Inovação: MIT Portugal faz parcerias de 60 empresas com universidades

Dezembro 21, 2011 by  
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Os programas MIT e CMU Portugal estão a conseguir criar a ponte entre universidades e o meio empresarial. Parcerias que já estão a dar frutos.

Desde a formação avançada de topo para os seus colaboradores à criação de uma relação mais próxima entre o meio académico e o meio empresarial, são muitos os factores que atraíram, até agora, 59 empresas a colaborar com o programa MIT Portugal, actualmente no seu sexto ano.

Empresas como a Novabase, que destacam também o papel essencial que esta parceria tem tido ao “contribuir para mudar as universidades portuguesas por dentro. Com estes programas, os nossos docentes universitários foram expostos a uma realidade diferente. É um bom programa para todo o País, desde que haja empenho em tirar esse proveito”, aponta Manuel Beja, director de Desenvolvimento Organizacional da Novabase.

A “realidade diferente” que o programa traz prende-se com o modo como este facilita e potencia a internacionalização, com o intercâmbio de ideias, professores e alunos. “Actualmente, 25% dos estudantes de doutoramento e 32% dos de mestrado do MIT Portugal são estudantes de outros países que reconheceram o programa como uma mais-valia para o seu futuro”, salienta Paulo Ferrão, director nacional do MIT Portugal.

O responsável pelo programa acrescenta que é neste capital humano que se concentra o grande valor da iniciativa. “No futuro, teremos que continuar esta aposta no factor humano, o qual é fundamental para sermos competitivos a nível internacional. Pessoas qualificadas, com espírito empreendedor e integradas nas melhores redes de conhecimento internacionais, são, sem dúvida, necessárias e dotadas de uma visão que permite adaptar as tecnologias à solução de problemas locais em qualquer parte do mundo para gerar e utilizar novas tecnologias”, afirma Paulo Ferrão.

Desde que aderiu ao programa MIT Portugal, a EDP Inovação estreitou as suas relações com a universidade norte-americana, tendo-se tornado, nos últimos dois anos, a patrocinadora do “Clean Energy Prize”. Esta maior proximidade estimulou também a criação de um laboratório de prototipagem FabLab na EDP, à semelhança do que foi criado no MIT.

Ainda assim, é difícil de quantificar o impacto imediato destas medidas. “Os benefícios da inovação são difíceis de quantificar em dinheiro, no curto prazo. Para além de que alguns dos projectos ainda estão em curso ou em análise”, explica António Vidigal, presidente da EDP Inovação. Para o responsável da empresa energética, o importante é considerar os benefícios que se podem retirar no futuro. “Existe aqui uma lição que temos de aprender com o MIT, pois o salto tecnológico que se pretende dar no país só é possível se conseguirmos uma ligação muito mais próxima entre a universidade e as empresas”, defende.

Uma opinião partilhada pela Brisa, que actualmente co-coordena o mestrado de Sistemas de Infra-estruturas Complexas de Transportes e tem um dos seus quadros a terminar um doutoramento no programa. Para Jorge Sales Gomes, CEO da Brisa Inovação, esta ligação às empresas é uma relação que traz benefícios a todos os envolvidos. “Financiamos investigação, permite-lhes contratar mais bolseiros. Muitos desses bolseiros vão no futuro lançar as suas próprias empresas”, lembra, ao mesmo tempo que destaca a importância da continuação deste programa em Portugal. “O país está obviamente numa crise profunda. Mas a nossa crise é de conhecimento. Daí não criarmos empresas mais fortes. Temos de continuar a apostar neste programa para inverter esta tendência.

Paulo Ferrão, do MIT Portugal, mantém-se “optimista” na renovação do programa até 2016. Um optimismo que as empresas envolvidas também partilham, ainda que com algumas reservas. “A expectativa é que estes programas continuem, talvez não na totalidade, que pode ser irrealista dada a conjuntura económica, mas que algum ou alguns continuem. Seria insensato eliminar todos os programas, mesmo com a contenção orçamental”, admite Manuel Beja, da Novabase. “Muitas das relações estabelecidas já têm uma força muito própria, mas sem a presença do programa será mais difícil continuar a inovar”, acrescenta.

Empresas

1 – Brisa
“Criação de valor em contexto de mudança”. É assim que Jorge Sales Gomes, CEO da Brisa Inovação, justifica a disponibilidade imediata da sua empresa em aderir ao programa MIT Portugal. “A Brisa foi contactada logo desde o arranque, devido à nossa relação com várias universidades, tendo estado mesmo activamente ligada à estruturação do programa em Portugal”, explica o dirigente, que considera que o investimento continuado no programa é fundamental. “Não há outra alternativa que não seja investir mais, ou pelo menos o mesmo”. A Brisa é responsável pela co-coordenação do mestrado em Sistemas de Infra-estruturas Complexas de Transportes e tem um dos seus quadros a terminar um doutoramento no programa, com uma tese dedicada ao estudo da gestão e à disponibilização de melhor informação e serviço aos clientes.

2 – EDP
“Este programa congrega valências muito importantes para uma empresa como a EDP, nomeadamente porque junta referências académicas de classe mundial com um conjunto alargado de universidades nacionais prestigiadas”, aponta António Vidigal, presidente da EDP Inovação. “Nesse âmbito, tanto a EDP Inovação como a EDP S.A. foram parceiros institucionais e empresariais desde o princípio”. Esta parceria levou não só a empresa energética a patrocinar o “Clean Energy Prize”, organizado pela universidade norte-americana, mas também à criação, nas instalações da EDP, de um FabLab, “um laboratório equipado com equipamento de prototipagem de última geração que permite, utilizando as palavras do professor Neil Greshenfeld, construir quase tudo”, afirma António Vidigal.

3 – Novabase
“Ao entrarmos nesta parceria, tínhamos três grandes objectivos: proporcionar uma formação avançada de topo aos nossos melhores colaboradores; criar laços entre empresas e universidades, nomeadamente na área de investigação e desenvolvimento; e contribuir para mudar as universidades portuguesas por dentro”, recorda Manuel Beja, director de Desenvolvimento Organizacional da Novabase. O responsável da empresa defende a importância destes programas para uma melhoria geral na capacidade do país em criar valor através da inovação. “É um bom programa para todo o país, desde que haja empenho em tirar esse proveito. A relação entre universidades e empresas é, por vezes, difícil, porque os objectivos de ambos são erradamente vistos como irreconciliáveis”, aponta.

Fonte: Económico



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