Marketing: Escassez de financiamento vai adiar novos centros comerciais
Setembro 29, 2010 by Inovação & Marketing
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Portugal detinha, no final do primeiro semestre, cerca de 3,5 milhões de m2 de conjuntos comerciais, sendo que a grande maioria correspondia a centros comerciais, ou seja, 2,9 milhões de m2, seguida dos retail parks, com 12% da oferta, e dos factory outlet centres, formato que representa apenas 5% da oferta.
“O crescimento em relação ao ano anterior espelha a situação actual do mercado. À retracção sentida na procura nos últimos dois anos, promotores e investidores responderam com o adiamento ou cancelamento de projectos futuros, indica a análise da C&W. Após o ano de 2009, em que se atingia novo recorde de conjuntos comerciais inaugurados em Portugal, o crescimento da oferta no primeiro semestre do ano foi de apenas 0,1%. De Janeiro a Junho de 2010, foi inaugurado, em Portugal, apenas um único conjunto comercial: o LeiriaShopping, promovido pela Sonae Sierra.
“A rápida resposta da oferta ao decréscimo acentuado na procura é um sinal do bom funcionamento deste segmento do imobiliário em Portugal. A grande maioria dos agentes que opera no retalho em Portugal, sejam retalhistas, promotores ou investidores, revelam uma grande maturidade e profissionalismo, facto que, de algum modo, poderá minimizar os efeitos da crise e potenciar a capacidade do sector para ultrapassar as actuais dificuldades”, pode ler-se no relatório da C&W.
O LeiriaShopping, única abertura do semestre, é também um bom exemplo do sucesso da indústria dos centros comerciais em Portugal. Este centro comercial, localizado na cidade de Leiria e resultante da expansão de um hipermercado Continente, abriu em Março de 2010 com 19.400 m2 de ABL. A exemplo da grande maioria dos conjuntos comerciais promovidos pela Sonae Sierra, este centro inaugurou 100% comercializado e trouxe insígnias como a Fnac ou a H&M, que ainda não estavam presentes na cidade de Leiria.
No que se refere à distribuição geográfica da oferta comercial pelo território nacional, é notória a primazia dos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto, que, juntamente com a Península de Setúbal, concentram cerca de 60% do total da oferta de conjuntos comerciais. As ilhas e o Algarve mantêm uma oferta reduzida comparativamente ao total nacional, decorrente da menor densidade habitacional destas regiões. No caso do Algarve, os projectos em pipeline indiciam que, nos próximos anos, esta zona contará com um maior volume de oferta, em parte vocacionada para a população sazonal que, durante os meses de Verão, visita esta região (veja-se o recente anúncio da Imorendimento).
A retracção na nova oferta será, mais uma vez, evidente no segundo semestre de 2010, para o qual se esperam apenas duas aberturas: o Barreiro Retail Planet, um projecto misto que inclui um retail park e uma pequena galeria comercial, desenvolvido em parceria pela Milligan e pela Eiffage com 36 mil m2 de ABL, e o Liberdade Street Fashion. Promovido pelo grupo Regojo na cidade de Braga, este último projecto irá inaugurar até ao final do ano. Situado numa das melhores localizações do centro da cidade, inspira-se no conceito de comércio de rua.
A análise da oferta futura retrata a actual situação do mercado de promoção imobiliária em Portugal, sendo visível uma quebra acentuada da curva de crescimento da oferta de conjuntos comerciais em Portugal para o período 2010-2012. Para os próximos dois anos estão previstos, para Portugal, cerca de 700 mil m2 de novos projectos comerciais, sendo que a grande maioria, mais de 400 mil m2, tem inauguração prevista para 2012, com uma grande parte destes ainda em fase de projecto. “À semelhança de anos anteriores, alguns destes projectos podem vir a ser adiados, atenuando ainda mais o crescimento futuro da oferta”.
Este decréscimo da oferta futura “face ao pipeline a que o mercado nos tinha vindo a habituar no passado, é um efeito natural da lei da oferta e da procura, mas também da escassez de financiamento sentida no sector nos últimos dois anos”, diz a C&W.
Procura da rua
O comércio de rua foi, nestes últimos dois anos, o responsável por trazer ao mercado notícias bastante positivas. Este facto é especialmente sentido na cidade de Lisboa, com o renascer do comércio de rua no Chiado cada vez mais evidente. Desde 1998, com a inauguração dos novos Armazéns do Chiado, centro comercial promovido pela Multi Development, esta zona começou lentamente a recuperar do dinamismo que a caracterizava no passado longínquo.
Hoje, o Chiado é novamente uma zona de referência para o comércio na cidade de Lisboa, atraindo um número crescente de visitantes, nacionais e estrangeiros, fruto da atractividade turística desta zona.
