Marketing: Google agita negócios de viagens
Dezembro 31, 2011 by Inovação & Marketing
Filed under Notícias
A incursão da Google no negócio das agências de viagens na web começou a agitar a indústria, com os concorrentes a acusar a gigante tecnológica de abusar do seu poder para ganhar terreno num mercado de 110 mil milhões de dólares (84.615 milhões de euros), adianta o Expansión.
Há algumas semanas a Google começou a alterar o formato do seu novo serviço de busca de voos nos EUA, de forma a que os seus próprios resultados tivessem uma localização preferencial no écran, ficando acima de sites como Expedia, Orbitz Worldwide e Priceline.com.
Uma procura no Google por voos a partir de Nova Iorque para Los Angeles, por exemplo, assume agora um lugar preferencial num gráfico interactivo desenvolvido pela própria empresa com as tarifas aéreas mais baixas, deixando nas posições seguintes as propostas dos principais sites de viagens que, de acordo com o mesmo meio espanhol, dependem da Google no que toca a uma sétima parte do seu tráfego, segundo afirma a companhia de análise de tráfego Compete.com.
A forma como a Google classifica e mostra os resultados das pesquisas converteu-se numa questão chave para o comércio electrónico moderno, no qual a Google assume um papel crucial nas decisões de compra. Se no passado a empresa se limitava a apresentar os resultados das buscas, agora imiscui-se cada vez mais nesses mercados, oferecendo desde música online até cupões de desconto.
No ano passado a Justiça dos EUA questionara a Google sobre os seus planos para adquirir a ITA Software, uma empresa de dados de vôos que impulsiona a nova ferramenta da Google, bem como de alguns dos seus concorrentes, como Orbitz e Kayak Interactive. A Google assegurou então aos sites de viagens que incluiria os seus resultados nas pesquisas, ainda que muitas delas se tenham oposto a negociações.
No fim, e depois de várias concessões da parte da empresa tecnológica, a Justiça deu o aval ao negócio, tendo ficado acordado que a informação sobre as viagens estariam disponíveis para os concorrentes. Ainda que a entidade não tenha exigido a vinculação directa aos sites de viagens, a Google garantiu que criaria ferramentas para gerar mais tráfego a estas plataformas das companhias aéreas e agências de viagens.
Como informa o Expansión, a empresa reconhece não ter cumprido a promessa de remeter para os sites das agências de viagens, mas assegura não ter tido outra opção. «As companhias aéreas disseram-nos que não nos dariam informações sobre viagens se facilitássemos os links de reservas das agências de viagens online», afirmou num seminário da indústria, no mês passado, Jeremy Wertheimer, fundador da ITA e actual vice-presidente de engenharia da Google. O executivo adiantou ainda que a Google quer incluir sites de viagens na sua plataforma, e que continuarão a tentar, para ver se a situação se altera.
À data, não há indícios de que os consumidores tenham sido prejudicados. Consultas idênticas no Google e nos principais sites de viagens deram origem, quase sempre, às mesmas tarifas mais baixas. Também a Bing, da Microsoft – o maior adversário da Google -, coloca a sua ferramenta de pesquisa de voos no topo dos resultados.
A ferramenta de pesquisa de voos da Google é uma mais valia para as companhias aéreas que há algum tempo que têm vindo a lutar para retirar tráfego às agências de viagens online, que combram pelas reservas. No ano passado, estes sites venderam cerca de 17.500 milhões de dólares (mais de 13 mil milhões de euros), cerca de um terço dos voos reservados através da internet, faz notar a PhoCusWright. Processar uma reserva feita através de uma agência online custa às companhias aéreas mais de 11 dólares, ao passo que uma reserva na sua própria página lhes custa menos de um dólar, adianta o analista da Atmosphere Research, Henry Hartveldt.
Ainda este ano a Google tentou eliminar os sites considerados de baixa qualidade que apareciam no topo da página nos resultados de busca. No entanto, dezenas de sites queixaram-se de que a empresa os estava a discriminar, ao passo que outros elogiaram a Google por estar a melhorar os resultados.
Fonte: Marketeer
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