, com mais de 100 presenças nos principais Congressos, Seminários, Workshops e Conferências nacionais e Feiras de Negócios nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo.

# Fundador e Community Manager, desde 2006, do Portal Inovação & Marketing, que conta actualmente com mais de 80.000 Subscritores, considerando todos os formatos de subscrição, sendo um dos maiores projectos deste género em Portugal.

# Cronista desde 2006 no Portal Inovação & Marketing, Revista Inovar-te, Portal AEP, Revista Brasileira de Administração, Revista Farmácia Distribuição, E-Go-Marketing, Revista Portugal Inovador (Jornal Público), RTP2, Marketing Farmacêutico e Revista SPOT.

# Fundador e Community Manager, desde 2013, do “Dish Mob Portugal” que promove o espírito “Dish Mob”, e que é um importante movimento nacional de promoção do networking e aceleração de ideias nas áreas da inovação e do empreendedorismo, com mais de 30 eventos já organizados.

– Licenciatura Pré-Bolonha em Gestão pela Universidade do Minho (2004).
– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School (2006).
– Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro (2007)
– Curso de Especialização em Empreendedorismo de Base Tecnológica pela Universidade de Aveiro (2007)
– Formações Profissionais em Vendas, Excelência Pessoal, Inteligência Emocional e Criatividade, Gestão do Stress, Organização de Eventos, Comunicação em Público, E-Business, etc.