Inovação: Taxa Zero para a Inovação
Março 11, 2011 by Inovação & Marketing
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Perguntas e Respostas
1. O que é a Taxa Zero para a Inovação?
A Taxa Zero para a Inovação é uma medida dirigida às PME inovadoras e às jovens empresas (start ups) que invistam em investigação e desenvolvimento, que isenta estas empresas do pagamento de taxas e emolumentos devidos por actos praticados por serviços da administração central do Estado, directa e indirecta como, por exemplo, as taxas e os emolumentos envolvidos no registo da vida da empresa ou na autorização e instalação de uma fábrica.
2. Qual o objectivo da Taxa Zero para a Inovação?
A Taxa Zero para a Inovação é uma das medidas que faz parte da Iniciativa para a Competitividade e Emprego que foi recentemente aprovada pelo Governo e tem como objectivos reduzir os custos de contexto e os encargos administrativos para as PMEs inovadoras e para as jovens empresas (start ups) que apostem na investigação e no desenvolvimento.
3. Quais são as empresas que estão abrangidas pela Taxa Zero para a Inovação?
Estão abrangidas as PMEs que tenham essa certificação conferida pelo IAPMEI que, nos últimos três exercícios económicos (por exemplo, 2008, 2009 e 2010), reúnam as seguintes condições:
i) Realização de despesas de investigação e desenvolvimento;
ii) Manutenção ou aumento do número de trabalhadores no seu quadro de pessoal;
iii) Aumento do volume negócios em valor médio igual ou superior a cinco por cento nos três exercícios económicos.
Estão ainda abrangidas as jovens empresas (start ups) que apostem na investigação e no desenvolvimento.
4. Que taxas e emolumentos estão abrangidas pela Taxa Zero para a Inovação?
A Taxa Zero para a Inovação isenta as PMEs inovadoras e as jovens empresas (start ups) que apostem na investigação e no desenvolvimento do pagamento de diversas taxas e emolumentos cobrados por actos praticados pelos serviços da administração central do Estado, directa e indirecta que estejam relacionadas com a sua actividade económica, como, por exemplo:
i) Registos comerciais da vida da empresa como, por exemplo, os registos da nomeação de um gerente ou de um administrador da sociedade;
ii) Registos prediais da vida da empresa como, por exemplo, o registo da compra de um imóvel que seja a sede da empresa;
iii) Registos da frota automóvel da empresa;
iv) Registo da marca ou da patente da empresa;
v) Taxas envolvidas no licenciamento de uma actividade industrial como a apreciação do pedido de autorização e instalação de uma fábrica;
vi) Taxas cobradas pelos serviços de segurança contra incêndio em edifícios prestados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil;
vii) Taxas cobradas pelos serviços prestados pelo Instituto Português da Qualidade para controlo dos instrumentos de medição como, por exemplo, balanças ou bombas de gasolina;
viii) Taxas cobradas pela ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social para que uma empresa que detém uma publicação periódica possa começar a vendê-la ao público;
ix) Taxas cobradas pelos serviços prestados pela Autoridade Marítima Nacional que envolvam, por exemplo, a construção de embarcações;
x) Taxas cobradas pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres que envolvam, por exemplo, a autorização para o transporte de mercadorias perigosas.
5. Qual o montante que as empresas abrangidas por esta medida podem poupar com esta medida?
Com esta medida, estima-se que estas empresas possam poupar, no total, cerca de três milhões de euros. E que cada empresa possa poupar até mil euros por ano.
6. Quantas empresas vão ser abrangidas por esta medida?
Estima-se que esta medida abranja cerca de 1000 empresas por ano.
7. Quando entra em vigor a medida hoje aprovada?
Tendo em conta os calendários do processo legislativo e os desenvolvimentos informáticos que são necessários realizar para implementar esta medida, prevê-se que a mesma entre em funcionamento no 2.º semestre deste ano.
8. A isenção de taxas e emolumentos ao abrigo da Taxa Zero para a Inovação abrange taxas cobradas pelas autarquias?
Não. Na primeira fase desta medida, apenas está previsto que estejam abrangidas as taxas e emolumentos cobrados por actos praticados pelos serviços da administração central do Estado, directa e indirecta.
