Inovação: 7 passos para chegar à inovação

Novembro 24, 2010 by  
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Um caminho para alcançar o pensamento inovador e transformar organizações em ambientes criativos.

Com um pequeno esforço de memória, qualquer um pode listar alguns nomes de pessoas que considera geniais. Gente que revolucionou seu tempo com um pensamento original ou com invenções que transformaram a vida da humanidade, como Leonardo da Vinci, Antoine Laurent de Lavoisier, Charles Darwin, Alberto Santos Dumont, Albert Einstein… Mas o que terá tornado essa gente excepcional? O escritor americano Steven Johnson, especializado em divulgar estudos sobre a sociedade, a ciência e as ideias, faz uma proposta ousada em seu mais recente livro, Where good ideas come from – The natural history of innovation (De onde vêm as boas ideias – A história natural da inovação, ainda sem data de lançamento no Brasil). Para ele, a genialidade é uma ideia romântica. Momentos de iluminação individual seriam raríssimos. Lembramos deles apenas porque resultam em histórias agradáveis sobre o progresso.

O caminho que leva à inovação, diz ele, é outro: longo, descontínuo e errático. Percorrê-lo com sucesso significa principalmente conectar ideias – as próprias e as alheias, as novas e as antigas –, em vez de se isolar à espera de sacadas extraordinárias. E essa conexão só acontece em ambientes em que as pessoas possam interagir como se fossem os neurônios de um grande cérebro coletivo. “Não é que não existam pessoas extraordinárias, mais espertas que a maioria de nós”, afirmou Johnson em uma entrevista por e-mail a ÉPOCA. “A questão é que os talentos podem ser aperfeiçoados (ou reduzidos) dependendo do lugar onde estejam. Se tentássemos colocar a mente de Steve Jobs (presidente da Apple) para trabalhar em empresas convencionais, desconfio que ele não se sairia tão bem.”

De acordo com essa tese, a genialidade seria a capacidade de destilar, aos poucos, o melhor do caldo das ideias existentes. Não é que não exista a descoberta, o “eureca!” (descobri, em grego antigo) que o matemático Arquimedes teria gritado, saindo pelado da banheira, quando lhe veio à mente o conceito de empuxo. É que ele faz parte de uma cadeia de outras descobertas, menores, às quais geralmente não damos valor. Fascinado pela evolução das ideias – dois de seus seis livros anteriores abordam o assunto –, Johnson estudou o contexto que levou ao desenvolvimento de várias ideias na história. E propõe um caminho para alcançar o pensamento inovador e transformar organizações em ambientes criativos. A seguir, alguns dos principais modos de fazer isso, segundo ele.

1. A GESTAÇÃO DEMORA
Uma impressão ou uma intuição precisam de tempo, pesquisa e observação para virar uma ideia. Johnson chama essa gestação de “slow hunch”, o “palpite demorado”. É corrente a ideia de que Darwin, ao ler a teoria de Thomas Malthus sobre a disparidade entre a produção de alimentos e o crescimento da população, teve um estalo e formulou a teoria da seleção natural. Johnson desmonta essa análise superficial, mostrando que Darwin era um homem rigoroso em suas anotações. Durante anos, registrou observações, citações, ideias improvisadas e rascunhou diagramas. Estava constantemente relendo suas notas e questionando suas implicações. Os principais pontos da seleção natural estavam em seus cadernos. O “insight malthusiano” veio só depois e o ajudou a completar o raciocínio.

2. A IDEIA TEM VÁRIAS MÃES
Uma pessoa inovadora é aquela que consegue combinar e recombinar ideias anteriores. Ao formular a teoria da relatividade, em 1905, o físico Albert Einstein usou estudos do matemático Jules Henri Poincaré. Daí a importância de um espaço livre para ideias: mesmo as mais loucas podem um dia servir. Poincaré formulou em 1904 uma conjectura que só foi demonstrada em 2002, pelo matemático Grigori Perelman. “As pessoas costumam pensar que fazemos uso só do conhecimento e dos cálculos e, com isso, chegamos às teorias”, diz Jacob Palis, doutor em matemática pela Universidade da Califórnia e pesquisador do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). “Longe disso. Nós perseguimos palpites. Há casos em que tenho sucesso e há casos em que a pergunta fica no ar, até que outras pessoas se interessem por ela.”

