Empreendedorismo: Quem quer ser empresário?

Maio 22, 2012 by  
Filed under Notícias

Criar uma empresa, ser patrão de si próprio ou inovar num produto… eis uma receita para o combate ao desemprego, segundo o Governo.

 

Carlos Nuno Oliveira, 34 anos, chega cedo ao Ministério da Economia, no centro de Lisboa. A pé. Desde que tomou posse como secretário de Estado deixou a sua cidade, Braga, e instalou-se na capital.

Tutela três áreas descritas com outros tantos “palavrões”: Empreendedorismo, Competitividade e Inovação. Encontramo-lo no início de uma semana intensa, em que andará pelo País em visita a empresas inovadoras, ao mesmo tempo que explica o que é o programa +E+I (mais empreendedorismo e mais inovação).

O pontapé de saída foi dado pelo primeiro-ministro, no final da semana passada, com a tomada de posse do Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação. O evento ficaria marcado pelas declarações de Pedro Passos Coelho, quando apontou o desemprego como sendo uma oportunidade, o que provocou ondas de choque na oposição.

O emprego será um importante indicador, na futura avaliação do programa +E+I, que até agora já disponibilizou 300 milhões de euros e recebeu mais de 4 mil candidaturas. Até porque todo o investimento que o País fez nos últimos anos em investigação e desenvolvimento “não teve a devida correspondência em termos de impacto económico e de criação de emprego”, refere o secretário de Estado.

FÉ NAS EMPRESASCarlos Oliveira é licenciado em Engenharia de Sistemas e Informática pela Universidade do Minho. Em 2000, fundou, juntamente com três sócios, a MobiComp, uma empresa de aplicações para smartphones e telemóveis, com um investimento inicial de 5 mil euros.

A empresa não só vingou como se tornou um caso de sucesso. Em 2008, a Microsoft comprou-a. Carlos Oliveira ficou a chefiar o centro de investigação e desenvolvimento de mobilidade, em Braga, daquela multinacional. Depois disso, fez uma pausa, viveu um “período sabático”. Foi nessa altura que surgiu o convite para fazer parte do Governo, desafio que aceitou porque estava na hora de “deixar de ser treinador de bancada”.

“Não são as start up [empresas em início de vida] que vão resolver, a curto prazo, o problema do desemprego. Mas são as que criam emprego. E quando se olha para o empreendedorismo no sentido lato, uma das soluções passa por aqui”, afirma o secretário de Estado que, na segunda-feira de manhã, ouviu, numa sessão no IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Média Empresas e à Inovação), alguns empreendedores a queixarem-se da pouca divulgação que têm os programas estatais de apoio dos dinheiros do Compete (Programa Operacional Fatores de Competitividade) ao capital de risco público, passando pelas linhas de crédito do IEFP Instituto do Emprego e da Formação Profissional.

Serão estas apenas umas gotas de água no meio de um oceano de mais de 800 mil desempregados? “São medidas importantes, mas não resolvem o problema todo. O País precisa, no entanto, que as empresas sejam financiadas. São elas que nos vão tirar desta crise”, acredita Carlos Nuno Oliveira.

Os números do Governo

  • 300 milhões de euros

Montante do programa +E+I para o incentivo à inovação

  • 4 015

Total de candidaturas recebidas

  • 39,5 milhões de euros

Destinados a projetos individuais

  • 25,7 milhões de euros

Quantia a investir no empreendedorismo qualificado

  • 180 milhões de euros

Reservados para a inovação produtiva (novos bens, serviços ou processos tecnológicos)

Fonte: Visão


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