Marketing: Só 30% dos alunos portugueses conclui o 12º ano
Outubro 20, 2010 by Inovação & Marketing
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Apenas 30% dos alunos portugueses concluem os 12 anos de escolaridade, segundo dados revelados hoje por Joaquim Azevedo, professor da Universidade Católica e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Citando dados do mais recente relatório do CNE, que será divulgado na quinta-feira, o investigador adiantou que a cada 109 mil alunos que entram no primeiro ano de escolaridade em Portugal só 32 mil chegam ao 12.º ano.
Numa intervenção na conferência “A Escola de Hoje”, em Lisboa, o presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa (UCP) defendeu a real autonomia das escolas como o caminho para melhorar o ensino em Portugal e evitar o abandono escolar precoce.
O professor e investigador lembrou que a autonomia das escolas já foi “decretada” em Portugal quatro vezes, em 1989, 1992, 1998 e 2002 e que, apesar disso, “tem sido difícil construir um ambiente de autonomia e de liberdade”.
Contestando a “infindável produção legislativa” na área da educação, o responsável da Universidade Católica propôs a suspensão de toda a legislação durante cinco anos, ficando as escolas obrigadas apenas a ter planos anuais de melhoria gradual.
“Cada escola estabeleceria planos anuais próprios, assentes em diagnósticos locais, identificando pequenos passos a melhorar que seriam contratualizados com o Ministério da Educação”, especificou o também conselheiro do CNE.
Joaquim Azevedo propôs ainda “que se desfaça toda a máquina da educação actualmente existente”, criando agências de apoio às escolas.
Estas agências teriam como missão apoiar as escolas nas suas dificuldades concretas e garantir a igualdade de oportunidades.
A par destas agências, a Inspecção-geral da Educação deveria ter uma acção mais ampla, verificando os progressos obtidos pelas escolas.
Para o especialista em ciências da educação e antigo secretário de Estado da Educação de Cavaco Silva, “as escolas têm sido infantilmente tratadas pela administração central”, que mostra não confiar nos estabelecimentos de ensino.
“A liberdade tem de conduzir à autonomia real de cada escola e à livre escolha por parte de cada família”, defendeu Joaquim Azevedo, contestando também a confusão que se tem feito em relação ao papel da escola na sociedade.
Aliás, o professor e investigador considera que um dos problemas da educação em Portugal é um problema político e de confusão entre os vários atores sociais, transformando os vários problemas sociais em problemas escolares.
“A escola não é o substituto da família. O lugar dos pais em termos educativos é em casa, não na escola. E as escolas não existem para fazer educação sexual ou rodoviária. A escola pública está a ser acantonada na escola da ocupação social dos meninos e a escola privada é a escola da educação e da aprendizagem”, criticou.
Fonte: Económico
Marketing: Candidatos do Mundo
Outubro 20, 2010 by Inovação & Marketing
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A crescente internacionalização das PME portuguesas, nomeadamente no sector da construção e da indústria, tem obrigado ao recrutamento de profissionais aptos a colocar em prática planos estratégicos de exportação.
A internacionalização é, antes de mais, uma estratégia de crescimento que deve ser perseguida por todas as empresas em condições de o fazer e o conjunto empresarial português, constituído essencialmente por PME, tem assumido intenções de crescer além-fronteiras.
Apesar de o mercado angolano ser o mais comum para o fazerem, tem–se assistido igualmente à planificação estratégica de entrada em nichos de mercados árabes e asiáticos. Contudo, a presença, mesmo constante, em feiras temáticas no estrangeiro não é suficiente.
Naturalmente, será um passo importante a dar, mas é igualmente necessário efectuar um rigoroso estudo e análise do mercado da região, fomentar e sustentar a prospecção de clientes, criando parcerias locais, sendo que o passo seguinte será a procura por candidatos aptos a concretizar este plano de expansão.
Tendo tido a oportunidade de identificar profissionais com experiência de desenvolvimento de negócio em mercados do leste europeu, asiáticos, árabes e africanos, verifico que estes são candidatos com uma vasta rede de contactos que se revelam valiosos, permitindo a penetração e consequente desenvolvimento de mercado.
