Inovação: Como alavancar a inovação?
Abril 28, 2012 by Inovação & Marketing
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O cenário de inovação no Brasil ainda está longe de ser positivo, principalmente se comparado ao status e à importância que a economia do país vem ganhando. A tendência, no entanto, é que este processo se acelere nos próximos anos, com investimentos de empresas locais, do Governo e de players internacionais que trazem para cá seus centros de desenvolvimento, como GE e IBM.
Em entrevista ao Mundo do Marketing, Luiz Serafim, Head de Marketing Corporativo da 3M do Brasil, fala sobre os pontos essenciais da inovação, além das principais dificuldades e obstáculos encontrados durante o processo. “A empresa precisa decidir muito bem o que quer da inovação, criar a sistemática e alocar os recursos para buscar o objetivo que foi definido”, destaca.
O executivo, que também é autor do livro “O Poder da Inovação – Como alavancar a inovação na sua empresa”, lançado pela editora Saraiva, aponta empresas como Natura, Petrobras e Grupo Pão de Açúcar como alguns dos cases de destaque no Brasil. Leia a entrevista na íntegra.
Como alavancar a inovação em uma empresa?
Luiz Serafim:A abordagem que temos e defendemos no livro é que a inovação faz parte de um sistema, um conjunto de crenças, valores e princípios que são cultivados, se complementam e interagem entre si. Em primeiro lugar, a empresa deve definir o que é inovação para ela, ter uma visão estratégica do que quer ver no futuro e alinhar os investimentos em pessoas, laboratório e tecnologia com base nisso.
Outro tópico vital é a capacitação e o desenvolvimento das lideranças da empresa. Todos os líderes da companhia devem atuar juntos, não somente o presidente.
Essas pessoas têm um papel fundamental para transformar suas áreas. Precisam ouvir a ideia de um funcionário e respeitá-la para alocar recursos e mostrar reconhecimento.
É preciso também criar redes de relacionamento, tanto internamente, para que um funcionário aprenda com o outro, quanto com clientes e parceiros. Para alavancar a inovação, é necessário ter essa dimensão de sistema e trabalhar vários tópicos que vão caminhar nesse sentido.
Existem ferramentas e metodologias no processo de inovação?
Luiz Serafim:Diria que são duas partes. A primeira é desde os brainstorms e técnicas para gerar ideias de forma inédita, original e diferenciada.
Há caminhos para captar a experiência do consumidor, com pesquisas antropológicas e etnográficas, por exemplo, roteiros que você tem que cumprir para poder ir ao ambiente e observar o momento do consumidor. Essas são algumas ferramentas na geração de ideias.
Há outro conjunto de ferramentas de gestão de projetos. Ao gerar um monte de ideias, criar um canal e fazer uma sessão de brainstorm, não se pode trabalhar em tudo.
Não há recurso, tempo ou objetivos mais específicos. É necessário primeiro alinhar as ideias a serem trabalhadas, criando um mecanismo de priorização.
Depois, em cada ponto de um projeto inovador, há ferramentas para tudo: protótipo, recursos para verifcar viabilidade, se é possível fabricar e distribuir com um determinado custo etc.
Em relação ao ambiente organizacional, que tipo de cultura a empresa precisa ter para inovar?
Luiz Serafim:Uma empresa inovadora tem que ser boa para se trabalhar e ter vários ambientes positivos para a inovação. O acesso às pessoas deve ser muito fácil.
Independentemente do nível hierárquico, os funcionários precisam chegar e falar com o presidente, o diretor, o gestor, ou qualquer um, de qualquer nível. A outra ideia é a cultura de uma empresa que dá autonomia para o funcionário, princípio que a 3M tem em sua história.
Acreditamos que aquele funcionário não é só um robô que executa tarefas, mas deve ser encorajado a tomar suas próprias iniciativas. Dizemos o caminho e ele quem vai buscar.
Estimulamos o crescimento da pessoa para ela buscar e se inspirar. Isso é altamente motivador para uma empresa inovadora. O passo seguinte, quando você estimula o empreendedorismo e incentiva as ideias, é reconhecer. Depois que a pessoa sai da zona de conforto e traz uma ideia que dá certo, é preciso reconhecer.
Outro tópico é a tolerância ao erro, presente na própria 3M e em empresas como o Google. Um ambiente de inovação tem que ter essa tolerância ao erro, que não deve ser confundida com tolerância à baixa performance.
