O Papel da Inovação

Por Bruno Silva

In Portal da AEP – Associação Empresarial de Portugal

Ultimamente tem-se assistido ao aumento de notoriedade da inovação mas nem sempre se explica muito bem o que representa a inovação e qual o seu verdadeiro alcance.

As definições são múltiplas e variadas, e isso deve-se ao facto de esta temática poder ser aplicada a todas as áreas da nossa vida, surgindo naturalmente diversas definições sobre a mesma expressão.

A inovação pode ser considerada como um processo de introdução de melhorias através da criação de algo novo, e esse processo pode ser aplicado a todas as esferas da nossa existência, na medida em que o ser humano devido à sua natureza curiosa e criativa, apresenta, em termos gerais, um desejo de elevar a humanidade para um patamar nunca antes alcançado.

Os países e as organizações têm dado cada vez maior atenção a esta temática, na medida em que é consensual que o desempenho económico de uma região ou de uma organização está intimamente ligado à capacidade de inovação que consegue empreender. A União Europeia, através do lançamento da Estratégia de Lisboa, começou a apostar na Inovação como um vector essencial na sua estratégia de desenvolvimento, tendo como objectivo final tornar-se a região mais competitiva e desenvolvida do mundo.

O nosso país seguindo esta filosofia apostou recentemente num Plano de Inovação designado de Plano Tecnológico que segue, na sua essência, as orientações europeias. Defende-se que os esforços nacionais deverão centrar-se principalmente em três eixos: tecnologia, inovação e conhecimento. A maior parte das inovações a que temos assistido nos últimos tempos apresentam um grande pendor tecnológico, sendo natural que se aposte nessa área. Mas por outro lado está também comprovado que o nível de conhecimento detido por um país ou organização está correlacionado com a capacidade de inovação, mesmo que exista um grande cariz de criatividade no processo de inovação.

Relativamente a este mesmo processo de inovação, têm existido diferentes tipos de abordagens teóricas a esta temática. Inicialmente acreditava-se que o processo consistia num Modelo linear, onde se defendia a aposta na Investigação & Desenvolvimento, de forma a se poder lançar invenções que originariam o surgimento de uma maior capacidade inovadora. Porém, ao longo do tempo tem-se constatado que este processo não é tão linear como poderia aparentar. As últimas tendências teóricas defendem que o processo de inovação consiste num Modelo interactivo, que engloba diversas fases: pesquisa de mercado; invenção e concepção criativa; design e teste; desenvolvimento e produção; acabando na comercialização, função onde o marketing assume um papel fundamental. Tal modelo também considera que em cada uma destas fases pode ser necessário recorrer à base de conhecimento disponível, e que só depois desta fase, caso seja necessário, se deve apostar na Investigação e Desenvolvimento.

Este modelo teórico de inovação, acompanha também os mais recentes desenvolvimentos na área do marketing, com o ascender do marketing segmentado e one-to-one em detrimento do marketing de massas, onde se defende que o cliente ganhou nos tempos mais recentes uma importância e um papel acrescidos, cabendo às organizações a função de estudar cada vez mais o comportamento do mercado, as suas necessidades e a forma como toma decisões, com o objectivo de se poder apresentar uma proposta de valor que gere benefícios para os clientes. Alias, em termos teóricos, também na área da estratégia se defende há algum tempo, a necessidade de definir um posicionamento estratégico que tenha em conta a necessidade de se apresentar uma proposta única de valor, sendo deste modo essencial a área da inovação.

Acontece que tal mudança de orientação politica ao nível da inovação, apenas está agora a surgir na Europa, sendo visível o reforço destas apostas no 7º Quadro Comunitário de Apoio, e como consequência no Quadro de Referência Estratégico Nacional lançado recentemente pelo nosso governo. Estas mudanças exigirão uma enorme capacidade de adaptação por parte dos nossos empresários, além de todas as mudanças que têm acontecido por via da liberalização dos mercados e do aumento da concorrência, tendo como consequência a necessidade premente de se alterar a forma como se gerem as organizações e os negócios.

