Marketing: Publicidade. Quanto mais viral melhor

Abril 9, 2012 by  
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Se nunca partilhou um vídeo no Facebook ou no YouTube, acredite no seguinte: faz parte de uma pequena (e cada vez menor) minoria.

Os números, tal como o algodão da publicidade do detergente, não enganam. No ano passado, segundo dados da Unruly Media – empresa inglesa que monitoriza a propagação de anúncios nas redes sociais -, aumentou cinco vezes em relação a 2010. Em apenas um ano, o número de partilhas dos principais 20 vídeos das marcas subiu de 5,3 milhões para 25 milhões e as visualizações de 205,8 milhões para 236,5 milhões. E tudo indica que a tendência não vai perder fôlego em 2012. As marcas já perceberam que os consumidores não partilham só vídeos de pessoas a cair ou bebés a dançar, mas também anúncios.

Portugal – apesar de não existirem rankings oficiais com os vídeos de publicidade nacionais mais vistos – não está imune a este fenómeno. Que o diga a Coca-Cola. A Carteira da Rivalidade, peça de comunicação criada pela agência O Escritório, é um bom exemplo do poder de sedução da rede para as marcas. A ideia era simples: deixar no chão da loja do Benfica a carteira de um sócio do Sporting com um bilhete para o jogo entre os dois clubes da capital. Se a encontrasse, devolveria a carteira? Tudo foi registado em vídeo e colocado no YouTube. Os números alcançados são expressivos: desde finais de novembro, a versão portuguesa do anúncio já foi vista mais de 646 mil vezes. Uma aposta que faz parte da nova linha de comunicação da marca.