Para que, no futuro, também possa haver isenções de taxas cobradas pelas autarquias, é necessário apresentar uma Proposta de Lei na Assembleia da República.
9. Esta medida abrange a isenção de taxas fiscais e de segurança social?
Não. No actual cenário de controlo orçamental não é possível isentar as empresas de taxas fiscais e de segurança social.
10. O Governo vai tomar mais medidas de simplificação e de redução dos custos de contexto, com o objectivo de para promover a competitividade e o emprego?
Sim. Brevemente, serão tomadas outras medidas de simplificação administrativa, nomeadamente através da criação de um programa Simplex Exportações, especialmente dedicado às empresas exportadoras.
11. Esta medida constitui um exercício isolado de redução de custos de contexto para as empresas?
Não. Estas medidas inserem-se num conjunto muito vasto de iniciativas de simplificação que visam reduzir custos de contexto para as empresas, favorecendo a criação de riqueza e de postos de trabalho.
Recentemente, foi simplificada a constituição de sociedades por quotas e sociedades unipessoais por quotas, com a eliminação da obrigatoriedade de um capital social mínimo – que era de 5000 mil euros – e que passou a poder ser livremente definido pelos sócios. Com esta iniciativa, foi também eliminada a necessidade de depositar, no momento da constituição da sociedade, o capital social, podendo as entradas financeiras ser entregues nos cofres da sociedade até ao final do primeiro exercício económico.
No âmbito do programa Simplex, foram eliminadas formalidades desnecessárias, sem qualquer valor acrescentado, simplificados procedimentos e disponibilizados novos serviços em regime de balcão único, presenciais ou através da Internet.
Assim, tornaram-se facultativas as escrituras relativas a diversos actos da vida dos cidadãos e das empresas, reduziram-se prazos e desmaterializaram-se procedimentos para iniciar uma actividade industrial, disponibilizaram-se serviços através da Internet, como a Empresa Online, a Informação Empresarial Simplificada (IES), ou as certidões permanente do registo comercial e predial, e abriram-se balcões únicos como a Empresa na Hora e o Casa Pronta, apontados no relatório Doing Business 2011, do Banco Mundial, como reformas de sucesso, que contribuíram para melhorar a posição de Portugal no ranking que avalia o ambiente de negócios.
12. Estas medidas Simplex têm sido muito utilizadas?
Sim. Os indicadores demonstram o sucesso destas medidas Simplex.
Até 31 de Janeiro de 2011:
a) Mais de 104 987 empresas criadas nos balcões Empresa na Hora, com um tempo médio de 35 minutos. Hoje, 64% das empresas são criadas nos balcões Empresa na Hora;
b) Mais de 17 000 empresas criadas online, em www.portaldaempresa.pt. Actualmente, 24% das empresas são criadas através do serviço Empresa Online;
c) Mais de 1,5 milhões de informações empresariais simplificadas (IES) enviadas desde 2007. De 1 de Janeiro a 31 de Outubro de 2010, a IES recebeu 386 712 declarações, mais 37 862 que em todo o ano de 2009;
d) Mais de 1,7 milhões de Certidões Permanentes do Registo Comercial emitidas;
e) Mais de 3,7 milhões de Certidões Permanentes do Registo Predial emitidas;
f) Mais de 202 000 procedimentos realizados aos balcões Casa Pronta.
Fonte: Portal do Governo
Marketing: Os sectores mais atractivos para investir este ano no Imobiliário
Março 10, 2011 by Inovação & Marketing
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O retalho, os hotéis ‘low cost’ e as residências para estudantes e séniores são as melhores apostas em 2011.
Portugal e, especialmente, Lisboa, estão fora do radar dos investidores estrangeiros que aqui encontram poucas oportunidades de negócio. Esta é uma das conclusões do estudo ‘Emerging Trends in Real Estate Europe 2011′ que reúne opiniões de cerca de 600 especialistas das maiores empresas de imobiliário do mundo.