Gerar um produto inovador, mesmo que use todas as ferramentas, muitas vezes não dá certo, não pega. Neste caso, temos que ter uma cultura que aprenda com esses erros e não traga punição, senão é criada uma cultura de aversão a risco e isso é gravíssimo para uma empresa. É preciso estimular o risco para que haja inovação.
Quais são os desafios, os obstáculos da inovação?
Luiz Serafim:A organização não definir o que quer da inovação é um obstáculo. Para ter sucesso, é necessário foco. Sem criar métricas e alocar recursos para buscar os objetivos traçados é fatal.
A empresa precisa decidir muito bem o que quer da inovação, criar a sistemática e alocar os recursos para buscar o objetivo que foi definido. Uma síndrome famosa é a de arrogância interna.
A organização se acha tão poderosa que ela fecha em si mesma e não busca olhar para fora, as tendências que estão acontecendo, as transformações na sociedade, na economia, e não vê as boas práticas que existem nos concorrentes e em outros setores para que possa se inspirar.
É caro inovar?
Luiz Serafim:Inovação deve ser vista como um investimento, não uma despesa. A primeira parte de trazer ideias pode quase não custar nada, porque se você tem funcionários motivados, engajados, eles podem dar várias ideias e o custo disso é pequeno, mas é necessário ter a ideia do investimento em pesquisa de mercado, observação, e isso custa alguma coisa.
Quando se está no desenvolvimento do projeto, na parte de gestão de processos, é preciso desenvolver um protótipo, investir na defesa da propriedade intelectual, registrar o produto, fazer pesquisas para validar o conceito com o consumidor. Isso custa dinheiro. Por isso é importante se você traçou muito bem o objetivo pela inovação para conseguir usar ferramentas que priorizam muito bem o que você quer.
Há especificidades para inovação?
Luiz Serafim:De forma geral, inovação se faz em qualquer lugar. Na área da agricultura, o Brasil, por exemplo, teve grande desenvolvimento de sementes, técnicas de cultivo, de combate a pragas.
Na indústria, há uma série de empresas. Hoje, na área de TI, há um grande pólo de desenvolvimento. Serviços investem em processos, logística, comunicação.
Você pode inovar, portanto, em qualquer campo. Agora, dentro de cada setor, eu diria que pode haver, sim, especificidades. Há empresas no Brasil que têm um foco muito grande na parte fabril, talvez o negócio delas não seja desenvolver produtos.
Existe hoje um entendimento de que inovação é muito mais que produto. Envolve dimensões de processos internos, relacionamento com os parceiros, comunicação, marca.
Uma empresa de consumo, como Skol e Havaianas, tem várias dimensões de inovação, focando muito em experiência do consumidor e marca. Empresas de serviços, como Starbucks, trabalham muito a dimensão de experiência do consumidor na loja.
Empresas industriais, como a Embraer, investem em seu produto, no caso os aviões, mas também nos processos de produção. E cada uma delas terá, provavelmente, investigações e desenvolvimentos tecnológicos diferentes.
Falando em cases da 3M, o que você destacaria de inovação na operação brasileira?
Luiz Serafim:A importância da inovação para a 3M global bate em todas as subsidiárias. Se a meta da 3M é que 40% das vendas até 2016 venham de novos produtos, a subsidiária brasileira tem que seguir esse mesmo objetivo e, portanto, investe e trabalha aqui para que isso aconteça.
Temos um esforço e um investimento muito grande em Marketing para conseguir capturar essas experiências que falamos lá no começo e um investimento grande para trazer esses insights e essas oportunidades para desenvolver nos nossos laboratórios.
Em 2008, fizemos um novo laboratório aqui no Brasil e estamos expandindo, trazendo equipamentos novos para acelerar o tempo de desenvolvimento dessas experiências e buscando o domínio que a 3M tem lá nos Estados Unidos em algumas plataformas de tecnologia para trazer para cá competências locais.
No Brasil, por exemplo, desenvolvemos uma parceria com a Fiat e conseguimos criar uma tecnologia que permitia, ao comprar o Novo Uno, personalizá-lo com a cara do consumidor.
Que empresas brasileiras você destacaria em inovação?