Considero que a aposta actual deverá passar por organizações onde exista uma visão abrangente do mercado, dispostas a apostar numa presença global, e que por outro lado estejam dispostas a lançar uma forte e conscienciosa aposta na inovação e no marketing. Para tal aposta vingar é necessário apostar nas diversas fases do modelo interactivo de inovação, e tal aposta só será viável se as organizações, de uma vez por todas, valorizarem os seus recursos humanos, as suas ideias e as suas capacidades, e se lhes proporcionarem a possibilidade de colocar em prática todo o seu potencial.

Contudo, este modelo só poderá funcionar com o ascender da Meritocracia no panorama nacional, algo que como se sabe ainda tem algum caminho a percorrer em Portugal. Tal aposta é essencial, alias é crucial, na medida em que se não formos capazes de apostar na nossa massa critica, devido ao mercado liberalizado a nível organizacional e até educacional, começaremos a assistir a uma maior intensificação do fluxo de emigração dos nossos melhores cérebros, para países onde as instituições educativas e organizacionais os valorizem, e onde lhes sejam oferecidas melhores condições de desenvolvimento.

O desafio está lançado, cabendo a nós saber aproveitar da melhor forma esta mudança de paradigma. Numa coisa podemos ter a certeza, tudo dependerá da nossa capacidade de mobilização e da nossa capacidade empreendedora, mas tal como dizia Albert Einstein, o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho, é no dicionário.

Sobre o Autor

Bruno Silva

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# Coach, Consultor e Formador nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo, desde 2009 na InnovMark, colaborando também com Instituições de Ensino Superior, Entidades de Consultoria e de Formação profissional, Associações Empresariais, onde se incluem projectos geridos pela AEP, IAPMEI, IEFP, CIG, etc.

# Speaker / Orador, desde 2009, com mais de 100 presenças nos principais Congressos, Seminários, Workshops e Conferências nacionais e Feiras de Negócios nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo.

# Fundador e Community Manager, desde 2006, do Portal Inovação & Marketing, que conta actualmente com mais de 70.000 Subscritores, considerando todos os formatos de subscrição, sendo um dos maiores projectos deste género em Portugal.

# Fundador e Community Manager, desde 2013, do “Dish Mob Portugal” que promove o espírito “Dish Mob”, e que está a transformar-se num dos principais movimentos nacionais de promoção do networking e aceleração de ideias nas áreas da inovação e do empreendedorismo.

– Licenciatura em Gestão pela Universidade do Minho.
– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School.
– Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro
– Curso de Especialização em Empreendedorismo de Base Tecnológica pela Universidade de Aveiro
– Formações Profissionais em Vendas, Excelência Pessoal, Inteligência Emocional e Criatividade, Gestão do Stress, Organização de Eventos, Comunicação em Público, E-Business para PME´s, e também Pedagógica de Formador.

Pode a inovação mudar um país?

Por Bruno Silva

In Innoveight – Clube de Inovação / Revista Inovar-te

Sendo a inovação um processo de introdução de melhorias através da criação de algo novo, e estando os países em constante mudança, torna-se pertinente a aplicação de políticas de inovação que estimulem o desenvolvimento das regiões, organizações e cidadãos, nas suas mais diversas esferas.

A existência de uma forte relação entre a inovação e o desempenho económico tem levado a uma maior notoriedade desta temática. Mas para se mudar um país é fundamental mudar as pessoas, suas mentalidades, e até mesmo a forma como encaram a própria vida.

Apenas a mente preparada consegue inovar, e para inovar é necessário o desenvolvimento de processos criativos, que dependem do conhecimento detido pelas pessoas, sendo dessa forma fundamental a aposta em “países do conhecimento” ou até mesmo “países criativos”.

Para finalizar, creio que devemos perguntar o que é que a inovação pode fazer por um país, mas também deveremos perguntar o que é que um país está disposto a fazer pela inovação.

