Empreendedorismo: Financiamento, Um oásis no deserto

Abril 22, 2011 by  
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Para gerirem as suas operações diárias, as empresas precisam de capital. Com a chegada da crise económica e financeira, os bancos estão cada vez menos dispostos a emprestar e a solvabilidade de muitas empresas parece estar em risco. Os tempos do crédito fácil terminaram, mas restam algumas alternativas que vale a pena explorar.

A quebra do consumo e as dificuldades no acesso ao crédito estão, nesta altura, no topo da lista de preocupações das empresas. Com a crise a entrincheirar-se na economia portuguesa, os bancos estão mais cautelosos na concessão de crédito e as empresas têm cada vez mais dificuldade em encontrar meios para investir e fazer face às necessidades diárias de tesouraria.

No entanto, há algumas empresas que estão a conseguir financiar-se e a mostrar que ainda é possível ter sucesso num ambiente adverso. É o caso da Waymedia, uma “start-up” na área dos media digitais, para quem foi essencial o apoio do capital de risco. Carlos Marques, o director-geral da empresa, diz que, sem este apoio, “claramente não se teria conseguido avançar com o projecto”.

O promotor do projecto – que oferece serviços que vão desde a música “on-line” à música ambiente para espaços comerciais – diz que o capital de risco desempenha um papel crucial no desenvolvimento da economia e sobretudo no que respeita ao aparecimento de “start-ups”, quer pela alavancagem que permite dar aos projectos, quer pela própria relação que se estabelece entre promotores e financiadores. “São parceiros interessados no negócio, estão muito atentos ao que vamos fazendo no dia-a-dia e dão-nos apoio em todos os desenvolvimentos”, afirma Carlos Marques.

Para além disso, a segurança financeira que advém do apoio de uma firma de capital de risco poderá ser, segundo Carlos Marques, um factor importante na capacidade de sucesso da empresa. Por isso, aconselha a quem decida lançar uma “start-up” que arrume a questão do financiamento, para que possa focar-se no desenvolvimento do negócio propriamente dito, sem ter de lidar com problemas de tesouraria. “Vale a pena não arriscar demais e ter a parte do financiamento garantida, ou pelo menos 99%.”

Contornar a hegemonia da banca
Francisco Banha, presidente da Federação Nacional de Associações de Business Angels, defende o papel relevante do capital de risco na recuperação da economia portuguesa. “Se a solução não vem da banca, por que não vir das próprias pessoas?”

Segundo o empresário, os fundos disponíveis para investimento em empresas que se encontram em fase inicial tem vindo a aumentar de forma significativa e quer as sociedades de capital de risco, quer os “business angels” podem agora constituir uma alternativa ao tradicional financiamento bancário.

No entanto, Francisco Banha alerta que esta opção não é para todos. Até porque, diz, “os projectos, por si só, valem muito pouco. Têm de vir acompanhados por um empreendedor que encaixe no negócio e com competências para vir a ser um empresário de sucesso”. Dito isto, há bastante capital disponível e os investidores de risco estão interessados em empresas que tenham “um papel a desempenhar na nossa sociedade de amanhã”.

Olhando para o futuro, Francisco Banha acredita que as empresas vão definir-se segundo duas categorias: as que se conseguem reinventar e fazer face à crise e as que vão perecer. Para vencer a crise, é preciso que as empresas façam um esforço de avaliação e percebam “se estão a vender aquilo de que o mercado está à procura, para se alinharem com o consumidor”. Reinventar, investir, fundir, exportar, são algumas das palavras-chave que devem estar na lista de afazeres de cada empresa.

Aproveitar os incentivos do Estado
Para ajudar o tecido empresarial português e impedir que a economia nacional entre em derrapagem, o Estado também tem vindo a disponibilizar alguns apoios às empresas. Para quem cumprir as regras estabelecidas, opções como a linha de crédito PME Investe, do IAPMEI podem ser uma alternativa.

Estas linhas de crédito têm como objectivo facilitar o acesso das PME ao crédito bancário, nomeadamente através de taxas de juro bonificadas e do recurso aos mecanismos de garantia do Sistema Nacional de Garantia Mútua. Amplamente publicitadas e renovadas por várias vezes, as linhas PME Investe atraíram empresários como Paula, que dirige um centro de estudo e lazer no Norte do país e que decidiu, há cerca de dois anos, candidatar-se ao apoio da linha PME Investe. A empresária, que prefere não ser identificada, diz que, apesar da rigidez dos critérios – “basta um mês em atraso à Segurança Social para se ser rejeitado” – o processo até correu bem e o crédito foi concedido.

