Economia: Crise destruirá mais 70 mil empregos em Portugal

Julho 16, 2010 by  
Filed under Notícias

O Banco de Portugal antevê mais dificuldades para 2011. Uma nova recessão não está afastada e o desemprego vai continuar a crescer. Este ano a economia deverá crescer mais do que o Governo previa.

A economia portuguesa não vai criar emprego tão cedo, muito pelo contrário. Até ao final do próximo ano, pelo menos, o mercado de trabalho vai continuar a degradar-se de tal forma que serão destruídos pouco mais de 70 mil postos de trabalho. Ao contrário do Governo, o Banco de Portugal (BdP) mostra-se pouco optimista quanto à diminuição do desemprego e apela a uma reforma laboral mais agressiva.

“As actuais projecções contemplam uma redução do emprego de 1,1 e 0,3% em 2010 e 2011, respectivamente”. A frase pode ler-se no Boletim Económico de Verão do BdP, ontem divulgado. Ora, aplicando os cortes esperados pelo Banco no total da população empregada, conclui-se que, só este ano, serão destruídos cerca de 55.600 empregos. Para o ano, mais do mesmo, mas em menor escala, com a economia a eliminar 15 mil postos de trabalho. Ou seja, em dois anos, Portugal vai ter menos 70.600 empregos e a população desempregada vai chegar às 600 mil pessoas – uma subida de 13%.

Mais: assumindo que até ao final do próximo ano a população activa se vai manter relativamente constante, Portugal pode terminar 2010 com uma taxa de desemprego de 10,5% (pior que a previsão do Executivo). Só por si, já será o valor mais elevado de sempre. Mas já diz a Lei de Murphy que nada é assim tão mau que não possa ainda piorar. E, de facto, o desemprego vai voltar a subir em 2011, para 10,7%, renovando o máximo histórico.

A projecção do BdP para o emprego coloca em xeque o optimismo do Governo. É que, em 2010, o Executivo também espera um recuo no emprego na ordem de 1%, mas para o próximo ano já acredita na recuperação do mercado de trabalho e espera uma criação de emprego de 0,4% – são as previsões mais recentes do Governo. Ou seja, Sócrates está confiante na criação 20 mil postos de trabalho no próximo ano, mas a instituição liderada por Carlos Costa diz que é preciso as coisas correrem bem para não se destruírem muito mais que 15 mil postos.

Fonte: Económico



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