Mas esta não é a única localização de comércio de rua que tem vindo a atrair retalhistas. O Parque das Nações, com o desenvolvimento de um novo mercado de escritórios, a rua Castilho, cada vez mais uma referência para as grandes marcas internacionais, e a avenida da Liberdade, que mantém, ainda hoje, o estatuto de zona prime para os retalhistas de luxo, são, todas elas, localizações que têm registado uma maior afluência de visitantes e uma maior procura de espaços.
“Hoje é possível afirmar que o comércio de rua tem vindo a reconquistar, embora muito gradualmente, algum do domínio que tinha na era pré-centros comerciais. São variadas as razões que contribuíram para este fenómeno, como as recentes reformas à Lei do Arrendamento, ainda que, de um modo geral, os efeitos positivos tenham sido bastante menos do que os esperados pelo mercado.
Apesar disso, a retirada de valor à figura do trespasse terá sido um grande contributo para libertação de espaços no comércio de rua, salientam os analistas da C&W.
Outro aspecto importante é a saturação, que começa já a ser sentida nos consumidores, quanto ao formato de centro comercial, existindo um sentimento de urgência na renovação deste conceito que, apesar de tudo, tem já surgido nos novos projectos e em remodelações de centros existentes. No entanto, é latente a necessidade de diversificação por parte do consumidor, salienta o trabalho da C&W.
Os analistas afirmam que a actual crise de financiamento também teve o seu aspecto positivo: “Ao retrair o crescimento da oferta futura, os retalhistas estão conscientes de uma possibilidade de carência de espaço no futuro, tendo em conta a dificuldade de garantir localizações nos centros em cruzeiro. Este facto leva-os a considerar o comércio de rua como alternativa de expansão”.
Assim, em 2010, foram vários os negócios conhecidos, trazendo à cidade de Lisboa novas insígnias que contribuirão para potenciar ainda mais o crescimento deste formato. A zona do Chiado foi a que mais novas marcas recebeu, sendo a Santini a grande novidade do Verão – a geladaria centenária de Cascais iniciou, este ano, um projecto de expansão com abertura da primeira loja na Rua do Carmo. Também na Rua do Carmo, a Nespresso abriu a sua segunda unidade no Chiado e, na Rua Garrett, abriu a M Store, a primeira Apple Premium Reseller em Portugal com o design de loja de 3.ª geração. Na Rua Nova do Almada abriu a Miss Sixty, conhecida insígnia de moda de origem italiana.
Na renovada Estação do Rossio, que, desde a sua inauguração em 2007, tem vindo a atrair novos lojistas e um número acrescido de visitantes, a Starbucks inaugurou, em Junho, a sua sexta unidade em Portugal. A Avenida da Liberdade continua a ser a referência para as grandes marcas de luxo internacionais, tendo a Prada, após um longo processo de procura, escolhido esta localização no passado mês de Junho para a sua primeira “flagship store” em Portugal.
Novas marcas
Até ao final do ano, são esperadas novas aberturas no comércio de rua lisboeta. A marca Custo Barcelona irá abrir no Chiado e a conhecida cadeia de restauração nacional H3 inaugurará a sua primeira loja de rua no Edifício Mythos, no Parque das Nações. Esta última abertura é um bom exemplo de lojistas que, após uma estratégia de expansão bem sucedida no formato de centros comerciais, optam pelo comércio de rua como o caminho natural para prosseguir o seu crescimento. O edifício Mythos, localizado junto ao Centro Comercial Vasco da Gama, irá contar também com uma nova unidade da Nespresso e com a Chateau D´ax, retalhista no sector do mobiliário.
Os valores de mercado para os centros comerciais de primeira linha e em velocidade cruzeiro conseguiram manter-se estáveis durante o primeiro semestre do ano. Já nos projectos novos ou ainda não consolidados, a comercialização assumiu uma dificuldade acrescida e os valores verificaram pressões consideráveis. No que diz respeito aos retail parks, a quebra na procura é ainda mais evidente neste formato, que sofre actualmente de algum desinteresse por parte dos operadores. O comércio de rua é o segmento que maior dinamismo tem verificado, conseguindo manter os valores praticados apesar do actual enquadramento.
Importa ainda referir a recente alteração legislativa, aprovada em Julho deste ano em Assembleia da República, que liberaliza a abertura das grandes superfícies. Após vários anos de debates públicos sobre esta questão, o governo decidiu deixar ao critério das autarquias a autorização de abertura aos domingos e feriados para as unidades comerciais com áreas superiores a dois mil m2. Trata-se de mais um passo que confirma o favorável enquadramento legal do sector de retalho em Portugal, que tem contribuído em grande parte para o seu desenvolvimento.