3. O GRUPO INOVA MAIS
“A ideia não é uma coisa só. Está mais para um enxame”, afirma Johnson. Quando a informação circula, criamos uma rede fluida, inteligente, receptiva a novidades. É principalmente essa a razão por que as grandes cidades são ambientes mais férteis à inovação em comparação com as pequenas. “A densidade das redes formadas nas primeiras cidades propiciou a circulação de ideias. Elas transbordaram e, por causa disso, foram preservadas para as futuras gerações”, escreve Johnson. Em ambientes menores, como empresas, também é possível formar essas redes de ideias. O jeito mais simples de fazer isso é permitindo um espaço para conversas informais. É mais eficiente do que reuniões de brainstorm (em que todos são instados a dar palpites absurdos, na esperança de surgir uma ideia genial), segundo Johnson, porque as ideias não respeitam cronogramas. A arquitetura também influi. Ela precisa unir as pessoas, em vez de separá-las em grupos fechados. Esse pensamento inspirou a Microsoft a construir espaços físicos mutáveis, das mesas às paredes, em sua área de pesquisa. A Apple faz isso nos projetos de trabalho em grupo: favorece o contato franco e intenso entre todo tipo de profissional, todo tipo de inteligência.

4. PRESTE UM POUCO DE DESATENÇÃO
Muitas vezes, esquecer o problema ajuda a achar a solução. As ideias se beneficiam de uma dose de dispersão. Elas podem vir durante o sono, no banho, numa caminhada ou na prática de um hobby. Um exemplo ilustre é do matemático francês Jules Henri Poincaré. Ele passou 15 dias tentando provar que as funções propostas pelo matemático Lazarus Immanuel Fuchs não existiam. Um dia, saiu da rotina e tomou café preto, algo que não costumava fazer. Sem conseguir dormir, começou a ter alguns palpites promissores. No dia seguinte, percebeu que estava errado e provou as conjecturas – a que generosamente chamou de fuchsianas.

5. O VIZINHO PODE EMPRESTAR
Algumas das melhores ideias já existem – só precisam de alguma adaptação. Foi o que fez, por exemplo, o obstetra francês Stephane Tarnier, em 1870. Em Paris, naquela época, um em cada cinco bebês morria poucos dias depois de nascer.Um dia, passeando pelo zoológico, ele notou que os pintinhos eram mantidos em recipientes aquecidos. Se o princípio era bom para os pintinhos, por que não para os humanos? Ele criou então a primeira incubadora, colocando recipientes com água quente embaixo das caixas de madeira que serviam de berços.

6. A AJUDA DOS ERROS
Uma ideia inicialmente promissora pode chegar a um resultado ruim. Isso se chama erro. E ele é útil. O ambiente inovador tolera os enganos, estuda os resultados indesejados e os transforma em aprendizado, em benefício das ideias seguintes. Johnson cita o exemplo do teólogo britânico Joseph Priestley. Ele tinha o costume de fazer experimentos científicos para provar suas crenças teológicas. Um dia, colocou uma planta em uma jarra, privando-a de oxigênio. Esperava que a planta morresse, mas ela continuou viva. O resultado o encorajou a continuar suas pesquisas. Esse experimento levou a outros, de outros cientistas, e assim se descobriu o processo da fotossíntese.

7. A OBSESSÃO COM NOTAS
A insólita jornada da inovação depende da profusão de informações – uma espécie de bagunça organizada. Era assim que Darwin fazia em seus cadernos, repletos de rabiscos, desenhos, pensamentos. Ordenar essas ideias pode atrapalhar mais que ajudar, porque engessa o raciocínio. Anotações esparsas facilitam a recombinação das teses, o olhar com nova perspectiva. Mas há um risco oposto: anotar, anotar, e não parar para ligar os pontos. Essa foi uma das falhas que impediram a polícia federal americana, o FBI, de prevenir o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001. Em julho, um relatório do agente Ken Williams alertava sobre seguidores de um certo “Usama Bin Laden” que faziam cursos de aviação civil. Williams entrevistara alguns deles e descobrira que tinham ligações com movimentos islâmicos radicais. O documento foi classificado como um “palpite especulativo, não significativo”, e permaneceu no limbo do FBI. Outro relatório ignorado dentro do FBI mencionava que um certo Zacarias Moussaoui, aluno de aviação, tinha intenção de jogar um avião contra o World Trade Center. As informações não se encontraram, o FBI não agiu e os aviões pilotados por terroristas atingiram seus alvos meses depois.

