Marketing: O problema dos “gosto” e dos comentários falsos no Facebook

Outubro 12, 2012 by  
Filed under Notícias

Os “gosto” e comentários falsos nas redes sociais, promovidos pelas empresas para publicitar produtos, prática comum em Portugal, deverão aumentar entre 10 e 15%, no mundo, até 2014, alertou a Gartner, especialista na área de tecnologia da informação. Ao contrário do que acontece em Portugal, desde 2009 que a Comissão Federal do Comércio norte-americana considera esta prática como um crime punível por lei, referindo-a como “publicidade enganosa”. Segundo a Gartner, muitas empresas optam por pagar os “gosto” (‘like’) ou os “comentários”, esperando aumentar as vendas, a lealdade do cliente e beneficiar do “passa palavra” comum nas redes sociais.

“Com mais de metade dos internautas a aderir às redes sociais, as empresas procuram novas maneiras de conseguir clientes, de forma a obterem mais ‘gostos’ e comentários positivos sobre os seus produtos”, indicou a especialista em tecnologias de informação. O estudo adverte que as redes sociais, como o Twitter ou o Facebook, “terão de equilibrar anúncios com conteúdos reais, se não quiserem que o seu modelo de negócio fracasse”.

Em Portugal, a prática é comum, como admitiu o presidente da empresa de publicidade Ivity, Carlos Coelho, que considera ser preciso “muito cuidado” para que o resultado não seja o inverso do desejado. As empresas “recorrem vulgarmente a bloggers e a outro tipo de pessoas que acabam por, de alguma forma, emitir opiniões encomendadas”, explicou o publicitário. “O risco que a marca tem de isso funcionar de uma forma negativa é maior, portanto as marcas também tendem a fazê-lo com mais cuidado”, prosseguiu o presidente da Ivity.

Carlos Coelho disse que a vontade das marcas em ganhar espaço no mercado da Internet é natural, mas lembrou que os “consumidores acabam por naturalmente rejeitar as marcas que forem intrusivas”. “Enquanto consumidor também me incomoda. Eu não quero que na minha vida privada me apareça uma marca a tentar falar comigo quando eu não quero falar com ela”, assinalou.

Considerando que, em Portugal, a legislação sobre esta matéria precisa de ser actualizada, Carlos Coelho lembrou que a relação entre clientes e marcas tem de ser regulada em todas as plataformas. “Não sei o que é que está pensado sobre isso para Portugal, mas há a necessidade de impor limites a esse tipo de intervenções”, concluiu.

Fonte: Meios & Publicidade



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