Marketing: Consumidores portugueses são os mais pessimistas do mundo

Outubro 26, 2010 by  
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No relatório sobre a confiança do consumidor realizado pela Nielsen junto de 53 países de todo o mundo, Portugal ocupa a última posição.

No terceiro trimestre de 2010, os consumidores portugueses foram os mais pessimistas em relação às perspectivas que têm no âmbito do actual contexto económico, segundo o estudo da consultora Nielsen.

O optimismo dos consumidores a nível global caiu no terceiro trimestre do ano, face ao trimestre anterior, com o índice de confiança a descer de 93 para 90 pontos. Nos EUA e na Europa foi onde se verificaram as quedas mais evidentes.
Portugal não foi escrutinado no segundo trimestre, mas entrou na análise do primeiro trimestre. Nessa altura, ficou na antepenúltima posição da confiança dos consumidores, numa amostra de 55 países.

No mais recente estudo da Nielsen, hoje divulgado, para muitos consumidores os rendimentos discricionários atingiram o mais baixo nível desde que a consultora deu início a esta análise trimestral, há quatro anos. Neste momento, 27% dos norte-americanos, 19% dos europeus e 16% dos latino-americanos dizem que não lhes sobra dinheiro depois de custearem as despesas essenciais.

A perspectiva das medidas de austeridade tem penalizado a confiança na Europa, numa altura em que os governos tentam reduzir os elevados níveis de endividamento. E Portugal revela ser o mais pessimista a nível mundial, conforme demonstram as conclusões do relatório da Nielsen a que o Negócios teve acesso.

Os portugueses têm assim a pontuação mais baixa: 44 pontos. Qualquer pontuação abaixo dos 100 indica pessimismo em relação às perspectivas dos consumidores no actual contexto económico.

O Japão ocupa o penúltimo lugar da tabela de confiança dos consumidores, com 52 pontos. Os mais optimistas são os indianos, com 129 pontos, seguidos da Tailândia (117 pontos), Austrália (115 pontos), Indonésia (115 pontos) e Filipinas (115 pontos).

A confiança dos consumidores diminuiu em 19 dos 53 países sondados neste terceiro trimestre.

O aumento do preço dos alimentos é uma das maiores preocupações evidenciadas por um em cada quatro asiáticos. Já na Europa, os maiores receios prendem-se com a crescente subida dos preços das “utilities”.

Sul da Europa com perspectivas mais recessionistas

Na Europa Ocidental, em termos geográficos, os países nórdicos consideram que se voltou a entrar na via da retoma. Já os consumidores do Sul da Europa apresentam o pensamento mais recessionista, revela a Nielsen.

Da amostra global, quando questionados sobre onde usam o dinheiro que resta depois de pagarem as despesas essenciais para a sua sobrevivência, os consumidores colocam no topo (49% contra 47% há um ano) a poupança, seguida de novas roupas (34%, contra 31% em Setembro de 2009) e férias (33%, contra 37% no trimestre anterior e 33% há um ano).

A nível regional, a Ásia-Pacífico foi a região que se mostrou mais confiante em termos mundiais, com um índice médio de 98 pontos, seguida de perto do Médio Oriente/África com 97 pontos.

No primeiro trimestre do ano, Portugal apresentava uma pontuação de 51 pontos e só a Croácia (48 pontos) e Lituânia (46 pontos) se mostravam mais pessimistas. Nessa altura, a confiança dos consumidores tinha aumentado em 41 dos 55 países analisados, face ao trimestre anterior. Os consumidores portugueses, quando questionados se achavam que o seu país já teria saído da recessão económica 12 meses depois (no primeiro trimestre de 2011), responderam maioritariamente (64%) que achavam que não, ao passo que 13% achavam que sim e 23% disseram não saber.

Este último estudo da Nielsen foi levado a cabo entre 3 e 21 de Setembro, abrangendo 26.000 consumidores de 53 países. O estudo baseia-se na confiança dos consumidores no mercado de trabalho, estatuto e finanças pessoais, bem como na sua disponibilidade para consumir.