A estratégia, diz Filipe Bonina, diretor de marketing da Coca-Cola Portugal, assenta na crença de que mais do que forçar as pessoas a ver publicidade na televisão, o importante é conseguir o seu envolvimento. “O conteúdo voltou a ganhar relevância, não só pelo produto que comunica mas pela história que lá está.” Para isso, continua, “a história tem de ser interessante, para levar as pessoas a partilhá-la”.
Levar os consumidores a divulgar um anúncio na sua rede de amigos é o efeito mais desejado. “Quando um amigo nos envia um vídeo publicitário não estamos a comprar a marca. É uma recomendação de um amigo e por isso vamos ver”, frisa Pedro Graça, diretor-geral da Euro RSCG. Como se consegue isso é que parece ser uma fórmula cujos ingredientes são secretos. “Receitas não há”, diz o responsável da agência de publicidade. “É essa a grande angústia. Nunca prometo a uma marca que vai ter um viral de sucesso. Às vezes são as peças mais inesperadas aquelas que descolam. Quando aquela agência [Excentric] fez o viral Natal Digital, alguma vez imaginaria que iria ser referida na CNN? Não acredito”, comenta. Mas foi.
Lourenço Thomaz, diretor criativo da Partners, também não acredita em receitas para sucessos virais. Isto apesar do aparente sucesso nas redes (a avaliar pelo número de visualizações) dos anúncios do Meo Box, com os Gato Fedorento, com criatividade da agência. O primeiro episódio, desde maio no YouTube, já teve 265 mil visualizações e o episódio com o Futre, desde novembro, foi visto mais de 148 mil vezes. De tudo isto, a conclusão que Lourenço Thomaz tira do que é necessário para um viral ser bem-sucedido é ter qualidade. “Um filme viral não tem de ter humor, não tem de ter menos de dois minutos para não chatear as pessoas, não tem de ser bem produzido. Tem de ter qualidade, uma ideia forte, e tem de agarrar as pessoas. No fundo tem de ser muito bom!”, defende.
Pôr Carminho a cantar com o vocalista dos Moonspell (mais de 466 mil visualizações) ou Quim Barreiros com Rui Reininho (mais de 391 mil) a tocar ferrinhos ao som de All Together Now parece ter sido uma fórmula de sucesso à escala nacional. Os Duetos Improváveis, a campanha que complementa o arranque, em novembro, da assinatura O Que nos Liga é Optimus, ligou nas redes os consumidores à operadora da Sonaecom. A ideia surgiu a partir da campanha criada para a rádio: alguém da equipa da Euro RSCG lembrou-se de filmar a gravação dos duetos e tudo acabou por se transformar num dos pilares de comunicação desta nova fase da Optimus.
Além das redes, Duetos Improváveis teve também visibilidade em televisão, mas os anúncios de 30 segundos “são menos ricos” do que os vídeos disponíveis no YouTube. “Tudo aquilo que as pessoas estão a ver é real – não segue um guião – e as pessoas percebem que o que estão a ver é mesmo a verdade do que aconteceu”, diz Pedro Graça. Os vídeos “viajaram pelos murais dos consumidores e dos artistas” que acabaram por promover a sua participação em programas de televisão.
Talvez por verem esse potencial do viral é que as marcas revelam uma cada vez maior preocupação junto das agências de publicidade para criarem anúncios com esse objetivo em mente. Às agências chegam dois tipos de briefing, diz Lourenço Thomaz. “Há o briefing que nos diz ‘quero um filme tão bom que venha a ser um anúncio viral’, e há o briefing ‘quero que vocês me façam um anúncio viral’. Acho que o primeiro briefing funciona melhor porque é isso mesmo que o viral é: uma coisa tão boa que as pessoas querem partilhar! Se fizermos o caminho oposto, corremos o risco de fazer um filme viral que ninguém vai partilhar.” O que na verdade é o que as marcas querem: a prova de que o que está a pôr no ar é bom.
Algo, neste momento, mais valorizado pelas marcas do que o número de pessoas que veem a sua publicidade na televisão, acredita Filipe Bonina. “O nível de partilha [dos anúncios] é uma medida importante do sucesso/efeito do conteúdo nas pessoas”, diz o diretor de marketing da Coca-Cola.
Além de envolverem os consumidores com as marcas, os virais têm ainda o benefício adicional de conseguir o chamado media gratuito. Ou seja, as marcas não têm de pagar aos consumidores pela divulgação dos seus anúncios. Mas às televisões sim. Todavia, não é para cortar custos nos orçamentos de marketing que as marcas apostam nos virais. Agora, mais do que nunca, “uma boa estratégia de media [combinação dos diversos meios] é fundamental”, argumenta Filipe Bonina. Nas redes, “concorremos à escala global com milhões de conteúdos, comprados ou não pelas marcas, em que temos de sobressair”, explica o diretor de marketing da Coca-Cola.
E as agências de meios podem dar aqui uma ajuda. Bernardo Rodo, managing diretor da OMD Digital, explica. “O que fazemos é selecionar um conjunto de opinion makers – pessoas ou entidades – e contratar a colocação do filme nas suas páginas”, descreve. “Ao mesmo tempo utilizamos uma campanha de seed marketing [plantar a ideia, como a expressão faz adivinhar]com media paga, no Facebook, por exemplo, e desta forma conseguimos as primeiras visualizações. Se o conteúdo for bom, a comunidade dá-lhe continuidade.”
A “força da recomendação” é cada vez maior, diz Pedro Graça. “Passámos da fase de comunicação do compre, compre, para a do goste, goste muito de mim”, continua. “A ideia é chegar ao coração e não ir direto à carteira”, acrescenta o responsável da Euro RSCG. “Neste contexto da economia, as pessoas escolhem as marcas com as quais mais se relacionam e que consideram que melhor as entende.”

Fonte: Dinheiro Vivo

Marketing: A televisão no mundo da internet

Abril 9, 2012 by  
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A televisão é cada vez mais global. E há um lugar onde todas as pessoas, que trabalham no setor, se encontram. Chama-se MipTv e acontece em Cannes, na Riviera francesa.

Este é o maior evento do género no mundo. Mais de 11 mil pessoas, de uma centena de países, juntam-se em Cannes para vender e comprar programas. Mas como funciona este mercado? Que produtos podem ser encontrados aqui?

Anne de Kerckhove, da Reed Midem, explica:

“Aqui fala-se apenas de televisão. É aqui que as futuras séries policiais, de detetive, dramas, telenovelas, reality shows, são descobertos e vendido a mais de uma centena de países. É aqui que os criadores de programas se juntam, negoceiam e lançam novos produtos para televisão.”

