Empreendedorismo: Por que as “startups” portuguesas não conseguem valer mil milhões

Abril 9, 2013 by  
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A dimensão dos mercados internos, as facilidades de financiamento e a estratégia de saída. Estes são três factores que diferenciam a experiências das “startups” norte-americanas e portuguesas.

Treze “startups” tecnológicas foram avaliadas em mil milhões de dólares, em poucos anos. Entre estas, encontram-se o Facebook, Dropbox e o Instagram. Nos Estados Unidos há 13 empresas que, em seis anos, atingiram avaliações daquele nível, transformando negócios de garagem em impérios a nível mundial. Por que razão nunca surgiu uma “startup” em Portugal que tivesse chegado àquele patamar?

Contam-se pelos dedos de uma mão aquelas que foram vendidas por alguns milhões, o que é de louvar, mas infelizmente ainda não houve nenhuma que tenha sido vendida por mais de mil milhões de euros. Talvez exista uma empresa candidata a este valor, com vendas que têm crescido a dois dígitos todos os anos. Tem sede em Portugal e faz-se representar em mais de 20 países. Talvez seja esta a primeira empresa que começou com uns amigos, e de que não posso revelar o nome, a ser vendida por mais de mil milhões de euros.

Do meu ponto de vista, há três razões para não se conseguir chegar a esta meta em Portugal.

Economia interna. Nos Estados Unidos, qualquer “startup” que tenha sucesso não precisará de sair do seu território para chegar à meta dos mil milhões. Não necessita, por isso, de ajustar-se a outros países, que exigem adaptação dos seus produtos ao idioma local, adaptação às leis do país, entendimento da cultura, e saber ser nacional num país em que se é estrangeiro. Tudo isto são barreiras que os americanos não enfrentam. O seu mercado interno é suficiente para alcançar um volume elevado de vendas sem terem de internacionalizar a empresa. Em Portugal, existe aquela barreira. Tem de ser combatida com a internacionalização e com muita experiência que, nesta área, é muitas vezes mortífera e consumidora de capital.

Financiamento. Nos diferentes níveis de crescimento que uma empresa conhece, desde o “seed capital”, ao “early-stage” e ao “growth”, a escala de investimento é muito diferente em Portugal quando comparada com a dos Estados Unidos da America. Nos EUA, o “seed capital” varia, normalmente, entre 250 mil dólares e um milhão de dólares, que é investido pelos próprios promotores, amigos e família. Em Portugal, estes valores só são comportados por uma sociedade de capital de risco, o que exige, numa fase precoce da empresa, uma análise muito rigorosa que raramente leva aquela empresa a investir. No “early-stage” investem-se um a cinco mil milhões de dólares nos Estados Unidos e este dinheiro é, normalmente, aplicado por capitais de risco regionais ou por investidores privados, como “business angels”. Em Portugal, tal como no caso anterior, estes valores só são comportados pelas capitais de risco e raramente chegam a valores tão elevados, pois nesta fase ainda há muito risco para o investidor. Por último, existe a fase de crescimento, “growth”, que é alimentada por “private equities”, tanto nos EUA como em Portugal, com os seus investimentos a variarem entre cinco milhões e 50 milhões de dólares. Há uma grande lacuna na aposta do capital-semente, pois os empreendedores portugueses não têm dinheiro para financiarem o arranque e dificilmente conseguem convencer investidores institucionais. Por este motivo, perdem-se muitas oportunidades de construir uma empresa de sucesso com capital adequado para proporcionar o seu crescimento.

Saída. Por último, há a estratégia de saída. Em Portugal, ao contrário daquilo que sucede nos EUA, não há uma tradição forte de construir uma empresa para mais tarde a vender. O habitual é construir uma empresa para deixar de ter um chefe e conseguir um ordenado razoável. Os americanos pensam de maneira diferente. Querem construir um império para enriquecerem com o trabalho que realizaram e não para se sustentarem com o capital que gera a empresa. Sem uma estratégia ambiciosa de saída também não há uma estratégia ambiciosa de crescimento, o que leva muitos investidores a desistirem das empresas.

