UE duplica apoios às PME para 1,1 mil milhões

Junho 30, 2006 by  
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In Jornal de Negócios 30/06/06

“A União Europeia decidiu duplicar as ajudas concedidos ao arranque de Pequenas e Médias Empresas (PME) nos próximo quadro comunitário de apoio. Nos próximos sete anos, os apoios que as PME terão para o arranque de actividade irá passar de 540 milhões para 1,1 mil milhões de euros.”

“…a Comissão defende que, para fazer face ao facto de nem sempre as PME europeias inovadoras conseguirem aceder a capital de risco que financie o arranque de novas actividades, um conjunto de medidas será adoptado.”

“Como objectivo, Bruxelas quer triplicar na UE o investimento anual para a fase de arranque, fazendo passar de dois mil milhões para seis mil milhões em 2013, quando terminar o próximo quadro comunitário de apoio.”

“A verba, financiada pelo programa para a competitividade e inovação, deverá traduzir-se em 30 mil milhões de euros de financiamento para as PME. Bruxelas acredita que graças ao fundos europeus de investimento e de outras instituições financeiras internacionais – BERD, BEI, CEB ou KfW Bankengruppe – qualquer coisa como 400 mil PME irão beneficiar de ajuda comunitário ao investimento.”

“Finalmente, Bruxelas pretende reforçar o financiamento bancário à inovação, pretendendo organizar uma mesa-redonda entre bancos e PME para examinar como melhorar as relações bancárias de longo prazo, utilizar os instrumentos financeiros do novo programa de competitividade e inovação, promover o micro-crédito e do financiamento “mezzanine”, uma combinação de capitais próprios e empréstimos, e avaliar o interesse dos sistemas de abrandamento da carga fiscal para as jovens empresas inovadoras.

Caminho Para a Excelência…

Por Bruno Silva

Portugal encontra-se actualmente num dilema, num abrir de olhos para a realidade difícil que se avizinha. Nos últimos anos o nosso país foi-se habituando sem grandes esforços a alcançar uma vantagem competitiva alicerçada por dois vectores essenciais: fortes ajudas comunitárias que têm comparticipado projectos estruturantes da nossa economia, e por outro lado, uma mão-de-obra barata face à Europa dos 15.

Acontece que em pouco tempo esse posicionamento sofreu um duro revés. Continuamos a beneficiar dos fundos estruturais, contudo devido ao alargamento da União Europeia a Leste não poderemos mais considerar esse factor como uma vantagem, já que também esses países beneficiam do mesmo tipo de apoios. Restar-nos-ia a mão-de-obra barata. Mas também a este nível grande parte dos países do alargamento apresentam uma melhor oferta: Mão-de-obra mais barata e ainda por cima mais qualificada. Proposta difícil de recusar por parte dos Investidores Estrangeiros.

A juntar a este puzzle surgiu uma nova peça a que até há pouco tempo não era dada grande relevância: A China. O acordo estabelecido com a Organização Mundial do Comércio permitiu uma liberalização que irá ameaçar qualquer país que aposte no binómio preços baixos / baixa qualidade, perspectivando-se que a China assuma a breve prazo o papel de “fábrica” do mundo.Torna-se premente então perguntar: Portugal, que futuro? É certamente uma pergunta intrigante e que exigirá sobretudo uma grande revolução… de mentalidades! A grande aposta deverá passar essencialmente pelo binómio Inovação / Marketing, rompendo completamente com o que até agora tem sido feito.

Tanto numa área como noutra o nosso país tem poucos pergaminhos, investindo pouco em Inovação, e apesar de algumas melhorias nos últimos anos, continua a não ter uma forte aposta na área do Marketing.

Somos dos países com menor investimento do PIB em Inovação, assente essencialmente no sector estatal. Na área do Marketing o cenário não é certamente muito optimista. Quantas marcas globais foram criadas nos últimos anos no nosso país? Objectivo demasiado ambicioso dirão alguns. Não me parece. Resta-nos então perguntar: Quantas marcas europeias foram criadas recentemente em Portugal? Pois, a resposta também não é muito animadora.

Apesar de neste momento estarmos englobados num mercado europeu liberalizado, falta-nos um aspecto essencial que acaba por ser consequência natural de uma boa politica de inovação e de marketing: Internacionalização. Situação essa que acaba por ser fruto da visão limitada dos nossos empresários, considerando que o nosso mercado prioritário continua a ser este quintal à beira mar plantado.

Onde reside então o grande óbice a que este novo posicionamento estratégico se assuma definitivamente? Direi …Conhecimento, Competência e Ambição!

O nosso país além de ter um forte problema de qualificações dos seus recursos humanos, e ainda para mais em áreas-chave para o desenvolvimento de excelência que pretendemos alcançar, tem também um problema de competência ou melhor falta dela. Falta de rigor, falta de profissionalismo, falta de exigência. Somos o país do deixa andar.

Com este tipo de mentalidade dificilmente poderemos chegar longe, pior tenderemos a passos largos para a cauda da Europa, não a 15 mas a 25. Existem já projecções internacionais que demonstram que se nada for feito esse será mesmo o nosso destino daqui a uma geração. Resta-nos então decidir se é mesmo esse o caminho que queremos para o nosso país.

Deveremos de uma vez por todas eliminar este complexo de inferioridade característico de Portugal, e assumir de uma vez por todas uma maior ambição, dotando-nos rapidamente dos conhecimentos e competências que nos permitam apostar em áreas estratégicas. Apenas com uma visão coerente, estruturada e sustentável conseguiremos marcar pontos a nível internacional.

Demonstramos recentemente que ao nível da organização de grandes eventos internacionais realizados no nosso país foi possível apresentar desempenhos excepcionais ao nível do que de melhor é feito a nível mundial. Basta-nos então a todos nós assumir este tipo de profissionalismo, de rigor e de ambição em todas as nossas iniciativas, por mais pequenas que sejam, e certamente conseguiremos superar de vez o estigma do triste fado português, assumindo um novo papel para Portugal no Mundo: um país forte, ousado e ambicioso!

Sobre o Autor

Bruno Silva

Bruno Silva

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# Coach, Consultor e Formador nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo, desde 2009 na InnovMark, colaborando também com Instituições de Ensino Superior, Entidades de Consultoria e de Formação profissional, Associações Empresariais, onde se incluem projectos geridos pela AEP, IAPMEI, IEFP, CIG, etc.

# Speaker / Orador, desde 2009, com mais de 100 presenças nos principais Congressos, Seminários, Workshops e Conferências nacionais e Feiras de Negócios nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo.

# Fundador e Community Manager, desde 2006, do Portal Inovação & Marketing, que conta actualmente com mais de 70.000 Subscritores, considerando todos os formatos de subscrição, sendo um dos maiores projectos deste género em Portugal.

# Fundador e Community Manager, desde 2013, do “Dish Mob Portugal” que promove o espírito “Dish Mob”, e que está a transformar-se num dos principais movimentos nacionais de promoção do networking e aceleração de ideias nas áreas da inovação e do empreendedorismo.

– Licenciatura em Gestão pela Universidade do Minho.
– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School.
– Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro
– Curso de Especialização em Empreendedorismo de Base Tecnológica pela Universidade de Aveiro
– Formações Profissionais em Vendas, Excelência Pessoal, Inteligência Emocional e Criatividade, Gestão do Stress, Organização de Eventos, Comunicação em Público, E-Business para PME´s, e também Pedagógica de Formador.