Razões para esta quebra de interesse? Simples. Jorge Figueiredo, ‘partner’ da PricewaterhouseCoopers (PwC), a responsável por este estudo juntamente com a Urban Land Institute (ULI), explica que “Portugal acaba por ser tratado em conjunto com outros países periféricos, como Grécia, Itália, Espanha e também Irlanda, que têm estado associados a maiores crises financeiras, devido aos elevados níveis de dívida pública e privada aos riscos inerentes aos cenários de crise conhecidos”.
O consultor refere ainda que, no que respeita a perspectivas de promoção imobiliária, o estudo coloca Lisboa em 23º lugar num ‘ranking’ de 27 cidades europeias. Uma queda de cinco posições em relação ao ano passado que deixa Portugal no fim da tabela, juntamente com Barcelona, Madrid, Atenas e Dublin. Mas há mais. Na lista das cidades com maior potencial para novas aquisições, Lisboa cai também cinco lugares, ocupando agora a 25º posição num mesmo ‘ranking’ de 27 cidades. E, na tabela relativa ao desempenho dos investimentos em carteira, a queda foi ainda maior – de oito posições em relação ao ano anterior – estando Lisboa agora em 24º lugar, ou seja, no final da tabela em qualquer um dos ‘rankings’ realizados neste estudo.
A crise, a dívida pública, a quebra no consumo e o desemprego são apontadas pelos entrevistados como as principais causas para estes resultados. “No que toca aos países impopulares temos Itália, Irlanda, Portugal e Grécia com os seus altos níveis de divida pública ou privada e, em alguns casos, de ambas. Daí que os entrevistados prevejam cenários de crise em 2011 nestes países”, adianta o documento.
Contudo, ainda há algum espaço para os investidores mais corajosos que acreditem na recuperação de Portugal. A compra de activos imobiliários na área do retalho e dos escritórios são os sectores que mais se destacam, principalmente por causa do preço que tende a baixar devido ao fraco desempenho dos centros. “A Europa do Sul está num cenário de poupança e não num cenário gastador” e, por isso, “o retalho vai estar mais lento na ocupação e investimento em novos espaços. Aliás, este foi um sector supra-desenvolvido na última década. E em Portugal alguns ‘shoppings’ estarão numa situação difícil”, alerta um dos entrevistados no estudo.
Outro sector onde podem surgir oportunidades é na reabilitação. “A revitalização de alguns quarteirões antigos ou problemáticos a nível social pode ser uma boa aposta”, tal como a reabilitação urbana de grande escala, que terá mais interesse que a construção nova”. Aliás, são vários os especialistas entrevistados que acreditam que Portugal terá de mudar a sua estratégia de crescimento económico. “Espanha e Portugal têm de deixar de basear as suas economias na construção e procurar outros segmentos “, disse outro dos entrevistados no estudo da PwC.
Dicas dos especialistas para 2011
Concentrar no ‘core business’
Uma das regras de ouro para este ano – e para qualquer mercado ou sector – é manter as empresas focadas em apenas uma estratégia de negócio ou nas melhores cidades, ou seja, não dispersar. De acordo com os especialistas contactados pela PwC e pela ULI, novos projectos só para grandes empresas, com maior possibilidade de risco. Isto porque os bancos não estão a emprestar dinheiro para investimentos especulativos e também não apostam em activos com espaços vazios ou a precisar de obras.
Apostar nos produtos ‘prime’
Na promoção de novos projectos, enquanto os centros comerciais levantam sérias dúvidas, o comércio de rua está, claramente, nas apostas para 2011. Mas, se estiver interessado em comprar activos de retalho, eles terão de ser “‘prime’, ‘prime’ e novamente ‘prime'”, referiu um dos entrevistados. Além disso é preciso acertar no preço, dado que alguns especialistas já consideram que os preços pedidos estão demasiado altos para o produto em venda. Portugal, é visto com um bom país para investir em activos destes.
