Marketing: Ginásios low cost contra a crise
Fevereiro 7, 2012 by Inovação & Marketing
Filed under Notícias
A crise e o aumento do IVA estão a criar grandes dificuldades aos ginásios e muitos têm encerrado, mas esta é também uma oportunidade para experimentar modelos diferentes, como o low cost, com qualidade a preços baixos.
Quando analisam as despesas, os consumidores colocam entre as suas prioridades, a alimentação ou a habitação. A mensalidade para o ginásio poderá estar na lista dos primeiros gastos a cortar, apesar das vantagens para a saúde.
Esta gestão juntamente com o aumento do IVA, de 6 para 23 por cento, trouxe muitos problemas aos ginásios em todo o país. A par dos espaços tradicionais que descem preços e acabam por fechar portas, outras alternativas chegam a Portugal, como o low cost (baixo custo), mais conhecido entre as companhias aéreas, mas que a cadeia Fitness Hut instalou com um plano de ter 10 ginásios até final do ano.
O presidente da Associação de Empresas de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP), José Júlio Vale Castro, disse à agência Lusa que estas unidades «estão a ter muitas dificuldades por via da crise», mas também da subida dos impostos.
«Estimamos que os ginásios estejam a facturar menos 10 a 15%, na facturação bruta, o que equivale a menos 25 a 35% na facturação líquida, devido ao aumento do IVA, entre início de 2011 e início de 2012», especificou.
«Já há bastantes encerramentos, principalmente nos clubes pequenos. Os de maior dimensão que podem ainda viver a crédito estão a adiar essa tomada de posição catastrófica que constitui o encerramento», salientou o responsável.
José Vale Castro apontou outra situação que agrava as dificuldades dos ginásios face a outras actividades. «Nós, no sector dos ginásios, fomos convencidos há três anos de que a taxa era a reduzida e isso motivou a criação de investimentos e as empresas estão agora no meio» do seu pagamento.
Segundo um estudo da associação, que reúne 840 associados, «entre 2007 e 2011, os ginásios desceram cerca de 14% os seus preços» e, neste momento, não podem subir devido à redução do poder de compras das famílias, realçou ainda o presidente da AGAP.
«Há ginásios a reduzir o preço em desespero, para cativar clientes e conseguir ter facturação rápida, mas essas situações podem ser problemáticas em termos de médio e longo prazo», alertou José Vale Castro.
E os próximos meses não deverão trazer boas notícias para esta actividade já que se vão registar muitos encerramentos, segundo a AGAP.
As estimativas da associação levam o seu presidente a referir que os cerca de 14 mil monitores de várias áreas «estão neste momento em situação grave de poder ver o emprego em risco».
A par desta imagem preocupante, surge uma nova marca de ginásios, a Fitness Hut, que tem um espaço em Lisboa e pretende abrir unidades no Porto em Março, em Cascais em Abril e em Almada em maio, com o objectivo de chegar aos 10 ginásios no final do ano.
O criador do projeto, Nick Coutts, explicou à Lusa que a ideia é oferecer qualidade, com preço muito baixo, o que consegue através de um novo modelo de clube de fitness, num espaço sem piscina, «pois só 5% dos sócios a utilizam», sem SPA ou jacuzzi e sem um restaurante muito grande.
«O segredo é que estamos focados só no fitness, há muita coisa feita nos clubes tradicionais que têm um custo imenso e que só é utilizado por uma percentagem muito baixa de frequentadores», especificou.
Outro ponto de diferença realçado é a flexibilidade: «Oferecemos várias opções, para quem quer um compromisso de adesão para um ano, há um preço. Se quiser frequentar o ginásio por períodos mais curtos, por exemplo duas semanas, há outro valor».
Fonte: Agência Financeira
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