Mas a crise económica afetou o mercado. Os canais de televisão, a nível mundial, têm que lidar com constrangimentos financeiros. As coproduções, tema debatido em Cannes, são uma alternativa viável.

Ove Rishoj Jensen, da European Documentary Network, explica:

“A coprodução e o trabalho conjunto, para lá das fronteiras, pode ajudar a conseguir-se o financiamento necessário para se fazerem bons documentários e também para fazer bons documentários a uma escala que pode alcançar uma audiência internacional, por isso a coprodução está a tornar-se muito importante e está a acontecer cada vez mais.”

O progresso tecnológico é fundamental para transformar a televisão. Uma nova fronteira é a televisão inteligente: novas funcionalidades, através da ligação à internet, agregadas às funções tradicionais. Mas representa a internet uma ameaça para a televisão? Ou será a sua melhor aliada?

“A Internet é uma ameaça para alguns setores da televisão, em particular a transmissão, ou seja a tecnologia que está ligada à transmissão da televisão tradicional. Mas não acho que isso constitua uma ameaça para a indústria, na realidade, cria um número maior de oportunidades do que de problemas e ameaças a longo prazo”, afirma Tom Morrod, da IHS Screen Digest.

O mundo dos vídeos online está em franca expansão. Mas que recursos sustentam este desenvolvimento?

“Temos 4 pilares em termos de comercialização de conteúdos. A publicidade, pagar por cada visualização, subscrições e o quarto, que é normalmente mal-entendido, e não contabilizado e que é o licenciamento, para se criar um conteúdo, distribui-lo para todos os canais e tirar dividendos disso”, adianta Bismarck Lepe, cofundador da Ooyala.

Quando se fala sobre novas formas de produto ou progresso tecnológico, isto significa, principalmente, uma coisa: inovação.

“Sabemos que as séries de televisão estão a mudar completamente. Já não temos apenas clientes passivos que assistem sentados no sofá, temos clientes que interagem com a série através do Facebook, o Twitter, um segundo ecrã, um tablete. Nós, os consumidores, estamos agora no centro deste mercado, com a inovação”, acrescenta Anne de Kerckhove.

Inovação não significa mudar tudo mas garantir que podemos continuar a ver o que quiseremos nos nossos pequenos ecrãs.

Fonte: Euronews

Inovação: Japoneses inventam videoconferência com visor translúcido que entende sinais não-verbais

Abril 8, 2012 by  
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Sejamos francos: a videoconferência hoje até que não é nada ruim. Afinal, podemos falar com uma ou mais pessoas através de ótimas ferramentas gratuitas e eficientes como o Google+ Hangout, Skype, Hall e tantas outras. Entretanto, isso não quer dizer que não haja espaço para aprimoramentos e inovação.

A japonesa NTT, para variar, quer ser uma das primeiras a sair na frente e tem trabalhado em um protótipo de tele-presença realmente inovador. Telepresença? Sim, a videoconferência que conhecemos hoje, só que melhorada.

Pessoalmente, já tive a oportunidade de participar de reuniões de quase telepresença com uma conhecida plataforma da Cisco. Embora o nome do produto seja TelePresence, pode-se dizer que ele ainda é apenas a boa e velha videoconferência com telas bem maiores que a de seu monitor e alguns outros recursos específicos.

O que a NTT procura desenvolver vai bem além disso. A empresa tem investigado os efeitos de se agregar elementos naturais de uma conversação ao vivo, como por exemplo a movimentação dos olhos e da cabeça de todos os participantes, assim como a maneira que reagem durante a conversa e o meio onde todos eles são projetados entre si e para si.

O projeto incorpora a utilização de finíssimas telas transparentes que reproduzem imagens em alta resolução e em tamanho real. Elas deverão ser equipadas com uma série de sensores de interpretação e resposta, tanto do ambiente mas, principalmente, das pessoas. O sistema remove a imagem de fundo de cada participante e as reprojeta em tamanho real em um ambiente, digamos, “bem mais imerso” para nossas reações não-verbais.

