Ciência: Investigadores portugueses apostam na ‘Internet do Futuro’

Maio 21, 2010 by  
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Comissão Europeia vai lançar parceria pública-privada com financiamento de 300 milhões de euros para projectos de I&D na área da ‘Internet do Futuro’. Uma área em que Portugal possui já massa crítica.

A ‘Internet do Futuro’ já está a ser construída e Portugal, como toda a Europa, quer contribuir definitivamente para as novas aplicações. A Investigação cientifica é considerada a base da estratégia europeia para a competitividade na era da internet e das novas aplicações emergentes.

«A estratégia da Europa para a ‘Internet do Futuro’ passa por um reforço da investigação que está a promover no Programa-quadro dentro do Programa Tecnologias de Investigação e Comunicação (TIC) e esse reforço passa não só pela manutenção das áreas de investigação que vem apoiando no passado, mas também pela criação de uma parceria público-privada de grande dimensão na qual haverá uma participação dos programas comunitários da ordem dos 300 milhões de euros durante três anos e que pretende ser uma actividade complementar às actividades de investigação que temos feito até agora», explica Mário Campolargo, Director de Tecnologias Emergentes e Infraestruturas, da Direcção-geral da Sociedade de Informação da Comissão Europeia.

A investigação e o desenvolvimento (I&D) de novas indústrias para a ‘Internet do Futuro’ exige capacidades científicas em grande escala e Portugal parece estar bem colocado.

«A Europa tem aqui uma capacidade importante do ponto de vista científico. Os EUA também. Portugal está muito associado do ponto de vista da investigação científica aos grupos em Carnegie Mellow que têm hoje uma importância estratégica nos EUA nesta área. E, portanto, há um trabalho de investigação em conjunto que está a ser feito, baseado na parceria entre as universidades portuguesas, as empresas portuguesas e Carnegie Mellow», afirma Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

A Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) organizou, em Lisboa, um Fórum para agregar competências portuguesas nos diversos domínios das tecnologias emergentes suportadas pela ‘Internet do Futuro’. O objectivo é envolver empresas e os centros de investigação portugueses em projectos apoiados pela Comissão Europeia.

«São programas financiados pelo 7º Programa-quadro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico da União Europeia, focados neste tema da ‘Internet do Futuro’ e que, portanto, abre oportunidades não só de financiamento mas também de colaboração com entidades de ponta, quer empresas quer grupos de investigação a nível europeu», explica Luís Magalhães, Presidente da UMIC.

Para o Ministro da Ciência, Portugal está preparado para se envolver e contribuir no desenvolvimento do sector das TIC. «Este sector é um sector muito interessante. Portugal, penso que está relativamente bem posicionado nestes sectores pelas capacidades científicas que tem nas Universidades, que desenvolveu, pelas alianças que tem universitárias não só dentro da Europa, mas sobretudo, com os EUA e pelo facto de ter hoje uma comunidade científica que está quer no sector público quer no sector privado e que circula entre o sector público e o sector privado de uma forma que é bastante inovadora dentro do contexto nacional», explica Mariano Gago.

Uma capacidade que é o resultado das parcerias com as instituições norte-americanas. «E Portugal mercê, por acaso, de uma opção que foi feita anteriormente à escolha desta parceria público-privada da UE, mercê basicamente das parcerias internacionais com a Carnegie Mellow University, com o MIT, com a Universidade do Texas em Austin, principalmente, acabou por ter projectos em curso que até já estão a ter resultados muito interessantes nestas áreas. Porque estas áreas foram uma parte substancial das prioridades escolhidas para esses Programas e, portanto, está numa condição muito favorável para cavalgar uma nova onda de inovação no momento em que ela é assumida como prioridade a nível da UE», refere o Presidente da UMIC.

A ‘Internet do Futuro’ vai interferir cada vez mais com o nosso modo de vida e há mesmo uma perspectiva que a torna no suporte de todo o desenvolvimento tecnológico.

«A internet vai ser o sistema nervoso da sociedade no futuro», afirma Mário Campolargo e adianta que «isto pode parecer um pouco genérico mas se nós pensarmos que a comunicação de veículo a veículo pode-lhe garantir que haja uma segurança maior nos nossos sistemas de transportes, que as horas perdidas em filas de carros por toda essa Europa podem ser diminuídas se tivermos um planeamento maior, se tivermos uma distribuição por todo o lado de sensores que nos permitam conhecer as condições atmosféricas, as condições de trânsito, as alergias, etc. Nós começamos a ver que vamos criar, à volta desta Internet do Futuro, uma plataforma de dados que uma vez utilizados de uma forma contextualizada e integrada nos permitem fazer um planeamento da nossa vida com muito mais racionalidade e com muito mais inteligência».

A ‘Internet do Futuro’ é para alguns considerada um dos motores do desenvolvimento económico e transformadora do actual modelo da vida social e dos negócios.

Fonte: Tv Ciência



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