Escritórios no centro da cidade
A procura de activos ‘prime’ – produtos bem localizados, com boas rendas e com bons inquilinos, que pagam a horas – é válida para todos os segmentos do imobiliário, até habitação ou hotelaria, que não vive tanto das rendas como os escritórios ou ‘shoppings’. Nos escritórios, a tendência aponta para os escritórios de cidade, seja para novos investimentos seja para comprar como activo imobiliário para rendimento. Dizem os especialistas que há dinheiro para estes investimentos, mas convém ter contratos de pré-arrendamento.
Hotéis de duas ou três estrelas
A hotelaria tende a ser um segmento pouco procurado, já que os investidores tendem a evitar “investimentos onde são os outros que definem os resultados”. Contudo, os especialistas contactados ainda econtram oportunidades em alguns mercados, como os hotéis de duas ou três estrelas, dos quais ainda há pouca oferta na Europa. No que respeita a novos projectos, Portugal aparece mais uma vez como país a evitar, mas se for para investimento, os activos existentes podem ser boas apostas.
Residências para estudantes
Os entrevistados pela PwC e pela ULI mostraram-se confiantes com o desempenho do sector residencial, porque, dizem, é um produto de primeira necessidade que vai ter sempre procura. Contudo, concluiu o estudo, se o objectivo é investir em habitação o ideal é escolher produtos de luxo ou então nichos de mercado relacionados, com a habitação, como as residências para estudantes ou para a população sénior. Estes são produtos com uma procura crescente e para os quais ainda é possível arranjar financiamento.
Fonte: Económico
Os primeiros passos do empreendedorismo
Março 10, 2011 by Inovação & Marketing
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A maioria das pessoas já pensou – nem que seja por um único instante – em se tornar um empreendedor. Ser dono do próprio nariz, não precisar dar satisfação a chefes e superiores, ter o controle sobre os horários e quem sabe até ganhar muito dinheiro.
O momento é bastante propício ao que convencionamos chamar de empreendedores por vocação ou oportunidade. A economia em crescimento oferece boas chances àqueles que possuem ideias inovadoras e atitude empreendedora, o que, diga-se de passagem, não se adquire de uma hora para outra.
Um funcionário dedicado não necessariamente será um empreendedor de sucesso. Há diferenças sutis, as quais devem ser pesadas antes de optar por uma carreira solo.
O fim dos benefícios, as receitas flutuantes, o trabalho extra e as frustrações são alguns aspectos inerentes. Por outro lado, a satisfação pelas conquistas tem sabor inigualável.
Preparo
Uma vez decidido, sugiro iniciar pela capacitação. Enganado está quem imagina que empreender não exige preparo. Controlar o caixa, negociar as compras, controlar as vendas e o nível de estoques.
Entrevistar, contratar, treinar, demitir e motivar. Planejar, analisar o mercado, os concorrentes e fazer contatos são algumas das atividades da nova função.
Existem diversos cursos e treinamentos promovidos por órgãos como o Sebrae, os quais poderão auxiliá-lo, encurtando o caminho, antecipando barreiras e fornecendo preciosas dicas.
O passo seguinte está na coleta de informações, tais como: perfil do público-alvo, necessidades não atendidas, produtos e serviços oferecidos, concorrentes e fornecedores, auxiliando na definição do foco do negócio.
Análise
A próxima etapa consiste em compreender o mercado. Procure informações sobre seu potencial, crescimento, nível de concorrência, oportunidades e ameaças. Câmaras setoriais, associações e publicações especializadas poderão ajudá-lo. Considere também algumas reuniões ou entrevistas com profissionais do mercado.
É hora de consolidar e ordenar as informações obtidas com o plano de negócios, essencial para qualquer empreendimento.
Será este documento que apresentará sua viabilidade, por meio de projeções de faturamento, custos e despesas.
Aprovado o plano, é hora de formalizar o seu negócio. Creio que não deseje atuar na informalidade depois de tanto trabalho.
Criar um nome, consultar sua disponibilidade, registrá-lo, emitir as primeiras notas, recolher os impostos e fazer a contabilidade são aspectos que podem ser terceirizados a um contador de confiança.