Sobre o Autor

Bruno Silva

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# Coach, Consultor e Formador nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo, desde 2009 na InnovMark, colaborando também com Instituições de Ensino Superior, Entidades de Consultoria e de Formação profissional, Associações Empresariais, onde se incluem projectos geridos pela AEP, IAPMEI, IEFP, CIG, etc.

# Speaker / Orador, desde 2009, com mais de 100 presenças nos principais Congressos, Seminários, Workshops e Conferências nacionais e Feiras de Negócios nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo.

# Fundador e Community Manager, desde 2006, do Portal Inovação & Marketing, que conta actualmente com mais de 70.000 Subscritores, considerando todos os formatos de subscrição, sendo um dos maiores projectos deste género em Portugal.

# Fundador e Community Manager, desde 2013, do “Dish Mob Portugal” que promove o espírito “Dish Mob”, e que está a transformar-se num dos principais movimentos nacionais de promoção do networking e aceleração de ideias nas áreas da inovação e do empreendedorismo.

– Licenciatura em Gestão pela Universidade do Minho.
– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School.
– Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro
– Curso de Especialização em Empreendedorismo de Base Tecnológica pela Universidade de Aveiro
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Organizações em Rede

Por Bruno Silva

Uma organização em rede corresponde à interligação de uma organização, (conjunto de individuos que interagem de forma a alcançar determinadas tarefas tendo um propósito, uma missão em comum) com outras organizações, no sentido de estabelecer parcerias e estreitar sinergias no sentido de alcançar os propósitos a que se propõem. Redes não são organismos com um estrutura organizacional definida e uniforme, normalmente é flexivel fluida plural e descentralizada. Em rede as partes se unem para perseguir os objectivos especificos acordando os principios acordados. As redes permitem a convivencia e o trabalho comum de grupos, individuos e organizações bem diferentes, que não necessitam de alterar as suas posições particulares para actuarem em conjunto. Actualmente uma organização não consegue sobreviver isolada.Cada vez mais é essencial a partilha de informação, de competências, de conhecimento, conseguindo dessa forma maximizar as mais-valias de cada uma das organizações podendo apresentar-se um benefício superior. As organizações actualmente devido às TIC conseguem estabelecer parcerias com organizações em qualquer ponto do mundo, já que o factor territorial deixou de importar. Neste momento através de meios de comunicação moveis, internet, etc pode-se comunicar de uma forma simples e rápida alcançando o conceito de “aldeia global”. No novo paradigma é possivel ter-se um fornecedor da china, no minuto seguinte enviar por e-mail os conteudos necessários para o marketeer no Reino Unido, em seguida falar com o canal de distribuição dos EUA através de Voip, Teleconferencia e muitas outras formas de comunicação digitais.

Naturalmente o conceito de organização em rede está intimamente ligado ao conceito de Sociedade da Informação, que segundo Gouveia e Gaio (2004) “corresponde a uma sociedade que recorre predominantemente às Tecnologias da Comunicação e Informação para a troca de informação em formato digital, suportando a interacção entre indivíduos e entre estes e instituições, recorrendo a práticas e métodos em construção permanente” A organização em rede é possível devido a um uso crescente do formato digital que é possibilitado pelo uso intensivo de tecnologias de informação e comunicação.

Necessariamente deverá tentar obter-se um equilíbrio entre as tecnologias e a informação de forma a permitir a manipulação, recuperação e uso da informação; organização, representação e visualização da informação; e também combater o excesso de informação. As TIC´s permitem desta forma um aproximar das organizações, tornando-as mais abertas para o meio envolvente e em constante partilha. Obviamente que esta situação afecta também os indivíduos e até as próprias sociedades. Muitas serão as alterações no futuro mas é cada vez mais certo que o futuro será em “rede”.

Sobre o Autor

Bruno Silva

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# Fundador e Community Manager, desde 2006, do Portal Inovação & Marketing, que conta actualmente com mais de 70.000 Subscritores, considerando todos os formatos de subscrição, sendo um dos maiores projectos deste género em Portugal.