Qual o perfil destes profissionais?
De uma forma geral, estamos perante candidatos com elevada maturidade profissional e, obviamente, experiência comprovada no desenvolvimento de negócios ao nível da prospecção e gestão de clientes em mercados externos. A posse de carteira de contactos no estrangeiro ao nível das redes de distribuição, de revenda, de prescrição e de construção, torna-se de imediato a mais-valia no recrutamento destes profissionais.
Efectivamente, em qualquer região, a existência de um parceiro local fará a diferença entre o sucesso e o insucesso da incursão nesse país.
Existem, naturalmente, pressupostos cruciais, como a disponibilidade para viajar com muita frequência e a fluência em mais do que uma língua, assim como a capacidade de se adaptarem a diferentes realidades culturais, sabendo negociar com base nesses mesmos valores sociais.
O facto de se estar afastado da empresa em Portugal implicará o desenvolvimento de um trabalho que envolve disciplina e rigor num contexto de auto-gestão e autonomia no contacto comercial. Quer isto indicar que profissionais com estas características assumem um elevado nível de importância dentro das organizações, estando directamente associados ao sucesso ou insucesso internacional da empresa.
Representando um forte investimento por parte das empresas, a internacionalização dos seus produtos tem tido retorno significativo sempre que há uma abordagem sistemática ao mercado externo. Facto apenas possível com a aposta em “profissionais comerciais internacionais”, que representam a projecção da marca no mercado estrangeiro.
Fonte: Oje – O Jornal Económico
Inovação: Internet, Portugal preparado para as “aplicações do futuro”
Outubro 20, 2010 by Inovação & Marketing
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Portugal está no grupo dos 14 países cuja rede de Internet está preparada para receber “aplicações do futuro”, como televisão de alta definição ou serviços de comunicações em vídeo de alta qualidade.
A conclusão é do estudo anual da Said Business School, da Universidade britânica de Oxford, e da Universidade espanhola de Oviedo, em parceria com a empresa Cisco, que analisou a situação em 239 cidades de 72 países.
As chamadas “aplicações do futuro” deverão generalizar-se nos próximos anos e a rede de banda larga portuguesa está preparada para as receber, juntamente com a da Coreia do Sul, Japão, Letónia, Suécia, Bulgária, Finlândia, Roménia, Lituânia, Holanda, Hong Kong, Alemanha, Dinamarca e Islândia.
A lista dos países com maior penetração de banda larga é liderada pela Coreia do Sul. Portugal aparece no 22º lugar, logo atrás da Espanha.
O estudo confirma a ideia da existência de uma associação entre o número de lares com Internet de banda larga e inovação económica e competitividade.
A qualidade da ligação em banda larga registou melhorias na ordem dos 50% nos últimos três anos, a nível mundial, e 49% dos lares nos países analisados tem acesso à Internet de alta velocidade, um aumento de 9% em relação a 2008.
Fonte: Rádio Renascença
Marketing: Estudo – Sigo no Facebook, logo recomendo
Outubro 19, 2010 by Inovação & Marketing
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Mais de 90% dos seguidores de marcas no Facebook acabam por se tornar embaixadores activos das mesmas. A conclusão é do estudo Facebook and Brands, realizado pela DDB em seis países (Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França, Austrália e Chile) e agora divulgado pela Adweek. O estudo considera que quem segue marcas no Facebook pode ser entendido como um embaixador da marca já que 49% dos inquiridos terão garantido que sem dúvida recomendariam aos seus amigos as marcas que seguem na rede social, enquanto outros 43% admitem também que provavelmente o fariam, resultando em 92% de entrevistados predispostos a recomendar as marcas de que são seguidores no Facebook. O mesmo estudo revela ainda que, depois de seguirem uma marca na rede social durante alguma tempo e depois de já terem experimentado um produto da mesma, os consumidores têm tendência para aumentar o consumo dos produtos comercializados por essa marca.