Este aparato reage continuamente aos movimentos de cada um e também interpreta individualmente os dos outros, combinando-os da mesma forma que ocorreriam naturalmente em uma conversa presencial. É possível, assim, sabermos quem está a olhar para nós, da mesma forma que a direção para onde olhamos também é capturada e percebida pelos outros. Algo bem mais próximo de se apropriar do conceito real de tele-presença, contra aquele do qual dispomos hoje.

Todo este conjunto, já apelidado de Espaço de Recriação, torna possível um tipo de conversação remota na qual uma pessoa que conduz uma reunião é sensorialmente “seguida” pelas outras com a ajuda do equipamento, onde a movimentação natural de cada participante varia e se modifica em tempo real às diferentes dinâmicas produzidas durante a conversação. Tal qual uma conversa presencial.

Fonte: Tecnoblog

Inovação: Larry Page fala sobre o Google+, Facebook, inovação e Steve Jobs

Abril 8, 2012 by  
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Em entrevista à BusinessWeek, Larry Page, CEO do Google, resolveu dar detalhes de seu primeiro ano no comando da empresa e revelar seus planos para o futuro. O co-fundador do buscador líder da Internet também aproveitou o momento para rebater algumas críticas de Steve Jobs sobre o Android.

pós assumir o cargo de CEO em Abril de 2011, Larry Page escolheu por fazer mudanças drásticas na empresa, encerrando dezenas de produtos e serviços, em especial ao histórico Google Labs, para adequar uma nova realidade social, o Google+.

Lançado com grande destaque, o Google+ conseguiu angariar bons números – que pode chegar a 400 milhões de usuários no final de 2012 – e tem sido cada vez mais implementado como uma importante camada social que envolve as ferramentas da empresa.

Sua importância tem sido tão destacada para o Google, que o projeto social patrocinou mudanças profundas no Google Search e exageradamente trouxe aspectos negativos para outros, como o Google Reader, que perdeu suas próprias ferramentas de compartilhamento para dar espaço a timeline social.

“Há apostas que fizemos muitos, muitos anos atrás, como o Android, Chrome e YouTube. Estas foram apostas de longo prazo que fizemos e eles têm sido muito bem sucedidos. Todas essas coisas têm crescido como louco. Nós fizemos uma mais recente, obviamente, que é o Google+, que é uma aposta de longo prazo também”, disse Larry Page na entrevista.

“Tenho mais de 2 milhões de seguidores no Google+. Há um número de outras pessoas que estão à minha frente. E isso é engajamento real. Eu estou muito contente com o crescimento do Google+. Isso não significa que amanhã será maior do que qualquer outra rede social. Isso não é realista. Mas está crescendo mais rápido, eu acho, do que outros serviços e estou muito feliz com isso”.

Com o surgimento de projetos que estão bem longe de seu núcleo principal, a busca, Larry Page comentou que o Google sempre procurou fazer a tecnologia funcionar de modo que ela possa realmente ajudar as pessoas, algo que a empresa pretende avançar em seus investimentos e explorar novas possibilidades.

“O que significa ser uma empresa de pesquisa? Mesmo naquele tempo, e agora, basicamente, a nossa alma é a mesma. Acho que estamos prestes a usar a tecnologia em larga escala: avanços tecnológicos para ajudar as pessoas, para tornar a vida das pessoas melhor, para fazer comunidades melhores. Obviamente, nossa missão era organizar a informação mundial e torná-la universalmente acessível e útil, e eu acho que nós provavelmente perdemos mais da parte das pessoas que do que deveríamos”, disse Page.

Com relação a aquisição da Motorola, Page se mostrou animado com as possibilidades e com o futuro da empresa. No âmbito das tão discutidas patentes, o co-fundador disse que o Google agora possui um bom número de registros mas não há qualquer intenção de sair processando os concorrentes.

“A tendência geral da indústria parece estar em direção de um caminho litigioso e que sempre acaba sendo uma coisa triste. Há um monte de dinheiro indo para os advogados em vez de construir grandes produtos para os usuários. Eu acho que as empresas costumam entrar neste processo quando estes estão no final do seu ciclo de vida ou eles não têm confiança nas suas capacidades para competir naturalmente”.