# Fundador e Community Manager, desde 2013, do “Dish Mob Portugal” que promove o espírito “Dish Mob”, e que está a transformar-se num dos principais movimentos nacionais de promoção do networking e aceleração de ideias nas áreas da inovação e do empreendedorismo.

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– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School.
– Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro
– Curso de Especialização em Empreendedorismo de Base Tecnológica pela Universidade de Aveiro
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Portugal… Que Estratégia?

Por Bruno Silva

In Blog Empreender (Secção Connectis)

De acordo com a teoria do ciclo de vida do produto de Vernon, existem 3 estágios de produtos: 1 – Novo produto onde a componente mão-de-obra qualificada e a inovação são fundamentais. 2 – Produto maduro assumindo o marketing e o custo do capital papeis de primordial importância. 3 – produto standardizado, onde o consumo de massa, alicerçado pelas matérias primas, capital e mão-de-obra pouco qualificada é essencial.

Nas últimas décadas Portugal assentou a sua estratégia nas indústrias apoiadas em mão-de-obra pouco qualificada, que têm disponibilizado produtos em fase de standardização, ou seja, produtos de baixo valor. Com a concorrência Chinesa e de Leste este posicionamento deixou de ter fundamento já que relativamente a esses atributos perdemos muita competitividade no mercado onde actualmente estamos abrangidos.

Por sua vez, Michael Porter defende a existência de 3 factores fundamentais para o posicionamento estratégico: 1 – criação de um posicionamento único e de valor, o que normalmente se chama de “unique selling proposition”, 2 – estabelecimento de trade-offs, ou seja, definir o que não deve ser feito, e onde se deverá alocar grande parte dos recursos, 3 – a criação de “fits”, ou seja, a forma como as actividades de uma organização interagem e se reforçam mutuamente, impossibilitando que facilmente se efectue Benchmarketing à própria organização, ou seja, a comparação dos concorrentes face às melhores práticas do sector.

O Posicionamento envolve então a performance de diferentes actividades face aos rivais, onde a componente de Inovação é fundamental, e também a aposta no desenvolvimento de actividades similares apresentando diferentes formatos dos concorrentes, onde o Marketing possibilita a diferenciação das percepções apreendidas pela mente dos consumidores.

Atendendo a estes aspectos, torna-se premente para Portugal efectuar uma forte aposta nos dois primeiros estágios de produto, onde os vectores chave deverão assentar na qualificação dos recursos humanos, capacidade inovadora e empreendedora, financiamento e apoio ao investimento, através da maior aposta no capital de risco por parte do sector financeiro, e por ultimo nas acções de Marketing, onde a criação de marcas internacionais é cada vez mais um imperativo para as organizações nacionais.

Para tal aposta vingar teremos de estabelecer trade-offs, abandonando actividades pouco rentáveis ou com fracas perspectivas a médio-longo prazo, ou seja, actividades fortemente assentes na mão-de-obra barata e pouco qualificada, e realocando recursos apostando num novo posicionamento que nos permita aumentar o valor dos produtos / serviços produzidos.

Finalizando, através deste reposicionamento estratégico difícil de ser concretizado num curto espaço de tempo, mas urgente e necessário, poderá ser possível começar a resolver o famigerado problema da produtividade nacional, elevando a riqueza produzida em Portugal.

Sobre o Autor

Bruno Silva

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– Licenciatura em Gestão pela Universidade do Minho.
– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School.
– Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro
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– Formações Profissionais em Vendas, Excelência Pessoal, Inteligência Emocional e Criatividade, Gestão do Stress, Organização de Eventos, Comunicação em Público, E-Business para PME´s, e também Pedagógica de Formador.