Entra as marcas preferidas, as referências variavam de país para país, mas de um modo geral as marcas mais apontadas foram a Nike, a Coca-Cola, Adidas, Nutella e Sony. Quanto ao “isco” que leva os utilizadores à página de uma marca no Facebook, a publicidade surge na frente (75%), seguida dos convites de amigos (59%) e das pesquisas na internet (49%). Segundo o estudo, entre aqueles que seguem marcas no Facebook, a média é de nove marcas, sendo que dessas, tomam a dianteira nas preferências o sector de meios e entretenimento (55%), as causas sociais (51%) e a moda e os artigos de luxo (49%).
Fonte: Meios & Publicidade
Inovação: António Câmara. “Os portugueses são demasiado sofisticados”
Outubro 19, 2010 by Inovação & Marketing
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O líder da YDreams é um autêntico caçador de talentos e diz que os engenheiros portugueses são melhores a matemática que os americanos.
Como é que a YDreams descobre talentos?
A YDreams nasce de um grupo universitário, que nos anos noventa era líder mundial na área que investigava a informação geográfica. Essas trinta pessoas estagiaram nos melhores sítios do mundo, desde a NASA ao MIT e à Netscape. Portanto começámos com uma base muito sólida. Desde aí temos recrutado talento de três formas. Uma é através de scouting, temos uma base de dados de todas as pessoas talentosas nas áreas em que trabalhamos, e um dos meus trabalhos é recrutá-las. Por exemplo, fomos buscar o António Almada, que trabalhava na Paraform quando a equipa ganhou um Óscar para efeitos especiais em Hollywood. Mais recentemente fomos buscar a Inês Henriques aos Estados Unidos, que lidera a spin-off Interactive Surfaces. É uma componente de scouting quase como nas equipas desportivas.
Quem é que faz esse scouting?
Eu. Ando por todo lado. Depois há um grupo de talentos que chegam a nós, e talvez o mais significativo na empresa neste momento é o Luís Carvalho, que vai ser líder de uma das unidades da empresa, a YDreams Design.
Como surgiu esse recrutamento?
Fui dar um seminário à McCann-Erikson e dois dias depois recebo uma mão de borracha e uma carta a dizer “aqui vai uma mão e a minha vontade, estou disponível”. Uma semana depois estava contratado. Além disso, há os processos normais de recrutamento.
E como se mantêm esses talentos na empresa?
O elemento fundamental da YDreams é o sonho. Transformámo-nos numa empresa global, temos muitos projectos únicos que são factor de atracção, sobretudo para as pessoas mais criativas. Para muitas outras, a atracção é estarmos a desenvolver tecnologias, que vamos lançar no mercado agora, que são disruptivas, que esperamos que façam história. Há esta motivação de fazer parte da história.
É mais difícil encontrar talentos em Portugal que lá fora?
O talento tecnológico, de design e científico existe em Portugal e é de classe mundial. Não temos problema nenhum em encontrar talentos fantásticos nessas áreas. Onde temos uma enorme dificuldade é encontrar pessoas com experiência global em marketing e vendas.
A YDreams está muito forte no Brasil. Como fazem o recrutamento lá?
Temos pessoas incrivelmente experimentadas, lideradas pela Karina Israel, pessoas que ganharam Leões em Cannes…
Não é mais difícil reter esses talentos num mercado tão aberto?
Temos conseguido fazê-lo. A equipa está a desenvolver-se com as mesmas pessoas há três anos. Algo importante não é só a ambição da empresa, mas o estilo de vida. Acho que o facto de o estilo ser liberal é um bem, não haver horários. As pessoas trabalham imenso mas a flexibilidade é um factor decisivo.
A cultura corporativa vem de cima?
A cultura no Brasil é parecida com a que temos aqui. No Rio de Janeiro estamos em frente à praia. É fantástico.
Lyn Heward, ex-directora de conteúdos criativos do Cirque du Soleil, diz que cabe ao líder da empresa criar um ambiente criativo. Como é que vocês fazem?