Ainda falando dos dispositivos móveis, Page declarou ser uma verdadeira criança ao receber um gadget novo. “Toda vez que recebo um novo, sou como uma criança no Natal. É uma sensação de ‘usar pela primeira vez’ a internet ou um computador que você obtém desses novos telefones”.

O executivo do Google afirmou ser um usuário atual da Galaxy Tab, da Samsung, mas que por muito tempo usou o Xoom, da Motorola. “Eu acho que eles oferecem grandes experiências e vão ficar muito melhor, ainda estamos nos estágios iniciais”. Questionado sobre o Tablet do Google, ele se recusou a comentar sobre os recentes rumores.

Com relação a questão sobre inovação, Page declarou não ter uma preocupação de que o Google, as vezes, pareça ter tirado ideias de outro lugar. “Eu não estou preocupado em não estarmos sendo suficientemente ambiciosos quando estamos fazendo coisas que são realmente importantes para as pessoas e diferente para o mundo”.

Com relação ao Facebook, Page disse ter algumas frustações por não poder ter acesso aos dados da maior rede social do mundo. Ele lembra que o Facebook chegou a importar milhares de endereços do Gmail e nunca ofereceu qualquer reciprocidade.

“Nós gostaríamos de ter um melhor acesso aos dados. Achamos frustrante que nós não conseguimos. É a tendência da Internet mover-se em um estado bem guardado. Nós tentamos, por exemplo, ter uma reciprocidade. Quer dizer, os nossos amigos do Facebook importaram muitos e muitos endereços do Gmail e exportaram zero endereços. E eles afirmam que os usuários não possuem esses dados, que é uma afirmação totalmente ilusória. É completamente irracional”, contou.

Com relação a Steve Jobs, ex-CEO da Apple, que morreu em 2011, Page afirmou ter tido boas relações, sendo até mesmo chamado para uma reunião alguns meses antes de sua morte. O tão questionado debate sobre o Android, cujo o executivo da Apple queria destruir a qualquer custo, teria sido apenas “marketing”, nas palavras do chefe do Google.

“Ele me mandou um e-mail e disse: ‘Ei, você quer se reunir e conversar’. Eu disse: ‘Claro, eu vou sim.’ E nós tivemos uma conversa muito agradável. Nós sempre fizemos isso quando tínhamos uma discussão geral”, lembrou Larry Page.

“Ele estava muito doente. Tomei isso como uma honra que ele queria passar algum tempo comigo. Eu imaginei que ele queria passar mais tempo com sua família nesse momento. Ele tinha um monte de ideias interessantes sobre como administrar uma empresa e foi algo que discutimos”.

“Eu acho que as diferenças com o Android eram realmente para exibição. Acho que serviam a seus interesses. Para muitas empresas, é útil que elas expressem um óbvio que têm por um concorrente e reunir fatos em torno disso. Eu pessoalmente acredito que é melhor lutar por algo maior. Você não quer que as pessoas olhem para seus concorrentes. Você quer estar a altura do olhar para o que é possível e tentar fazer o mundo melhor.”, finalizou.

Fonte: TechTudo

Marketing: Recrutamento, O que é que as grandes empresas querem?

Abril 7, 2012 by  
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São miúdos que, por um dia, preparam os melhores discursos e os mais cuidados figurinos. Eles vêm de fato e gravata. Elas, de saia travada ou calças vincadas e saltos altos. Estão divididos em grupos que dependem de sorteio e das preferências. Em comum têm o facto de serem os melhores alunos do ISCTE nas áreas de Gestão e de Economia.

O pequeno-almoço organizado pela universidade serve para conhecerem os responsáveis de recrutamento e recursos humanos das maiores empresas nacionais. No grupo estão representados bancos, empresas de distribuição e multinacionais.

Esta é a 9ª vez que o ISCTE organiza esta “espécie de namoro” entre a escola e as empresas. “A maior parte dos nossos alunos são contactados a partir daqui.”, explica Ana Rocha, responsável pelo programa Career Skills Training da IBS. Entre cafés e miniaturas de bolos, diretores de recursos humanos explicam aos grupos os detalhes dos processos de recrutamento das respetivas instituições.

