Marketing: Crise? Carros de luxo são os mais vendidos em Portugal

Maio 24, 2012 by  
Filed under Notícias

Uma viragem completa. É o que está a acontecer no setor automóvel. A crise nas vendas de carros está a provocar alterações profundas nas quotas de mercado, com marcas como a BMW e Audi a venderem mais carros que Opel, Ford, Citroen ou Fiat, uma situação histórica e nunca antes constatada.

Segundo os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), pela primeira vez na história da indústria automóvel em Portugal, as marcas «premium» como a BMW, Audi e Mercedes conseguem estar em quarto, quinto e oitavo lugar, respetivamente, como as que mais vendem.

O trio alemão, apesar de também ter quedas nas vendas que variam entre os 27,7 por cento (BMW), 20,9 por cento (Mercedes) e 19,9 por cento (Audi), estão a ganhar mercado pela queda significativa, por volta dos 50 por cento, das marcas generalistas, escreve a Lusa.

Ou seja, devido à crise económica, a quebra de rendimentos das famílias portuguesas está a afetar mais as vendas dos automóveis dirigidos aos portugueses com menos posses do que as marcas com carros mais caros.

Uma das razões para as marcas como a BMW, Audi e Mercedes estarem a subir no «ranking» das vendas tem também a ver com a nova estratégia adotada pelas marcas em diversificar cada vez mais a sua oferta com modelos que competem, em termos de preço, com as marcas generalistas, refere Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP.

João Trincheiras, porta-voz da BMW Portugal, afirma que o quarto lugar da marca nas vendas «é uma situação que não é normal», mas que se deve ao facto de a BMW «ter alargado a sua gama de oferta para modelos de segmento mais baixo, como o Serie 1, que custa 27.900 euros».

A1 e Q3 distinguem Audi

Licínio Almeida, diretor geral da Audi, é da mesma opinião, referindo que a Audi tem «vindo continuamente a alargar a sua oferta, seja através de novos modelos», como é o caso do A1 e A1 Sportback, o Q3 e o A7 e «novos derivativos de modelos existentes e novas motorizações».

Já André Silveira, porta-voz da Mercedes Benz Portugal, indica que esta tendência já tem alguns anos, pelo menos, desde que «a Mercedes-Benz lançou a primeira geração do Classe A, a que veio juntar-se, em 2005, o Classe B, um automóvel que rapidamente se tornou um sucesso de vendas».

O responsável da Mercedes Benz faz questão de sublinhar que, quando se analisa o preço de um automóvel, «devemos sempre olhar para todo o seu ciclo de vida», ou seja, o preço de compra ajustado ao equipamento que possui, o preço da manutenção durante os quatro ou cinco anos que em média as pessoas detêm o veículo e, «acima de tudo, o valor de retoma da viatura quando o mesmo for vendido».

No caso da BMW, a marca «tem beneficiado de um ciclo de produto muito forte e muito jovem», adianta João Trincheiras, até porque lançou recentemente o novo Serie 3, Serie 1 e Serie 5.

Tanto os responsáveis da BMW como da Audi consideram que as marcas «premium» resistem «melhor à crise», mas também quando o mercado cresce brutalmente, as suas vendas «não sobem tanto», sendo «menos afetadas pelas flutuações de mercado», registando uma «elasticidade diferente das marcas generalistas».

Hélder Pedro refere que atualmente, as marcas «premium» têm «uma oferta muito diversificada, concorrendo não só entre elas como com as marcas generalistas nos segmentos A e B [os automóveis mais pequenos e mais baratos], permitindo que os mais jovens escolham automóveis de marca «premium» que não estavam antes disponíveis».

Fonte: Agência Financeira



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