Equação
Por fim, sugiro aos novos empreendedores a seguirem a equação: sucesso = I + P + A + S, que significa informação, planejamento, atitude e suor. Afinal de contas, liberdade, autonomia e satisfação também tem seu preço.
Fonte: Jornal Mogi News
Marketing: Antropóloga aponta tendências de comportamento e estilo de vida para mulheres
Março 10, 2011 by Inovação & Marketing
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A antropóloga Ligia Krás, dá algumas pistas.
Pergunta — A curto prazo, no campo da moda, do consumo e, consequentemente, do estilo de vida, quais as principais tendências observadas para as mulheres hoje?
Ligia Krás — Na moda, a tendência é cada vez menos apontar cartelas de cores e tecidos e estilos, porque as mulheres não obedecem mais fielmente isso de seguir “a cor da estação”. A moda hoje é livre, é mistura de estereótipos, é quebra de rótulos, o moralismo não se aplica mais ao mundo da moda — e essa é cada vez mais uma tendência. As pessoas querem ver atitudes, cultura, histórias e comportamento sendo expressados na moda, não há mais lugar para apontamentos vazios. O que justifica que o amarelo e o marrom vão estar na moda no outono, mas não no inverno? É vazio, não tem argumento, moda sem argumento não tem mais espaço para mulheres inovadoras.
Já na área do consumo, o consumo sustentável tem sido movido principalmente pelas mulheres, que cada vez mais tendem a ficar de olho nas empresas e iniciativas relacionadas a contenção de água, reciclagem de plástico, economia de luz, e cada vez mais, produção sustentável na moda, com reutilização de tecidos e roupas usadas por exemplo.
Quanto ao estilo de vida, as mulheres cada vez mais estão apostando no resgate da interação real, do olho no olho. Isso não significa abolir o virtual, a internet ou as redes sociais, mas estabelecer limites para si próprias, seus filhos e os que as rodeiam, visando promover um contato real, vivências e experiências que possam ser compartilhadas e lembradas para sempre.
Pergunta — O consumo de produtos com tecnologia sustentável é uma das tendências que deverão perdurar a longo prazo?
Ligia — Sim, é uma tendência que deve perdurar, mas é importante destacar que não o consumo da ideia sustentável, isso de estampar em qualquer produto “reuse, recicle e reutilize” e as pessoas comprarem sem analisar se aquilo realmente tem uma proposta sustentável, o histórico da produção, a quem vai beneficiar… Isso não vai mais acontecer. O que se observa, principalmente no consumo das mulheres, é uma fiscalização cada vez maior em relação a isso. Se a empresa ou marca tiver adotado um discurso enganador a tendência ao boicote é ainda maior.
Pergunta — Há quartos de hotel e acessórios de carros feitos para agradar às mulheres. Contudo, na sua opinião, a tendência aponta para produtos e serviços pensados especialmente para mulheres ou, ao contrário, para uma segmentação mais específica, para além da questão de gênero?
Ligia — O que eu poderia dizer é que não observo as mulheres querendo o tempo todo coisas feitas para ela. Isso porque em algumas dessas produções acaba-se reproduzindo estereótipos que não condizem com o pensamento da mulher contemporânea, como por exemplo de tudo ser cor-de-rosa ou com traços que remetem ao sexo “frágil”. A mulher não quer ser tratada com diferença. O homem tem produtos feitos pra ele? Não. Porque a mulher teria que ser vista como um “segmento”? Uma coisa é você adequar necessidades específicas, por exemplo, as mulheres precisam de calças jeans com quadril arredondado, maior, etc. As mulheres precisam de remédios que aliviem cólicas menstruais, etc. Mas criar laptop pra mulher, carro pra mulher, não me parece que é o tipo de coisa que está na mira de mulheres.
Pergunta — Quando pesquisam tendências, como vocês pensam e subdividem o público feminino? Por faixa etária, afinidades, classe social ou que outros quesitos? Enfim, quais são os grupos de mulheres que se impõem hoje por compartilharem demandas e expectativas similares?