Nesse caso extremo, um processo mais acurado de ligar informações poderia ter salvado a vida de cerca de 3 mil pessoas. Em outros casos, o prejuízo é um invento que deixa de ser feito, um trabalho que fica pior, um paciente que deixa de ser tratado. É fácil perceber a falta de conexão no FBI, mas quanto nós mesmos não trabalhamos isolados? “Um dos maiores problemas das empresas é que elas dividem as pessoas em silos – engenheiros aqui, o financeiro ali”, disse Johnson a ÉPOCA. “O pensamento inovador frequentemente vem quando as ideias cruzam fronteiras.”

Fonte: Revista Época – Globo Brasil

Inovação: Borras de café vão servir para produzir biodiesel

Novembro 24, 2010 by  
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Projecto de investigação da Delta Cafés quer ainda reaproveitamento dos desperdícios para extracção de óleos e antioxidantes.

A Delta Cafés tem em curso um projecto inovador a nível ibérico para valorizar borras de café, que investiga a sua reutilização energética e possível reaproveitamento para extracção de óleos e antioxidantes, gerando subprodutos de valor comercial, de acordo com a agência Lusa.

A iniciativa, intitulada ReThink Eco-Project: Redução, Reutilização, Reciclagem e Valorização de Resíduos da Indústria do Café, insere-se no Programa de
Sustentabilidade «Planeta Delta».

Financiado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), o projecto arrancou em 2009 e «só termina em Março de 2011», explicou este domingo o director de Inovação da Delta Cafés, Marco Miranda.

A empresa, por enquanto, disse, está centrada na valorização dos resíduos das cápsulas de café Delta Q ¿ as borras e também o plástico das embalagens – e na optimização da logística de recolha desses resíduos.

Embora ainda sem dados finais, o responsável garantiu que, da borra, é possível extrair «elementos ricos, como óleos essenciais e para a produção de biodiesel e indústria de produtos naturais, e também antioxidantes, já que muitos dos produtos anticelulíticos e de beleza têm como componente activa a cafeína».

«Sabemos também que, se queimarmos a borra, para produção de vapor e co-geração, podemos reincorporar energia nas nossas instalações. Ou, então, podemos criar biogás, utilizando-o igualmente como fonte de energia», acrescentou.

A Delta Cafés já desenhou recipientes próprios para deposição das cápsulas usadas, chamados «capsulões», distribuídos, por exemplo, «na lojas Delta Q e nos 22 departamentos comerciais nas principais capitais de distrito».

No futuro, depois de a investigação definir quais as «soluções economicamente viáveis» para valorização da borra, a Delta equaciona alargar o projecto ao canal Horeca e, assim, recolher os resíduos dos cafés, restaurantes e bares.

Fonte: Tvi 24

Marketing: Clientes de lojas ‘online’ disparam com a crise

Novembro 24, 2010 by  
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Os portugueses compram cada vez mais através da Internet. ‘Sites’ como eBay, leiloes.net ou Miau.pt estão entre os mais procurados.

Electrónica, telemóveis, videojogos e equipamento de informática são os produtos que os portugueses mais compram via web. No último ano, as compras de artigos ‘online’ têm aumentado, sobretudo de produtos de preço mais baixo à venda no vasto mundo da Internet. Manuel Paula, da direcção da Associação do Comércio Electrónico e Publicidade Interactiva (ACEPI), explica ao Diário Económico que, “no caso das vendas ‘online’ temos assistido a um aumento da penetração de computadores e de banda larga nos lares portugueses, situação que reflecte um potencial de crescimento superior ao que se verifica no comércio em geral.”

Seja qual for o negócio, os efeitos de uma crise alteram os hábitos de consumo e têm consequências para a economia. “Verificou-se um aumento da colocação de negócios ‘online’. A nível de vendas, nota-se que existe uma maior preferência por artigos de valor mais baixo e por vezes já usados em deferimento de artigos novos e de marca”, sublinhou Sofia Galvão, responsável de comunicação do ‘site’ de vendas Miau.pt.

Portugal surge, assim, na 18.ª posição numa lista que integra 22 países europeus, ordenados em função do dinheiro gasto ‘per capita’ em compras, serviços e publicidade na Internet. O ‘ranking’ faz parte de um estudo encomendado pela Google à empresa de consultoria Boston Consulting Group.

Os ‘sites’ de leilões com mais visitas em Portugal no terceiro trimestre de 2010 são o Leilões.net, Miau.pt e eBay, segundo dados da Marktest referentes ao NetPanel de E-commerce. Já nas lojas ‘online’ lidera o Ikea.

