Inovação: E se pudesse dar prazo de validade ao que partilha na Internet?

Fevereiro 11, 2011 by  
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Equipa liderada por investigador grego na Universidade da Madeira está a testar ferramentas para proteger os mais incautos.

Pensa que apagar uma actualização no Facebook da qual se arrependeu resolve o assunto? Nada disso. Uma vez no domínio público, para sempre no domínio público. Mas, e se pudesse escolher a validade de uma informação partilhada? Às vezes seria bom que a informação desaparecesse totalmente num dado minuto marcado para a autodestruição.

E é precisamente esta uma das tecnologias que estão a ser desenvolvidas e testadas por investigadores do Instituto de Tecnologias da Madeira, num projecto chamado WESP (Web Security and Privacy). O grupo de trabalho é liderado pelo grego Vassilis Kostakos, da Universidade da Madeira, e por Norman Sadeh, da Carnegie Mellon.

“Estamos muito excitados com esta tecnologia, que permite partilhar informação com prazo de validade”, explica ao i, Vassilis Kostakos. A ideia será associá-la ao Facebook, por exemplo, como um add–on ou aplicação externa. E também estará disponível a partir do telemóvel.

“Por definição, as pessoas vão às redes sociais para partilhar”, explica o investigador. “Mas o problema destes sistemas é que foram desenhados de uma forma que dificulta o controlo do que se partilha”, salienta. Não é uma questão de as pessoas serem estúpidas e não saberem mexer nos controlos de privacidade, considera. A questão é que “a maioria das pessoas prefere manter as definições por defeito, com medo de fazer asneira”. E, no caso do Facebook, as definições são pouco restritivas, complexas e pouco intuitivas.

Kostakos exemplifica: nas pesquisas feitas pela equipa, descobriu-se que a maioria das pessoas dá preferência à selecção positiva – isto é, preferiam escolher quem vê as suas fotos e actualizações. “No entanto, o Facebook é pessimista por defeito: obriga as pessoas a seleccionarem quem não querem que veja o que partilham.” Missão cada vez mais complicada à medida que se acumulam “amigos”.

Outro ponto delicado consiste na partilha da localização através do GPS que a maioria dos smartphones traz. “É uma boa ideia desenvolver um sistema que permita às pessoas controlarem a quantidade de informação que partilham e quem acede à mesma”, diz o investigador. Uma das aplicações que podem ser apresentadas servirá para “mostrar às pessoas quem andou a pedir a sua localização”.

A equipa multidisciplinar está a desenvolver algoritmos para fazer sugestões às pessoas e automatizar tarefas consideradas aborrecidas, além de extensas investigações sobre os hábitos dos utilizadores nas redes sociais. Com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia, o WESP vai custar 382 mil euros e tem como parceiros Portugal Telecom, Sapo, Universidade do Minho, Técnico, Carnegie Mellon e Universidade da Madeira.

Fonte: Jornal i



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