Marketing: Lisboa vale 80% do mercado de eventos

Abril 12, 2010 by  
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A capital portuguesa ocupou em 2008 a 10ª posição mundial na realização de eventos, podendo subir para 6º em 2009.

Lisboa é o destino de excelência em Portugal para o segmento Meetings and Incentives (MI) , ao conquistar cerca de 25% da procura turística total na capital, medida pelo indicador hóspedes da hotelaria. No total da procura do país, Lisboa ocupa uma posição privilegiada, representando mais de 80% do turismo de negócios nacional.

A nível mundial, Lisboa ocupou, em 2008, o 10º lugar, com 83 eventos realizados. A evolução nos últimos dez anos tem revelado uma tendência de crescimento no número de eventos realizados, tendo, porém, verificado-se uma ligeira descida em 2008 relativamente a 2007, ano em que a capital contabilizou 90 eventos, ocupando o 6º lugar. O ‘ranking’ de 2009 ainda não foi anunciado pela Internation Congress and Convention Association (ICCA), mas o Turismo de Lisboa conta com uma subida para números semelhantes a 2007.

Um cenário que pode vir a manter-se em 2010, visto prever-se “que se mantenham o mesmo número de congressos associativos”, apesar do número de participantes ser menor, disse ao Diário Económico Paula Oliveira, directora executiva do Turismo de Lisboa, acrescentando que a perspectiva é que haja “uma linha de crescimento, mas mais lenta que a verificada no segmento lazer”.

As perdas registadas no segmento no ano passado devem-se, sobretudo, “ao negócio ‘Corporate’ e não tanto aos Congressos Associativos”, informa a responsável, revelando que em 2009 o número de incentivos e conferências “sofreu uma elevada redução, estimando-se uma quebra de 50% de 2008 para 2009 neste segmento”.

Ricardo Gonçalves, director da área de consultoria em Turismo da Deloitte, diz mesmo que a crise deverá ter diminuido entre 15% a 20%, a receita gerada por este segmento.

Mas Paula Oliveira esclarece não ter havido “situações drásticas”, advertindo, porém, “ser prudente olharmos para este produto com bastante atenção e numa perspectiva de que a crise ainda não passou e que é necessário trabalhar na captação e, provavelmente, aderir a algumas situações de apoio que até agora não se colocariam na angariação de eventos para Lisboa.”

A directora executiva do Turismo de Lisboa afirma ainda que a concorrência “é cada vez mais apertada, pelo que o factor preço é preponderante”. No entanto, a cidade “tem todas as condições para receber muitos eventos MI de pequena e média dimensão.”

Ricardo Gonçalves alerta haver ainda muito a fazer pelo país, à qual a capital não escapa. “Portugal, tem actualmente, poucas infra-estruturas que ofereçam condições adequadas à realização de eventos de grande dimensão”, adiantando que os equipamentos com essas condições “apresentam, muitas vezes, outros entraves, como o acesso, a logística, a oferta hoteleira de qualidade superior, obsolescência dos espaços e necessidade de remodelações.”

O consultor defende ser “crítico apostar na promoção e comunicação juntos dos ‘players’ da indústria, procurando atrair eventos de forte projecção internacional, investir em infra-estruturas versáteis, tecnologicamente equipadas, junto a unidades hoteleiras e às principais vias de acesso.” E defende ser necessário “maximizar a complementariedade entre o produto MI e os restantes produtos estratégicos.” Já Paula Oliveira considera que os agentes devem continuar a trabalhar na óptica de uma tendência de crescimento, sendo para tal necessário “investir principalmente nas acessibilidades e num novo equipamento para congressos”.

Como factores distintivos, a responsável frisa o facto de Lisboa ser um destino que “conjuga história com modernidade, excelentes acessibilidades, um aeroporto a 7 km do centro da cidade, profissionais de grande qualidade, excelente hotelaria e gastronomia de excepção”, incluindo na lista, ainda, “animação, cultura, golfe, património da humanidade, mar, praias, natureza.” Ricardo Gonçalves junta aos pontos fortes “a boa relação qualidade/preço”, revelando que os eventos MI tendem a ser “cada vez mais específicos, profissionais e estratégicos”. O director da área de consultoria em Turismo da Deloitte diz “sentir-se uma maior procura por infra-estruturas ambientalmente sustentáveis e por destinos que ofereçam experiências únicas”.

O Lisboa Convention Bureau tem um orçamento anual de um milhão de euros para trabalhar o segmento de MI, ou seja, 29% do total do investimento directo nos quatro produtos trabalhados na promoção turística internacional: MI, City and Short Breaks, Golf e Touring.

Fonte: Económico



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