Com os 25 mil euros no bolso, pensava registar a empresa como Master Franchise e desenvolver o seu negócio a partir daí, mas nem tudo correu como o previsto. “A ideia foi boa, porque permitiu à empresa financiar-se com recurso a taxas de juro mais vantajosas, mas a situação está complicada e o retorno do investimento tarda em chegar”, lamenta.

O crédito não é uma panaceia
Esta empresária é a face visível de um problema que Augusto Morais, presidente da Associação Nacional de PME, aponta como sendo o verdadeiro cerne da crise: as dificuldades das empresas em escoar a produção ou vender os serviços que prestam. Neste cenário, não basta ter acesso ao crédito, mas é preciso também que o dinheiro recebido consiga ser aplicado e gere rentabilidade.

Para Augusto Morais, “o maior problema das PME é a quebra acentuada do consumo das famílias”, causada pelo desemprego e pela falta de condições na economia que impulsionem o crescimento. É isto que explica que sete mil PME tenham encerrado em Janeiro, salienta. Por isso, questiona-se se será, de facto, de crédito que as empresas carecem. “Do que as PME precisam é de escoar produto, é vender, pois o crédito tem de ser pago com juros”, frisa.

Uma afirmação que a empresária citada subscreve. “As pessoas querem investir, mas tem sido muito difícil fechar negócio, até porque o clima de insegurança económica no país contribui para o sentimento de cautela”. E o valor dos impostos a pagar também não ajuda. “O Estado é o meu maior sócio. Fica com 60% da minha facturação”, queixa-se. Neste momento, tem apenas três franchisados e uma prestação do crédito em atraso.

Soluções de curto e médio prazo
De facto, para as empresas que trabalham exclusivamente em território português, o cenário não parece muito risonho. Com a contracção do consumo, que tem vindo a intensificar-se, está cada vez mais difícil vender produtos e serviços. E, “menos vendas, significa mais dificuldades em obter e rentabilizar financiamentos, o que cria um estrangulamento da actividade das empresas”, afirma Francisco Maria Balsemão, Presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários.

Já a situação não é tão complicada para os sectores exportadores. Tudo isto, “graças à retoma económica dos tradicionais mercados de destino dos bens e serviços portugueses, como o alemão ou o francês, e à subida das vendas para mercados emergentes, como o brasileiro e o angolano”.

Quanto a formas de contornar o problema do financiamento, o presidente da ANJE aponta o leasing para ajudar no investimento e o “factoring” para o reforço da tesouraria. A emissão de títulos de dívida ou a dispersão em bolsa poderão ser também alternativas a ter em conta. Já para Augusto Morais, a solução para os problemas das empresas passa em muito por medidas que permitam uma redução da carga fiscal a médio prazo, nomeadamente o emagrecimento do Estado.

Afinal a banca ainda é alternativa
Dispersar capital em bolsa foi, de facto, uma das ideias que a Douro Azul teve para desenvolver o seu negócio. Inicialmente, pensou fazer uma estreia na Alternext, a bolsa das PME, mas depressa percebeu que preferia “ser a mais pequena entre os maiores do que a maior entre os mais pequenos”, recorda Mário Ferreira, CEO da empresa. Assim, optou por preparar a entrada no mercado geral, a Euronext Lisbon. Mas nem aí. Com a turbulência sentida nos mercados, a ideia acabou por ficar guardada para mais tarde, quando os tempos forem mais propícios a estas operações. “Seria uma boa forma de as PME se financiarem e de poderem crescer, mas neste momento é arriscado”, conclui.

No entanto, a empresa de cruzeiros fluviais continuou à procura dos meios financeiros que lhe permitissem por em prática os projectos. Curiosamente, diz Mário Ferreira, foi o financiamento que acabou por lhe vir bater à porta. “Os bancos andam à procura de quem tenha bons rácios de capital próprio e um bom histórico de resultados”, afirma o CEO, considerando que os bancos continuam a ser uma fonte de financiamento válida, ainda que o cerco tenha apertado. Mas, para isso, é preciso convencer a banca de que tem perante si uma aposta segura.

Fonte: Jornal de Negócios

Marketing: Brasil já tem mais de 210 milhões de linhas de celulares

Abril 22, 2011 by  
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O número de assinaturas de telefonia celular no país chegou a 210,5 milhões em março. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foram registradas 7,6 milhões de novas habilitações nos três primeiros meses do ano, o maior número para o período nos últimos 11 anos.

No mês de março, foram registradas 2,9 milhões de habilitações, com crescimento de 1,42% em relação a fevereiro. Do total de acessos em operação no país, a maioria (82,18%) são pré-pagos e 17,82% são pós-pagos.

A teledensidade, que é o número de assinaturas para cada 100 habitantes, foi de 108,34 em março, com crescimento de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A maior teledensidade continua sendo no Distrito Federal, que é de 184,92.

Fonte: Exame

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