Miguel Belo, 22 anos, estagia todos os Verões em empresas diferentes e divide-se entre o mestrado de Gestão de Empresas e os cursos que tem tirado entretanto, “antes de me apresentar às empresas.”
“Tenho o curriculum bastante forte, estou envolvido na associação de estudantes, fui um dos criadores do programa de mentoring para os alunos de licenciatura e gosto de me envolver muito na universidade. A minha proposta de valor tem-se baseado em procurar conhecimento para usar depois nos sítios para onde vá trabalhar.”, esclarece.

Roberto Leão, um dos responsáveis pelo recrutamento na Sonae, sublinha que “o grande factor de diferenciação é a paixão pelo negócio a par de um espírito empreendedor e inovador”. “A Sonae tem um foco muito grande na inovação, apesar do nosso carácter de merceeiros. Continuamos a precisar de jovens capazes de questionar, de serem críticos além de analíticos, que não se detenham demasiado na análise e que sejam muito vocacionados para a acção e para fazer acontecer. Em última análise o que interessa é o sorriso dos nossos clientes, e ter essa percepção de que isto é assim, é muito importante.”

A empresa de distribuição participa no pequeno-almoço para apresentar as oportunidades de carreira, tais como estágios e um programa contacto que junta o “top management” da Sonae aos alunos universitários. A plataforma foi a primeira no país e uma das primeiras no mundo a gerir a relação empresa-universidade. Tem 15 mil inscritos, mas Roberto Leão diz que a empresa não se cansa de “procurar talento”.

No Santander, o processo de recrutamento é feito também através do acompanhamento da vida dos candidatos. Fernando Vieira, diretor de recursos humanos do banco, diz que a aposta em boas universidades é garantia de que o percurso dos jovens pode ser acompanhado. “Queremos pessoas com estratégia pessoal, com foco, com energia, flexibilidade, motivação, gosto pela relação, o nosso negócio é relação…é estar próximo do cliente.”

Responsável pela área de recrutamento de um banco com 6 mil pessoas – que pertence a um grupo com quase 200 mil – Fernando Vieira diz que é sempre melhor acompanhar os alunos desde o primeiro ano de universidade. “Torna-nos também participantes do seu desenvolvimento”. Quanto às entrevistas de recrutamento, o diretor de recursos humanos do Santander refere os pontos essenciais: motivação, flexibilidade e expectativas de crescimento.

“É importante conhecer as experiências que o jovem teve. A melhor forma de prever o futuro é olhar para o passado e ver as experiências que teve no passado, a forma como as abordou, como as desenvolveu. E, no fundo, procurar exemplos reais, situações que tenha vivido.”, justifica.

 “Noto que dão cada vez mais valor às competências transversais. É isso que quero valorizar. Somos muito descartáveis atualmente e nós, enquanto alunos, não valorizamos isso. Não queremos ir para uma empresa três meses. Queremos continuar a colaborar e a crescer. É importante saber que o nosso papel não acaba depois do estágio.”, explica Ana Bento, 22 anos, aluna do mestrado em contabilidade e sobretudo interessada na área da banca.

Rute Dinis, responsável de recursos humanos da Ericsson, assegura que os estagiários assumem cada vez mais um papel importante naquela que é a 4ª melhor empresa para se trabalhar em Portugal. 90% dos estagiários em Portugal ficam a trabalhar na empresa depois de concluído o processo. “O facto de sermos uma empresa sueca implica valores que fazem parte do nosso ADN. A questão do respeito, profissionalismo e perseverança são os nossos três valores essenciais. Aquilo que sentimos e tentamos incutir é que, sozinhos, não brilham. Tentamos brilhar para a empresa brilhar. E se ela não não brilhar, nós não brilhamos.”

Dominar o inglês é um dos fatores de diferenciação, assim como a capacidade de resistência ao stress. “É importante questionar todos os dias o que fazemos e pensar novas formas de fazer. Porque, no fundo, somos uma empresa de inovação, o que nós vendemos é inovação tecnológica.”

Fonte: Dinheiro Vivo

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