TD foi o promotor mais activo
Em Lisboa existem cerca de 4,4 milhões de m2 de espaços de escritórios, número que representa um crescimento, comparativamente a 2009, de mais de 60 mil m2 de ABL, correspondentes à inauguração de novos edifícios que se concentraram essencialmente no Parque das Nações e no Corredor Oeste.
A Teixeira Duarte foi o promotor mais activo em 2010, prosseguindo a expansão do parque de escritórios Lagoas Park, na Zona 6 (Oeiras, Linda-a-Velha), tendo inaugurado mais dois novos edifícios que totalizam mais de 18 mil m2 e que concluem este projecto.
Ao contrário da tendência verificada em 2009, a nova oferta concluída no primeiro semestre tinha um peso pouco relevante de espaços pré-arrendados, apenas 10%, facto que colocou naturalmente pressão sobre os níveis de desocupação no mercado.
No final do primeiro semestre, a taxa de desocupação ultrapassou a barreira psicológica dos dois dígitos, situando-se nos 10%, reflectindo um volume de espaços desocupados que se aproximava dos 450 mil m2 de ABL. De forma nada inesperada, foram precisamente as zonas que maior volume de nova oferta receberam em 2010, aquelas que maior agravamento registaram na taxa de desocupação.
O Corredor Oeste atingiu um valor não ultrapassado desde 2005 para este indicador, com 20% dos seus espaços desocupados. No Parque das Nações, a taxa de desocupação registou também uma subida, mantendo-se em valores já habitualmente elevados. Em Junho de 2010, esta zona contava com cerca de 70 000 m2 de espaços disponíveis, correspondentes a uma taxa de desocupação de 22%.
Os valores das rendas retratam a situação de incerteza vivida no mercado. O Parque das Nações manteve os valores de renda do final de ano de 2009. Até ao final do ano não se esperam novas descidas nas rendas prime, diz a C&W.
No entanto, é possível que se verifique uma descida na renda média das zonas do CBD, nas quais têm vindo a surgir edifícios obsoletos, com qualidade inferior à normalmente encontrada nos edifícios novos, e que, naturalmente, são comercializados a valores mais reduzidos. No Parque das Nações, cuja renda média se mantém sem quebras desde o primeiro trimestre de 2009, poderá também assistir-se a uma ligeira correcção em baixa deste valor.
Desocupação maior no Montijo
O stock total de espaços industriais e logísticos no mercado da Grande Lisboa situa-se próximo dos 12 milhões de m2, valor que supera em grande escala o stock dos sectores de escritórios ou de retalho nesta zona.
O domínio do segmento de armazenagem e logística é claro em todas as zonas, representando aproximadamente 70% da oferta. Em termos de dimensão, as Zonas 1 (Alverca-Azambuja) e 2 (Almada-Setúbal) lideram claramente o mercado, reunindo cerca de 60% do total da oferta. O eixo Sintra-Cascais (Zona 5) é a localização que se segue em termos de dimensão, tendo as restantes zonas uma menor expressividade na oferta total da Grande Lisboa.
A taxa de desocupação global do mercado situa-se nos 15%, representando mais de 1,7 milhões de m2 de espaços disponíveis. A Zona 4, Montijo – Alcochete é a que apresenta o valor mais elevado para este indicador, que se situa nos 24%. A Zona 3, Loures, tem a taxa de desocupação mais baixa, cerca de 9%. Seguem-se a Zona 1, reconhecida como a localização prime do mercado, mas que, ainda assim, apresenta um nível de desocupação considerável, na ordem dos 13%, e a Zona 2, com 16%.
Até ao final do ano, não são esperadas mudanças nas rendas das diferentes zonas. No entanto, a médio prazo é possível que se assista a uma variação nos valores de mercado praticados, “fruto de alterações de enquadramento do mercado que provocarão, em breve, um aumento dos custos de construção dos espaços de armazenagem e logísticos”.
Recentemente foi introduzido, em Portugal, um novo enquadramento legislativo que definiu, para este tipo de espaços, novos e mais exigentes, requisitos técnicos e de segurança, cujo impacto nos custos de construção foi directo. Por outro lado, é hoje clara uma maior preferência, por parte dos inquilinos, por armazéns com maior área dedicada ao uso de escritórios, nos quais os requisitos de acabamentos são também hoje mais exigentes. Estes dois aspectos podem fazer com que os custos de construção no sector sejam superiores, facto que obriga a que projectos novos tenham de praticar rendas superiores. Esta limitação, no actual enquadramento de mercado, em que existe uma maior margem de negociação nos valores de arrendamento por serem abundantes espaços usados e desocupados, irá dificultar em muito a colocação de novos projectos no futuro.