Neste último relatório da Nielsen, no qual foram inquiridos 14.029 consumidores online de 28 países no final de Junho de 2009, 71% respondeu que o respectivo país se encontrava em recessão, comparado com os 77% de Março do actual ano.

Fonte: Jornal de Negócios

Inovação: Kindle vai permitir aos seus utilizadores emprestar livros electrónicos

Outubro 26, 2010 by  
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Tal como acontece no mundo não digital, os utilizadores do leitor de livros electrónicos Kindle vão poder emprestar os e-books que comprarem a outras pessoas. Esta possibilidade será introduzida até ao final do ano.

Há, porém, duas coisas que os utilizadores devem saber acerca deste empréstimo: a primeira é que durante os 14 dias em que o livro estará na posse da pessoa a quem se emprestou a obra, o proprietário original do e-book não poderá ter acesso a ele; a segunda é que só se pode emprestar cada livro uma única vez.

Convém igualmente explicar que a decisão de tornar as obras disponíveis ou não para empréstimo está a cargo das diferentes editoras e não da Amazon. Os analistas acreditam que esta decisão de empréstimo – que, na prática, ainda não se sabe como vai acontecer, se via wi-fi ou 3G – foi “forçada”, após a cadeia de livrarias americana Barnes&Noble ter criado a tecnologia “LendMe” com o mesmo propósito, para os seus aparelhos Nook.

O Kindle – da gigante online Amazon – é um aparelho para ler livros e jornais em formato electrónico que começou a ser vendido para Portugal há cerca de um ano. O dispositivo funciona através de wi-fi e da rede 3G e é possível descarregar (em qualquer lugar onde esta rede tenha cobertura) os e-books que se compram na Amazon. É igualmente possível fazer o download de livros através do computador, e depois passá-los para o dispositivo.

Para além da novidade anunciada pela Amazon para os livros electrónicos, há outra: até ao momento, a imprensa periódica comprada através do Kindle só podia ser lida nesse dispositivo. Dentro de pouco tempo, isso irá mudar. A Amazon irá certificar-se que os assinantes de jornais e revistas através do leitor de e-books poderão ler esses títulos através das aplicações para outros dispositivos móveis, como o iPhone, o iPad, o iPod Touch e smartphones com o sistema operativo Android.

Estas novidades da Amazon acontecem numa altura em que se está a operar uma revolução na maneira de ler. A empresa anunciou igualmente esta semana ter vendido, durante o mês passado, mais livros electrónicos para o Kindle do que livros de capa dura e de capa mole combinados das listas dos 10, 25, 100 e 1000 livros mais vendidos.

Além disso, a Amazon também informou que já vendeu até este mês de Outubro mais aparelhos Kindle de nova geração (lançado em Agosto último) do que durante todo o último trimestre do ano passado, que costuma ser o mais forte do ano. O próprio aparelho está entre os artigos mais vendidos quer na loja americana quer na loja britânica da Amazon – mas a empresa nunca revela números de vendas. Sem custos de armazenamento e transporte, o negócio dos livros electrónicos permite à gigante dos livros online grandes margens de lucros.

Analistas estimam que o próximo Natal será uma época forte para os leitores de e-books. Para além do Kindle – que foi o primeiro a aparecer – há outros modelos, de diferentes empresas, a competir por quota de mercado, nomeadamente o Nook, da Barnes&Noble (que deverá em breve lançar um novo modelo, mesmo a tempo das compras natalícias), e o Sony Reader.

Na semana passada, a Fnac anunciou igualmente o lançamento do seu FnacBook, que estará disponível em França (de onde a empresa é originária) no próximo mês de Novembro. O PÚBLICO já tentou saber quando estará este aparelho à venda em Portugal mas até agora ainda não conseguiu obter qualquer resposta.

Fonte: Público