Os técnicos, cientistas e os investigadores portugueses

Setembro 3, 2010 by  
Filed under Notícias

Por Nuno Carvalho (Fundador e líder executivo da Zonadvanced, autor de “Ganhei!”)
Em Portugal, não faltam técnicos e investigadores de boa qualidade. Mas têm relutância em transformar o seu conhecimento em negócio. Deviam ponderar três aspectos.

Em Portugal existem boas ideias e bons profissionais nas suas áreas de actuação. Aqueles que investigam, desenvolvem ou produzem, com boas ideias e conhecimento avançado, são muitas vezes reféns do seu trabalho por gosto e não por quererem ganhar dinheiro com ele. São indivíduos qualificados e muito importantes para o País, mas não são empreendedores, ou seja, falta-lhes sair do laboratório para o mercado de trabalho para gerar receitas e postos de trabalho, ajudando o Portugal a crescer e a ser mais competitivo.

Os investidores procuram estes indivíduos qualificados para acrescentar o lado comercial e transformar um laboratório numa empresa de sucesso, mas onde é que eles andam? Provavelmente, escondidos e bem entretidos nos seus laboratórios.

Neste artigo, quero deixar uma mensagem de coragem e ambição aos valiosos profissionais portugueses, nas áreas técnicas, científicas e de investigação. O País precisa de vocês e os investidores certamente estão muito interessados em vocês. Juntem-se e criem valor, criando uma empresa de sucesso, e contribuindo para o desenvolvimento do País.

Tenho visto alguns casos destes e, normalmente, o sintoma é o de não quererem introduzir um investidor no seu circuito, ou não estarem preparados para partir à conquista do seu negócio, por se sentirem mais confortáveis no laboratório.

Se é técnico, cientista ou investigador, com um produto ou serviço que pode servir o mercado, pense nestas três mensagens, para mudar a sua mentalidade e avançar para um negócio que pode transformar a sua vida e contribuir para o desenvolvimento do seu País.

1. Dependente de outros. Se, no seu grupo de trabalho, tem colegas que não ambicionam ser empreendedores, enfrente esse assunto junto deles para poder tomar uma decisão. Existem sempre aqueles que não querem sair do laboratório e outros que até querem experimentar o mundo do mercado real. Converse com os seus colegas e defina um plano de desenvolvimento para chegar ao mercado. Nem todos têm de sair do laboratório. Tente, assim, encontrar uma posição confortável para cada elemento de forma a poder progredir. O importante é chegar a um acordo com cada elemento da equipa, e viabilizar o projecto no mercado. Para isso, só há uma forma: dialogar e apresentar um plano concreto.

2. Faltam outras competências. Muitos dos bons técnicos, cientistas e investigadores, são bons, precisamente porque estão 100% dedicados a essa tarefa, e não à gestão, ou ao “marketing” ou ao comercial. Não aconselho que se transforme num comercial ou gestor, mas que procure alguém que tenha experiência nessas áreas e que queira juntar-se ao projecto. O ideal é que essa pessoa tenha essas competências e que também consiga aportar capital ao projecto, por meios próprios ou angariando capital através das capitais de risco ou outros investidores. Comente o seu caso com familiares e amigos até encontrar um contacto de confiança que o possa ajudar a preencher essa lacuna.

3. Falta de capital. Tem o produto, as competências, mas não tem o capital. Junte-se a um consultor que o possa ajudar a angariar capital para o seu projecto ou procure as diferentes associações e instituições do pais que o ajudaram a captar capital para o seu projecto, como a APBA, a FNABA, o IAPMEI, etc.

Até aqui, são boas notícias, mas atenção que também existem más noticias, e que se fazem sentir, muitas vezes, junto destes profissionais, que infelizmente se deixam levar pelos “homens de negócio” que rapidamente se apoderam das suas mais-valias sem que estes se apercebam, pela falta de conhecimento que apresentam em diferentes áreas.

Para evitar estes aproveitamentos, fale com várias pessoas nas áreas da gestão e legal, para certificar-se que não está a ser empurrado para uma situação desfavorável no futuro. Terá de se “sacrificar” um pouco, e tentar entender, pelo menos de forma superficial, como funciona o mundo dos negócios para não ser enganado. Como em tudo, existem pessoas sérias e pessoas menos sérias. É, por isso, necessário estar muito atento.

Em resumo, analise os três pontos em cima descritos, proteja-se de acordo com os conselhos que lhe deixo e parta para a aventura, porque Portugal precisa de si.

Dica



Todos somos necessários e você não é excepção. Veja como iniciar o seu negócio se é técnico, cientista, ou investigador.



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