Tivemos uma campanha dirigida pelo Luís Carvalho para criar esse ambiente. Tinha que ver com arquitectura, as pessoas poderem fazer o que lhes apetece no sítio onde trabalham, e ainda seminários estimulantes todas as quintas-feiras. Mas há algo de verdadeiramente importante: as pessoas devem ir aos eventos que na sua área sejam os melhores do mundo. Aquilo a que se pode chamar “turismo científico e tecnológico”.
Vocês incentivam essas deslocações?
Hoje em dia, felizmente, convidam-nos para falar e sai tudo mais barato. Mas isso é importantíssimo. Participamos em eventos fantásticos, é um atractivo enorme para as pessoas porque se mantêm no topo.
Consegue ver a diferença entre os processos de inovação e o estímulo da criatividade?
São muito diferentes. Uma coisa é a invenção e a criatividade, e nisso somos muito fortes. Mas a inovação não é isso: é a venda da criatividade e da invenção. Acho que fazemos bem essa venda em termos de projectos e estamos a aprender a fazê–la em termos de produtos. Acho que o problema português no geral é a venda de produtos em massa. Nós portugueses somos demasiado sofisticados. Não fazemos produtos banais de massas.
Como estimula a paixão dos colaboradores pelo que fazem?
É uma tarefa dificílima, porque há sempre revezes. Acho que o elemento essencial é a recuperação das derrotas. Temos de celebrar as vitórias, mas o ponto essencial é recuperar as pessoas dos falhanços. Consegue-se minimizando as derrotas, tendo em conta uma perspectiva mais global. Faz parte do processo; pensar que temos esta meta e vamos ter sucesso global. A dificuldade é o tempo. Toda a gente espera que uma empresa faça uma explosão num instante. Há empresas que crescem muito rapidamente quando têm bom marketing e vendas. A Compaq era um exemplo clássico, mas a maior parte não é construída com uma base para o futuro.
É esse o sonho da YDreams?
As empresas têm de ter três fases: uma fase de execução onde de facto se ganha dinheiro; uma fase de paciência, para desenvolver os produtos; e depois uma visão para criar as tecnologias disruptivas. Se olharmos para as grandes empresas, a Google foi um fenómeno acelerado, mas mesmo assim demorou anos. Lembro-me de os ter visitado em 2000 e os tipos estavam aflitos, era uma incógnita completa. Temos de ter visão, paciência e tempo. A nossa cultura básica é fazer projectos, por isso temos de criar novas empresas com uma nova cultura.
Como fazem a recuperação dos erros?
No final do dia estamos sempre a falar de relações humanas, de contacto de um para um ou de reuniões gerais. A parte comunicacional é importante e é uma das coisas que estamos a rever agora.
Exerce uma liderança de portas abertas?
Eu nem gabinete tenho, tenho uma mesa. Recorda-se do livro sobre a aranha e a estrela-do-mar? Sabemos que há áreas, e sobretudo estas novas empresas, que têm de ter uma estrutura tipo aranha, porque são muito mais focadas em vendas. A empresa-mãe tem de ser mais estrela-do-mar.
Mas todas as decisões da YDreams passam por si? É um líder à Steve Jobs?
Não, não. Temos um sistema de gestão por equipa, há decisões que não passam por mim. É uma forte liderança mas não uma liderança forte.
Como uma Google portuguesa?
Não posso dizer isso nesse sentido. É uma empresa atractiva para trabalhar. Também temos stock options, conhecemos bem o modelo. A diferença em termos de talento tecnológico das pessoas que temos aqui para as da Google é que é mínima. Aliás alguns deles aqui são melhores. A questão abissal é na gestão.
Costuma dizer-se o contrário…
Não sabem do que estão a falar.
O problema não é a matemática?
Santo Deus, não. A maior parte das pessoas aqui é dez vezes melhor a matemática que qualquer americano que trabalhe na Google. Não há comparação. As pessoas cá não têm padrões, é inacreditável. Os exames de matemática em Portugal são mais difíceis que no MIT. Há o talento em Portugal para fazer isso, a questão é transformar isto num negócio gigantesco.



