Inovação: A sua equipa resiste à inovação? Aprenda a convencê-la

Junho 2, 2012 by  
Filed under Notícias

Pode usar a tecnologia que quiser para melhorar a produtividade, mas se for o único a entusiasmar-se com isso, esqueça. Está a deitar dinheiro à rua a fazer com que os funcionários produzam ainda menos do que antes. A mudança de mentalidade numa empresa não é fácil, mas é o único combustível que faz trabalhar o motor da tecnologia para o progresso.

Para se manterem competitivas, as organizações precisam de encontrar constantemente oportunidades de inovação em processos-chave como atendimento aos clientes e desenvolvimento do produto, e a adoção de um novo processo exige quase sempre a implementação de nova tecnologia de informação. No seu artigo da HBR, escrito em 1990, “Reengineering Work: Don’t Automate, Obliterate”, Michael Hammer defendia que a TI tem de impulsionar a inovação radical dos processos.

Infelizmente, isto cria dois problemas. Primeiro, como Hammer defendia, estes grandes investimentos em novos sistemas de TI tendem a apresentar resultados dececionantes, em grande parte porque as empresas têm tendência a usar a tecnologia para mecanizar maneiras antigas de fazer negócio. Ou seja, deixam os processos existentes intactos e usam os computadores simplesmente para os acelerar, em vez de os voltar a desenvolver a partir do zero.

Segundo, não aproveitam o suficiente as capacidades inovadoras do seu pessoal. Os funcionários sentem-se frequentemente vitimizados em vez de energizados pelas alterações. São sujeitos a reciclagem, e têm de alterar radicalmente as suas rotinas, muitas vezes de maneiras que acham que também não vão funcionar. Hammer defendeu, no entanto, usar o poder da tecnologia da informação para redesenhar um processo interfuncional, e depois lidar com os problemas do pessoal.

Embora muitos trabalhadores resistam a um novo processo que lhes seja imposto, as exigências competitivas precisam de ultrapassar a resistência. Ouvi-o dizer: “Carregaremos os feridos mas mataremos os atrasados.”

As ideias de Hammer eram muito poderosas, mas não concordo com o último ponto. A melhor maneira de resolver ambos os problemas – e fazer com que os esforços de inovação vinguem – não é impor um novo processo ou sistema de tecnologia, mas sim ter os funcionários de primeira linha a impulsionarem a mudança. Terá menos atrasados, e acabará com ideias melhores – ideias que vêm das pessoas que fazem o trabalho todos os dias e assistem aos problemas mais gritantes. Evitar uma nova tecnologia poderá não ser uma opção, mas não deve vir em primeiro lugar.

Vejamos o exemplo do ING, um banco líder na Holanda, que propõe melhoria de processos, conseguindo primeiro que os seus funcionários recomendem alterações, idealmente em iterações pequenas e com feedback frequente, para evitar esgotar a energia das pessoas e diminuir a probabilidade de ir demasiado longe pelo caminho errado.

David Bogaerts e Jael Schuyer são especialistas em melhoria de processos no grupo de TI e operações do ING. Eles dizem que os seus projetos são mais bem-sucedidos quando seguem a sequência de pessoas, a seguir processo, e depois tecnologia. “Se se automatiza demasiado depressa, não se percebe o que o pessoal de primeira linha precisa,” explicaram-me recentemente. “Ficamos com fluxos de trabalho manuais mais longos do que os outros. Até se ter uma ideia clara do que as pessoas precisam, poderá automatizar soluções alternativas e desperdício. Por exemplo, trabalhámos com o pessoal do nosso Departamento de Automatização para melhorar os seus processos usando os métodos Lean e Agile), e estamos agora a debruçar-nos sobre a tecnologia para melhorar ainda mais os processos de maneiras que os revolucionem.”

O ING reconhece que por vezes não tratou de envolver os trabalhadores de forma adequada, com resultados dececionantes. “No caso de um projeto de software de gestão de fluxo de trabalho, comprámos a ferramenta e dissemos às pessoas para a usar,” contam Bogaerts e Schuyer. “Foi primeiro a tecnologia, a seguir o processo, e depois as pessoas, e não funcionou lá muito bem.”

Sem dúvida que os novos sistemas de tecnologia podem ajudar a fazer melhorias drásticas nos processos, independentemente da quantidade de funcionários que franzirem o nariz à mudança. Mas as organizações que implementam um sistema empresarial subestimam muitas vezes os custos da resistência dos funcionários de primeira linha.

Os sistemas forçam as pessoas a mudarem a forma como trabalham, e embora acabem por se adaptar, a maioria das implementações sofrem atrasos, as operações são afetadas temporariamente, e as receitas podem descer.

Porque não aproveitar os seus conhecimentos em vez de os arrastar? Os seus investimentos serão melhor empregues, e é muito mais provável que a sua força de trabalho aceite bem a situação. Como Bogaerts e Schuyer me disseram, quando os trabalhadores identificam melhorias nos seus empregos, um novo sistema de computador parece-se com uma oportunidade de eliminar o desperdício e servir melhor os clientes, e não com uma ameaça.

Levar os trabalhadores a serem impulsionadores das mudanças nos processos poderá parecer que está a atrasar as coisas, especialmente ao implementar um sistema empresarial revolucionário. Mas qual é a sua alternativa? Paga adiantado e consegue a participação dos trabalhadores e a sustentabilidade das mudanças, ou paga mais tarde para obter apoio e ultrapassar a resistência. O passeio é muito mais suave quando consegue que os seus funcionários sejam condutores e não passageiros.

Fonte: Dinheiro Vivo



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