Luiz Serafim:Não podemos deixar de falar da Petrobras. A Natura certamente é uma empresa que tem processos muito interessantes de estruturação da organização, metodologias e métricas muito fortes.
Outra empresa é o Grupo Pão de Açúcar. Fiquei muito impressionado com o trabalho que eles fazem. Há muito inovação no processo de entender o consumidor e o comportamento de consumo, além da transformação dos pontos de venda.
O Grupo tem uma loja verde pioneira em Idaiatuba, além de um programa em parceria com a Unilever de coleta de embalagens e resíduos nas lojas, que comemorou 10 anos. A transformação do portfólio das lojas, tudo isso é inovação.
Como você vê, daqui para frente, a questão da inovação no Brasil?
Luiz Serafim:O cenário de inovação no Brasil, hoje, ainda não é dos mais positivos. Temos melhorado gradualmente, mas ainda é pouco condizente com o status e o tamanho da economia brasileira. Nossos produtos de exportação são basicamente primários. Existe ainda uma oportunidade muito grande.
Por outro lado, nunca houve como agora um envolvimento, um engajamento dos players, dos diversos atores da sociedade brasileira, em promover a inovação. Vemos desde iniciativas do Governo, como incentivos fiscais, até os empresários, com a Confederação Nacional das Indústrias, que tem um movimento que se chama Mobilização Empresarial pela Inovação, lançado há uns 2 anos.
Se formos para a academia, há universidades como USP e Unicamp, que encontram mecanismos de transferência tecnológica, onde a pesquisa se desenvolva e seja aplicada para trazer resultado na economia das empresas.
Há ainda ações de grandes companhias como a Vale, a própria Natura e a IBM, que está trazendo um laboratório para o Brasil. A GE também está construindo um centro importante no Rio de Janeiro. Grandes empresas globais escolheram o Brasil como um de seus pólos de desenvolvimento. Acredito em maior velocidade nos próximos anos.
Fonte: Exame
Marketing: Networking no mundo digital
Abril 28, 2012 by Inovação & Marketing
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Será que um atleta conseguiria ganhar uma medalha de ouro nas Olimpíadas se treinasse apenas no dia anterior à prova? E um cantor de ópera, seria capaz de executar uma ária com exímia precisão, sem sair do tom nem desafinar se não exercitasse sua voz diariamente? Provavelmente não. Nessas e em muitas outras atividades profissionais, os resultados acima da média só são obtidos por meio de um esforço concentrado, muita dedicação e foco. O mesmo princípio se aplica à construção de relacionamentos pessoais e, principalmente, de trabalho. Hoje, para ser bem sucedido no mundo dos negócios, mais importante do que criar uma boa rede de relacionamento – o chamado networking – é fundamental mantê-la ativa e renová-la constantemente com a inclusão de novos integrantes.
No passado não muito distante, uma prática usual era a troca de cartões de visita, de papel, que em geral ficavam arquivados numa caixinha em cima da mesa e os contatos eram feitos quase que exclusivamente se houvesse uma real necessidade, para fins profissionais e de negócios. Na maioria das vezes esses cartões, assim como seus donos, ficavam esquecidos num canto e em muitos casos só eram acionados quando a pessoa precisava de alguma ajuda ou perdia o emprego e recorria a esses contatos em busca de uma recolocação.
Atualmente, em plena era digital, em que tudo tem que ser mais dinâmico, o networking ficou aparentemente mais fácil em decorrência do crescimento e da popularização das redes sociais, como o LinkedIn, Facebook, Foursquare e Formspring, entre outras, só para citar as mais conhecidas, e da facilidade de acesso a elas por meio de celulares, smartphones e demais dispositivos móveis. Os contatos estão lá, na rede – os familiares, os amigos, os colegas de escola e do trabalho, os que conhecemos num almoço ou evento de negócios, os que não conhecemos, mas os aceitamos em nossa lista porque nos mandaram uma solicitação de amizade, ou por várias outras razões. E essa rede aumenta a cada dia, e a grande questão é o que fazer com ela.
A resposta é simples: relacionar-se. De que forma? De várias. Cumprimentar as pessoas no dia de seus aniversários, prestigiar eventos que elas estão promovendo ou divulgando, parabenizá-las por algo que tenham feito como publicado um livro ou um artigo em alguma revista, por terem sido promovidos, e por tantas outras situações. Mas só isso não é suficiente. Mais uma vez é preciso lembrar que networking é algo que deve ser exercitado constantemente, como o músculo do atleta, a voz do cantor, e tudo que requer empenho e comprometimento para funcionar corretamente sempre, e não só quando necessário.