Fonte: Jornal de Negócios

Marketing: Marcas de luxo garantem 60% das vendas com turistas

Abril 9, 2013 by  
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As marcas de topo continuam a abrir lojas. Na Avenida da Liberdade, onde se concentram algumas das maiores, apesar da crise, há procura.

O país vive tempos incertos com a crise, o desemprego, a carga fiscal a contracção no consumo. Mas, entre as dificuldades, tambémhá negócios que se movem em contra-ciclo e que prosperam. É o caso de marcas de luxo como Max Mara, Longchamp ou Fashion Clinic, que continuam a apostar na expansão do negócio no país e a a aumentar vendas.

É certo que as marcas que estão instaladas na Avenida da Liberdade, em Lisboa – que concentra muitas lojas de ‘griffes’ de luxo – têm assegurado um fluxo turístico que lhes garante grande parte do negócio. São os clientes brasileiros, angolanos, chineses ou russos que respondem por mais de 60% das vendas das lojas de luxo da ‘avenida’. E todas querem lá estar.

Fonte: Económico

Marketing: Vendas de marcas de fabricantes estão a crescer mais que as marcas próprias

Abril 9, 2013 by  
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As vendas em valor de marcas de fabricantes estão a crescer a um ritmo superior ao das marcas próprias (da distribuição), de acordo com dados da Nielsen sobre o mercado português, a que a Lusa teve hoje acesso.

As marcas próprias ou de distribuição são criadas pelos retalhistas, enquanto as restantes são desenvolvidas pelo fabricante de uma marca ou serviço.

De acordo com os dados, no final de fevereiro, as marcas de fabricantes cresciam, em valor, 2,6%, acima das marcas de distribuição, que avançavam 1,9%.

Em janeiro, as vendas de marca da distribuição, vendidas pelas cadeias de supermercados ou hipermercados, cresciam 3,3%, enquanto no final de dezembro o ritmo era de 5,5% e um mês antes era de 6%, o que demonstra o abrandamento na comercialização deste tipo produtos.

Por outro lado, as marcas de fabricantes, que tinham vindo a perder terreno face às marcas próprias, inverteram a tendência.

Em novembro passado, de acordo com dados da Nielsen, as vendas em valor dos produtos da marca de fabricantes regressaram a terreno positivo, ao crescer 0,3%, depois de ter estado a cair durante o segundo semestre de 2012.

Em dezembro, as vendas estagnaram, tendo voltado a crescer em janeiro, a um ritmo de 1,9%, com fevereiro a representar a sua maior subida (de 2,6%) desde maio de 2012.

Instada pela Lusa a comentar estes dados, a diretora-geral da APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, Ana Isabel Trigo Morais, considerou um “sinal positivo da verdadeira concorrência” entre as marcas de fabricantes e as marcas de distribuição”.

De acordo com a responsável, “as marcas de distribuição tiveram um crescimento muito expressivo em Portugal nos últimos dois a três anos” e agora é natural que aconteça um reajustamento do mercado.

“Agora chegou a um momento em que o crescimento abranda”, disse.

“Todas as marcas estão a ajustar as suas propostas de valor ao bolso do consumidor”, concluiu.

Por segmentos de negócio, na alimentação, os fabricantes ganham as vendas (subida de 3,7%), crescendo acima das marcas de distribuição (2,7%).

Nas bebidas, o crescimento das vendas para os fabricantes é de 1,6% no final de fevereiro, enquanto nas marcas próprias registou-se um decréscimo de 3,6%.

Também na higiene do lar os fabricantes levam a melhor sobre as marcas da distribuição (subida de 2,2% contra aumento de 0,9%, respetivamente), e só na área da higiene pessoal é que a marca própria ganha terreno (cresce 0,8% enquanto os fabricantes perdem 0,3% em vendas).

No total, os bens de grande consumo aumentaram 2,3% a faturação em fevereiro, face ao mês anterior, o qual tinha registado um crescimento mensal de 3%.

Em termos homólogos, o mercado de grande consumo no final de fevereiro cresceu 2,7% para 1,2 milhões de euros.

Fonte: Dinheiro Vivo