Inovação: «A inovação não é exclusiva de ninguém, é obrigação de todos»

Outubro 21, 2010 by  
Filed under Notícias

“A inovação não é um exclusivo de ninguém e a nossa aptidão para potenciar a capacidade criativa e de desenvolvimento que existe nos engenheiros do nosso país consiste em fazer parcerias [com as universidades].Eis a opinião de Zeinal Bava, que explicou ao “Ciência Hoje” (CH) a importância do papel da Portugal Telecom (PT) no desenvolvimento da investigação que é feita em Portugal, assim como a abertura do laboratório Sapo na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

De acordo com o presidente executivo da PT, o apoio que esta empresa presta à ciência consiste no financiamento de bolsas de investigação, na construção de laboratórios dentro das universidades e na aposta em projectos “com grande viabilidade” de mercado. “Tudo isto permite que docentes e alunos possam ver as suas ideias concretizadas e utilizadas pelas pessoas”, perpetuando-os, sublinhou o empresário.

Zeinal Bava acredita que desta forma é possível trabalhar a inovação com objectivos de curto prazo, numa perspectiva de “melhoria continua”; de médio prazo, ao que chama de “inovação planeada”; e de longo prazo, designada por “inovação exploratória”. “É no equilíbrio entre estes três tipos de inovação” que a PT vai continuar a rentabilizar o que faz diariamente, assegurou.

Na sua opinião, o sucesso das parcerias entre empresas e entidades académicas passa pela partilha e pelo trabalho com abertura, que deve caracterizar os projectos de I&D. “A inovação é uma obrigação de todos e só pode ser potenciada se trabalharmos numa cultura de rede”, frisou, acrescentando que a colaboração com as universidades é algo que pretende “continuar a incentivar e a aprofundar”.

Proximidade com o talento e cultura de risco acentuada

Celso Martinho, director tecnológico da Sapo também explicou ao nosso jornal a importância dos laboratórios criados pela PT nas universidades de Aveiro e do Porto. Para além de proporcionarem “proximidade com o talento, são espaços por excelência onde se pode fazer muita experimentação e ter uma cultura de risco mais acentuada”, algo “difícil de obter num ambiente mais ligado ao negócio”. O mesmo reforçou também que, se os projectos “não derem em nada, está tudo bem porque isso faz parte da fórmula de sucesso”.


Celso Martinho acredita na cultura de risco (clique para aumentar)

Relativamente a estes dois laboratórios, Celso Martinho considera que o da Universidade de Aveiro (UA) está “um pouco mais avançado”, na medida em que também já foi concebido há mais tempo. “Já temos vários projectos que conseguiram dar a o salto para o ambiente comercial, como o Sapo Campus, e esperamos conseguir fazer o mesmo com o laboratório da UP”, que foi ontem inaugurado, embora funcione há vários meses.

O projecto Sapo Campus, desenvolvido no laboratório da UA, resultou do reaproveitamento de várias tecnologias que o portal Sapo tem de suporte – vídeos, fotografias, blogs, etc. – “e que a universidade, dentro de um laboratório, conseguiu encapsular num produto novo”. Trata-se de uma ferramenta de apoio ao processo de aprendizagem em que os docentes e os alunos podem gerir os conteúdos que produzem na sala de aula, em vez de usar as ferramentas públicas de blogging e de vídeos para utilizarem esse material.

“Agora têm um espaço próprio onde podem construir essa base de dados de conhecimento das suas cadeiras”
, destacou Celso Martinho, adiantando que a PT pretende “propor o produto a outras entidades ligadas ao ensino e que não sejam necessariamente universidades”.

A tecnologia é um meio para atingir um fim

Zeinal Bava falou também sobre o investimento da PT em novas tecnologias, dizendo que este é “um imperativo estratégico da empresa”. O presidente executivo sublinhou que a tecnologia é “um meio para atingir um fim”, e nunca a finalidade em si, acrescentando que esta “tem que estar disponível para que as empresas possam desenvolver serviços que melhorem a sua eficiência e eficácia e a qualidade de vida das pessoas”.

O empresário assumiu que a PT está “comprometida” com a quarta geração, mas advertiu que a sua “massificação” está além do trabalho que pode ser feito pela sua empresa, pois terá a ver directamente com os custos dos equipamentos terminais. “Podemos ter a quarta geração disponível mas, se os equipamentos terminais forem muito caros, as pessoas não vão usar”, pelo que, na sua opinião, a massificação vai depender de “um esforço de toda a indústria e, acima de tudo, do que for investido no desenvolvimento de aplicações”.



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