“Não obstante uma maior exigência do lado da procura, a diferença entre os valores de espaços usados versus espaços novos pode ser de tal forma elevada que não justifique a mudança. A solução para esta situação terá, naturalmente, de passar por novas e inovadoras concepções de modelos de negócios que permitam optimizar a estrutura de custos dos empreendimentos, bem como pela oferta de projectos verdadeiramente diferenciadores que consigam atrair ocupantes pela qualidade em detrimento do preço”, conclui a análise.
Fonte: Oje – o Jornal Económico
Inovação: Cientistas de Oxford dizem ter descoberto gene da enxaqueca
Setembro 29, 2010 by Inovação & Marketing
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A esperança poderá ter nascido para milhões de pessoas em todo o mundo que sofrem de enxaquecas, após a descoberta de um novo gene alegadamente responsável pela dor de cabeça, frequentemente incapacitante.
Cientistas da Universidade de Oxford (Inglaterra) juntamente com uma equipa canadiana financiada pela Genome Canada identificaram um gene chamado Tesk, que controla a sensibilidade dos nervos que enviam sinais de dor ao cérebro.
A descoberta é o resultado do estudo do Acido Desoxirribonucleico (ADN) de 110 pessoas que padecem de enxaquecas.
Se este gene estiver defeituoso, pode activar esses nervos e produzir severas dores de cabeça conhecidas como enxaquecas, concluíram os cientistas.
Esta descoberta, publicada na revista médica especializada Nature Medicine, explica porque pessoas da mesma família podem, por vezes, padecer deste problema.
O estudo facilitará o desenvolvimento de novos fármacos para combater essa dor específica.
O médico Zameel Cader, neurologista do Functional Genomics Unit da Universidade de Oxford considerou que foi dado “um grande passo para compreender a razão porque algumas pessoas sofrem de enxaquecas e porque esse mal ocorre em determinadas famílias”.
Estudos prévios tinham identificado “partes do ADN que aumentam o risco na população em geral mas não os responsáveis directos pela enxaqueca comum”, acrescentou.
A enxaqueca é uma doença incapacitante, que afecta cerca de 15 % da população portuguesa, surgindo os sintomas entre os 17 e os 19 anos.
Fonte: Jornal de Notícias
Marketing: China e Índia fazem consumo mundial de energia disparar 40%
Setembro 29, 2010 by Inovação & Marketing
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O mundo vai assistir a um aumento “dramático” do consumo de energia até 2030, muito por culpa do crescimento das maiores economias emergentes.
Até 2030, o consumo de energia a nível mundial vai sofrer um aumento “dramático” de 40%. O preço a pagar, garante a Agência Internacional de Energia (AIE) no “World Energy Outlook”, é que sem uma mudança nas actuais políticas energéticas irá registar-se um aumento de seis graus nas temperaturas médias mundiais. A solução é apostar nas energias renováveis que deverão registar um aumento de 22% até 2030.
O relatório da agência sublinha que os dois maiores países emergentes, China e Índia, serão responsáveis por mais de metade do aumento do consumo energético no mundo, já que é impossível dissociar o crescimento económico de uma maior procura de energia. Aqui, a China bate todos os recordes. Só em 2010, o gigante asiático conseguiu ultrapassar o Japão e tornar-se na segunda maior economia mundial, atrás dos Estados Unidos. O Banco Mundial prevê que a China possa chegar a número um em 2025.
Mais rápida foi a sua chegada ao primeiro lugar do pódio no consumo de energia, que era ocupado pelos EUA há mais de um século. Em pleno cenário de recessão mundial, em 2009 a China consumiu 2.252 milhões de toneladas de petróleo e combustíveis equivalentes, enquanto os EUA ficaram 4% abaixo, com 2.170 milhões de toneladas. Esta ultrapassagem só era esperada por volta de 2015.
Em Pequim, o director da Administração Nacional de Energia, Zhou Xian, apressou-se a sublinhar os esforços para reduzir o consumo de energia e optar por fontes renováveis. O economista-chefe da AIE, Fatih Birol, diz que se a China implementar as políticas de ‘clean energy’ anunciadas recentemente no valor de 520 mil milhões de euros, poderá de facto abrandar o consumo de energia.
O problema, dizem os analistas, é que ao tornar-se no maior consumidor mundial a China passará a ditar as regras do uso de energia a uma escala global, desde os modelos de automóveis comercializados aos tipos de centrais energéticas construídas, determinando os padrões de consumo de energia muito além das suas fronteiras.
Fonte: Económico