Inovação: Empresas nacionais cooperam com Masdar, a Cidade do Futuro

Fevereiro 10, 2011 by  
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A Cimeira Mundial da Energia do Futuro, realizada entre 17 e 20 de Janeiro em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, debateu soluções sustentáveis para uma economia livre de carbono. O evento, que constitui a maior iniciativa mundial na área das Energias Renováveis e da Indústria Ambiental, reuniu este ano seiscentos expositores de quarenta países e cerca de 25 mil visitantes.

Portugal participou com um pavilhão de duzentos metros quadrados, onde mostrou as suas iniciativas mais inovadoras nas tecnologias de energia e sustentabilidade, como o Mobi-E, na área da mobilidade eléctrica e o InovCity, ao nível das redes inteligentes. No âmbito da World Future Energy Summit (WFES), José Sócrates deslocou-se num périplo de três dias ao Golfo Pérsico, participando na Cimeira ao lado de personalidades como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, os monarcas do Abu Dhabi e chefes de Estado de todo o mundo.

No discurso de abertura, o primeiro-ministro sublinhou que “apostar em eficiência energética, em mobilidade eléctrica, em energias renováveis e em redes eléctricas inteligentes é a melhor maneira de obter melhores resultados na economia no mundo actual”, disse. No caso de Portugal, “se há alguma coisa que podemos aprender com a experiência portuguesa é que é possível obter resultados em pouco tempo. Em seis anos, mudámos o cenário da energia”, concluiu, perante centenas de delegados. Portugal é hoje um líder mundial nesta área graças às reformas e investimentos feitos, tendo atingido o nível mais baixo de emissões de CO2 per capita da União Europeia. O País utiliza «52 por cento de energias renováveis na geração de electricidade”, sendo o “segundo país da Europa em energia eólica em percentagem do mix energético”. Além disso, tem actualmente a “primeira rede nacional de mobilidade eléctrica verdadeiramente funcional”, a operar em rede inteligente, adiantou o primeiro-ministro. De resto, em 2020 o País “deverá ter dez por cento dos seus carros exclusivamente eléctricos”, avançou.

Graças a esta experiência, “o Governo português e as empresas portuguesas estão disponíveis para cooperar com entidades de todo o mundo, para desenvolver experiências semelhantes”, disse ainda. A viagem oficial do primeiro-ministro incluiu uma comitiva de sessenta empresários de áreas de negócio tão distintas quanto os sectores financeiro, imobiliário, de energias renováveis, construção civil e turismo hoteleiro. Masdar City, que está actualmente em fase de construção por parte das autoridades do Emirado de Abu Dhabi, é um projecto visionário que visa constituir um exemplo de uma “cidade do futuro”, isto é, sustentável em termos de materiais e consumo energético, o qual será garantido quase na totalidade por energia solar. A iniciativa irá albergar várias empresas tecnológicas e a Masdar Institute of Science and Technology, uma universidade com investigação de topo em inovação, tecnologias e I&D, desenvolvida em cooperação com o MIT- Massachusetts Institute of Technology e o Imperial College. Portugal, que já coopera com o MIT, enviou uma missão empresarial a Abu Dhabi, constituída por uma comitiva de dez empresas que visitou Masdar e marcou presença na WFES, numa iniciativa promovida pela Agência para a Energia. O LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia também esteve presente e, segundo declarações à imprensa proferidas pela sua presidente, Teresa Ponce de Leão, “ficaram abertas as portas para uma colaboração futura”. Já para Basílio Horta, presidente da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, é muito desejável que o projecto de construção de uma cidade de raiz com emissões zero “tenha espaço para cooperação com um grande número de empresas portuguesas”. A EDP Inovação é (só) uma delas, e esteve representada em Masdar nos dias da Cimeira Mundial de Energia, reforçando os contactos iniciados há mais de um ano com os EAU, com o intuito de estabelecer uma parceria com o projecto do Emirado de Abu Dhabi. O objectivo é levar tecnologia portuguesa para Masdar aproveitando os fundos árabes disponíveis, ou seja, sem aplicar as verbas do fundo próprio de capital de risco neste projecto.

Fonte: Oje – o Jornal Económico



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