Deve-se ir além do ambiente virtual. Convidar um gerente de outra área da empresa, ou profissionais que tenham os mesmo interesses que os seus, por exemplo, para um almoço ou um café; aceitar os convites semelhantes vindos de outras pessoas, inclusive e principalmente das que se acabou de conhecer. É fundamental programar-se para que essa prática seja incluída na agenda semanal e que passe a fazer parte da rotina. Sim, isso também é trabalho.
Deve-se também buscar a aproximação com pessoas cujo perfil se mostra interessante para futuras oportunidades ou mesmo para a troca de conhecimentos. Para isso, basta convidá-las para fazer parte de algumas de suas redes e após terem aceitado, pode ser iniciada uma conversa pelo meio virtual para identificar interesses e gostos comuns, para, num segundo passo, programar um encontro pessoal, para tomar um café, por exemplo, num local em que seja possível conversar sobre negócios ou assuntos de interesse mútuo e profissional.
Outro ponto fundamental para um bom networking é mostrar-se disponível para auxiliar as pessoas de sua rede no que elas precisarem, seja um conselho profissional, uma dica de emprego, uma sugestão para solucionar um problema específico e coisas do tipo. Parafraseando John F. Kennedy, presidente dos EUA, não pergunte o que seus contatos podem fazer por você; pergunte o que você pode fazer por eles. Seja proativo e solidário, contribuindo com o outro antes mesmo de receber algo. Construir uma rede dá trabalho e necessita foco, persistência e estratégia. Quem fica só no bate-papo com os colegas de trabalho, jogando conversa fora na hora do cafezinho, pode até ser visto como um cara legal, mas com certeza não está construindo uma rede de forma estratégica para si próprio.
Fonte: Mundo do Marketing
Inovação: Guerra das patentes agita indústria tecnológica
Abril 28, 2012 by Inovação & Marketing
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As crescentes disputas judiciais em torno de propriedade intelectual na indústria tecnológica em áreas como tecnologia móvel e social media têm obrigado alguns players, como o Facebook, a implementar uma estratégia mais agreessiva de aquisição de patentes. A rede social anunciou hoje que chegou a acordo para comprar 650 patentes da Microsoft por um valor a rondar 550 milhões de dólares (aproximadamente 417,6 milhões de euros).
Depois de, recentemente, a Yahoo ter processado o Facebook, acusando a rede social de uso indevido de tecnologia sobre a qual detém direitos de propriedade intelectual, a empresa liderada por Mark Zuckerberg colocou em prática uma estratégia mais agressiva de defesa legal através da compra de patentes. A esta tendência também não será alheio o facto de a rede social estar a escassas semanas de se estrear em bolsa, no seguimento da oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa) apresentada a 1 de Fevereiro.
No final do mês passado, o Facebook adquiriu 750 patentes da International Business Machines (IBM), sem divulgar os valores envolvidos no negócio. Até então, a rede social apenas detinha 56 patentes em seu nome, às quais se juntavam 410 patentes a aguardar registo, de acordo com os dados da companhia de gestão de activos M.Cam, citados pelo Financial Times.
Agora, a empresa sediada em Menlo Park, Califórnia, prepara-se para adquirir 650 patentes à Microsoft. Em cima da mesa está parte de um conjunto de 925 patentes que a Microsoft adquiriu há cerca de duas semanas à empresa americana de serviços de Internet AOL por uma soma de 1,06 mil milhões de dólares. De acordo com uma fonte citada pela Bloomberg, o regulamento do leilão das patentes da AOL não permitia aquisições conjuntas, pelo que a Microsoft investiu no negócio já com a intenção de revender parte dos direitos.
O negócio pode ajudar o Facebook a defender-se do processo interposto pela Yahoo. A operação «ajuda o Facebook, e prejudica a Yahoo», afirma Brian Wieser, analista do Pivotal Research Group LLC, citado pela agência Bloomberg. «A Yahoo está a contar receber algum dinheiro da parte do Facebook, e talvez não esperasse uma defesa tão vigorosa», acrescenta.
Fonte: Marketeer