De acordo com o barómetro da ACEPI, relativo ao segundo trimestre deste ano, 46% dos associados respondeu que o volume de negócios cresceu até 10%, 33% afirmam que o volume de negócios cresceu entre 10% e 50% e apenas 14% assume ter diminuído o seu volume de vendas face ao período homólogo do ano anterior. Abaixo de Portugal fica apenas a Suíça, Eslováquia, Itália e Grécia. No topo da lista figura, sem surpresas, o Reino Unido, seguido da Dinamarca e Alemanha (contando com os poucos países não-europeus no estudo, o terceiro lugar é dos EUA).

Época de Natal aumenta vendas

Com a chegada do Natal, e um aumento natural do consumo, as vendas no comércio electrónico tendem a disparar. “O final de 2010 é uma altura de crescimento de negócio, muito devido ao efeito de Natal”, afirma Sofia Galvão, responsável de comunicação do Miau.pt, que prevê um crescimento no ‘e-commerce’ no próximo ano.

A associação do comércio electrónico está também confiante em relação às vendas. “Tanto no final de 2010 como em 2011 as perspectivas relativas ao comércio electrónico em Portugal são de continuação do crescimento do mercado, até porque se prevê a entrada de novos ‘players’ que virão dinamizar o negócio ‘online'”, diz Manuel Paula. A continuação do aumento de penetração de computadores e de banda larga fixa e móvel serão fulcrais para que o ‘e-commerce’ em Portugal continue com evoluções positivas.

eBay e Amazon em ‘versão’ portuguesa

A recente abertura do ‘site’ eBay.pt e o facto da Amazon fazer entregas gratuitas em Portugal irá, com certeza, animar as vendas ‘online’ no mercado português. “A presença do eBay e da Amazon em Portugal naturalmente que aumenta o nível de concorrência que os ‘sites’ portugueses enfrentam, dado que se tratam de importantes ‘players’ internacionais com elevado ‘know how’ nas suas áreas de competência”, sublinha o responsável da ACEPI. É importante, nesta fase, que as lojas ‘online’ portuguesas consigam responder, tentando apresentar produtos e serviços diferenciadores, inovadores e que gerem mais-valias à experiência de compra dos consumidores.

Uma das apostas destes ‘sites’, para a época de Natal, é a venda de roupas. O vestuário é, actualmente, a maior categoria individual de vendas na Internet nos Estados Unidos, mas era virtualmente ignorada por ambas as companhias em favor de produtos como os de electrónica.

As vendas ‘online’ de roupas de marcas como Nordstrom ou Gap continuam a crescer a uma taxa de dois dígitos, mas essas unidades são ainda relativamente pequenas. A categoria de roupas e acessórios deve representar 14%, ou 25 mil milhões de dólares (18,4 mil milhões de euros), do total de 173 mil milhões de dólares (127,4 mil milhões de euros) em vendas projectadas pela internet nos EUA em 2010, de acordo com a Forrester.

www.amazon.co.uk
Os internautas portugueses beneficiam, desde Outubro, de portes gratuitos quando fazem as suas compras na loja virtual britânica da Amazon. A oferta é válida para encomendas de valor superior a 25 libras (28,67 euros). O mesmo serviço de entrega gratuita da Amazon.uk fornece informação sobre o câmbio no momento do pedido.

www.miau.pt
O ‘site’ português de leilões tem cerca de 160 mil artigos ‘online’. As categorias que têm mais procura são a informática, coleccionáveis, audio, TV e fotografia, telefones e acessórios, jogos e consolas, vestuário e acessórios, relógios e joalharia e livros e revistas. O miau.pt conta com 638.687 utilizadores registados. É possível fazer negócios a partir de 0,10 cêntimos (um selo de colecção) e subir até aos quase 2,5 milhões de euros (valor de um terreno).

www.eBay.pt
A eBay lançou o eIM em língua portuguesa na semana passada, um serviço onde os consumidores podem comprar, fora do seu país de residência, artigos que podem não estar disponíveis no mercado local e a um preço, em princípio, mais baixo. O eIM permite procurar e comprar, a um preço fixo, no universo global de itens do eBay.

www.leiloes.net
A equipa fundadora da FixeAds, após o envolvimento embrionário no Miau.pt, decidiu sete anos depois que havia espaço em Portugal para um novo ‘site’ de leilões ‘online’ com cariz local. Assim, em 2007, lançou o Leiloes.net que tem uma oferta diversificada, sendo possível encontrar em leilão, produtos como caracóis gigantes africanos ou serviços Vista Alegre. Esta leiloeira virtual tem um total de 18 milhões de ‘page views’ por mês.

Fonte: Económico