Cliente único, Organização única

Por Bruno Silva

Analisando as recentes tendências de mercado facilmente se pode constatar a existência de uma luta entre as organizações pela conquista, retenção e fidelização dos clientes. Se há alguns anos a tónica centrava-se no “hard-selling” e na orientação para o negócio, agora surge a venda de relação e a orientação para o cliente. “Podem ter o carro que quiserem, desde que seja preto”. A célebre frase de Henry Ford era o expoente máximo de uma filosofia de mercado que tento acreditar não existir mais nas organizações nacionais. Devo afirmar também que quanto mais analiso as estratégias de marketing da maioria das organizações portuguesas, na sua maioria pme´s, rapidamente me convenço que será difícil acreditar na reorientação existencial dessas mesmas organizações nacionais.

A orientação para os clientes terá de ser acima de tudo uma filosofia, uma forma de estar, assente numa visão partilhada por todos os membros de uma organização, com vista ao fortalecimento dos relacionamentos estabelecidos com o seu meio externo, em particular e principalmente com os seus clientes, razão de ser da existência dessa mesma organização.

Acontece que para uma organização estar orientada para os clientes torna-se premente o conhecimento destes, de forma a se poder oferecer propostas que os mesmos considerem ser de valor, de forma a iniciar ou a prolongar a relação comercial existente entre ambos. Contudo todos os clientes são únicos, sofreram influências diferentes, vivem em contextos próprios, sentem necessidades únicas e específicas, têm ideais de vida e aspirações particulares, e atendendo a esta multiplicidade de diferenças as organizações sentem maior necessidade de personalizar a relação com cada cliente. É o ascender do Marketing One-to-One.

Se até há bem pouco tempo esta expressão era considerada como um idealismo difícil de ser alcançado, as novas tecnologias de informação vieram confirmar que afinal esse idealismo está bem mais próximo do que se julgava. Através das tecnologias de Crm (Customer relationship management) e do web-marketing, é possivel caracterizar o cliente, podendo as organizações tomar consciência das suas especificidades.

Don Peppers, o guru do Marketing One-to-One, desenvolveu o modelo IDIP que permite entender de que forma poderá ser desenvolvida a relação personalizada com cada cliente. Em 1º lugar é fundamental Identificar o cliente, com o maior detalhe possível, sendo possível reconhece-lo em todos os pontos de contacto com a organização. Em 2º lugar a Diferenciação é essencial podendo ser desenvolvida uma categorização dos clientes pelas suas diferentes necessidades, preparando-se para os tratar de forma diferente. Em 3º lugar é importante Interagir com o cliente de forma a fortalecer o relacionamento, tendo em conta o historial entre ambos. Por último, torna-se imprescindível Personalizar alguns aspectos da proposta de valor a oferecer aos clientes, de forma a melhor atender às suas necessidades.

Adoptando esta filosofia será possível a qualquer organização personalizar em massa os produtos / serviços a disponibilizar, a forma como são entregues, a forma como o “call center” responde aos telefonemas dos clientes, ou por exemplo, a forma como o site se apresenta aos clientes. Neste cenário a lógica do lucro dá origem à lógica do “life time value”, onde a manutenção e reforço da ligação entre organização e cliente é fundamental.

Actualmente assiste-se a diversos exemplos desta filosofia, como por exemplo o sector automóvel que permite a customização dos automóveis, a Nike que disponibiliza a possibilidade de os clientes personalizarem as suas sapatilhas, multiplicando-se os casos de organizações, mesmo as de grande consumo, que se esforçam por olhar os clientes como sendo únicos. Se a tónica anterior era a de “empurrar” o produto ao cliente, actualmente o objectivo é o de levar o cliente a “desejar” a oferta disponibilizada pela organização, pondo em prática o ciclo do feedback do cliente, “Eu conheço-te e lembro-me de ti. Diz-me o que queres. Eu faço-o por ti”.

Sobre o Autor

Bruno Silva

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# Speaker / Orador, desde 2009, com mais de 100 presenças nos principais Congressos, Seminários, Workshops e Conferências nacionais e Feiras de Negócios nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo.

# Fundador e Community Manager, desde 2006, do Portal Inovação & Marketing, que conta actualmente com mais de 70.000 Subscritores, considerando todos os formatos de subscrição, sendo um dos maiores projectos deste género em Portugal.

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