Tecnologia: As novas fronteiras para os robôs

Abril 19, 2010 by  
Filed under Notícias

O espaço é a nova fronteira para os robôs humanóides, mas as escolas também. Quais são os limites éticos, morais ou legais dos robôs, quando invadem crescentemente sectores de actividade que antes eram domínio exclusivo dos humanos? O desconhecimento marca também a pirataria digital, com as dúvidas levantadas por uma entidade oficial norte-americanatecnologia

Aagência espacial norte–americana (NASA) e a General Motors (GM) mostraram esta semana o Robonaut 2. O objectivo é enviar em Setembro o robô humanóide para a Estação Espacial Internacional, onde ficará como “residente permanente”.

A parceria entre “humanos e a exploração robótica do espaço”, explicou John Olson, director da NASA, “permitirá que vamos mais longe e atinjamos mais do que podemos provavelmente imaginar hoje”. O objectivo é partilhado no projecto europeu RoboEarth, liderado pela Universidade de Tecnologia de Eindhoven (TU/e), que pretende desenvolver uma base de dados para partilhar conhecimentos entre robôs, para que possam aprender entre eles, potenciar a aquisição rápida de novas capacidades e evitar ter de “reinventar a roda de cada vez que têm de executar uma simples tarefa”, diz René van de Molengraft, da TU/e.

Esta aprendizagem é útil noutros projectos, como na Coreia do Sul, onde se prevê a instalação de robôs-professores em 500 salas de aula do ensino pré-escolar até 2011 e em 8000 até 2013. O Japão prevê usar robôs no ensino mais avançado. Estes humanóides têm a vantagem de serem imunes às ofensas dos alunos e interagem em tempo real com os encarregados de educação, incluindo a transmissão de vídeos.

O impacto social da automatização em sectores como o ensino será medido posteriormente, no sentido de saber se estes “professores” pré-programados são melhores ou se os alunos apreenderam mais do que com pedagogos tradicionais. É um modelo evolutivo porque, com sistemas como o RoboEarth, os robôs vão partilhar experiências.

E se um robô matar uma criança que está a ensinar, de quem é a responsabilidade?

Os investigadores Luís Moniz Pereira e Ari Saptawijaya demonstraram em 2009 que a moralidade deixou de ser exclusivo dos humanos, ao criarem um sistema informático com “julgamentos morais conformes aos resultados humanos”, segundo informa o site Technovelgy. Mas a Royal Academy of Engineering inglesa publicou em 2009 um relatório onde adverte para as implicações sociais, legais e éticas ao ceder-se o controlo a sistemas autónomos como a gestão informática do metropolitano em Londres ou Copenhaga.

“É uma área muito difícil para a lei porque a ideia de que uma máquina possa ser responsável por algo não é um conceito fácil”, refere Chris Elliott, do Imperial College London e um dos relatores, que alerta para a potencial recusa de engenheiros desenvolverem este tipo de máquinas para evitarem problemas. Até porque, “quando algo correr mal, vai-se aos bolsos dos fabricantes”, afirma Ryan Calo, do Center for Internet and Society da Stanford Law School.



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