Ligia — Quando se pesquisa tendências, está acima de tudo pesquisando o comportamento humano. No caso das mulheres não é diferente. Hoje em dia existem pessoas que não gostam da palavra “tendência” por ela ter sido muito tempo equivocadamente associada a coisas passageiras, futilidade e frivolidade. O que pesquisamos e traduzimos na palavra tendência são hábitos, atitudes, aspectos culturais e comportamentais das mulheres. Temos hoje uma demanda grande de trabalhos cujo perfil principal de investigação são as mulheres, dessa forma pesquisamos mulheres dos mais diferentes perfis, classes sociais e faixas etárias. Todas nos interessam e são analisadas. Para alguns trabalhos, buscamos nos guiar pelo comportamentos das mulheres mais inovadoras, que estão assumindo comportamentos ainda pouco observados na sociedade,mas que acreditamos que tendem a se disseminar. Em outros queremos conversar com aquelas que compoem a grande maioria da sociedade brasileira, por exemplo, observar seu cotidiano, suas motivações e hábitos.
Pergunta — Celebridades servem hoje como parâmetro e garotos-propaganda de produtos e estilo de vida: o que vestem, o que comem, a dieta que seguem, onde passam as férias, o nome com que batizam os filhos etc. Quem mais dita tendências hoje para as mulheres? E no futuro quem mais deverá ocupar esse lugar?
Ligia — Quando voce pergunta “quem” dita as tendências me vem na cabeça uns 10 nomes e cada uma dita tendência para um tipo de mulher diferente.Essa onda de it girls como Alexa Chung, que é quem muitas pessoas acham que deveriam ser a eleita para essa pergunta, já está passando, se já não passou. Eu particularmente me sinto muito mais representada pela Edie Sedgwick nesse papel de “it girl” quando o assunto é moda e atitude do que por Alexa — e certamente vai ter alguma outra mulher que irá sugerir um terceiro nome e assim vai. Quem mais dita tendências para as mulheres hoje são elas mesmas, são as certezas que tem de sua capacidade, a busca pela inovação, as celebridades são elas. Bem, futuro? O futuro aqui vem com uma frase do passado bem feminista, de Simone de Beauvoir e real cada vez mais “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. É isso que observamos cada vez mais, o mundo inteiro fez alarde por Lea T. mas a realidade é que cada vez mais se observa a diminuição da fronteira entre os sexos. O passado foi dos homens, o presente é das mulheres, acredito e espero que o futuro seja da humanidade.
Fonte: Clicrbs
Marketing: A escola mais difícil de entrar no mundo
Março 10, 2011 by Inovação & Marketing
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O Indian Institute of Management-Ahmedabad está no 11º lugar do ranking dos MBA do FT.
Se olharmos para os ‘rankings’ de escolas de negócios do “Business Today” e do “The Economist”, deparamos com uma realidade talvez inesperada: o Indian Institute of Management, Ahmedabad (IIM-Ahmedabad), da Índia, é a escola do sector onde é mais difícil entrar, com uma concorrência feroz pelos poucos lugares que abrem por ano. No ano passado, dos quase 1600 alunos que foram pré-seleccionados para entrevistas pessoais de admissão, apenas 400 conseguiram entrar. Isto sem contar com o ainda maior número de alunos que enviaram a candidatura mas não foram escolhidos para ser entrevistados. No ‘Global MBA Ranking’ do Financial Times de 2011, o IIM-Ahmedabad aparece no 11º lugar.
Fundado em 1961, o IIM-Ahmedabad foi criado depois de um grupo de industrialistas, liderados por Vikram Sarabhai (considerado o “pai” do programa espacial da Índia), ter decidido que áreas como agricultura, educação, saúde, transportes, controlo populacional, energia e administração pública eram elementos vitais numa sociedade em desenvolvimento e era necessário interligá-los de uma forma fluida com o mundo industrial. Desta ideia nasceu o IIM-Ahmedabad, que se considera não tanto uma escola de negócios “clássica”, mas antes uma escola de gestão, adoptando o método de apresentação de casos da Harvard Business School, com a qual colaboraram intensamente nos seus primeiros anos).
A escola beneficiou também com a liberalização e globalização da economia indiana que se registou no início dos anos 90, que levou a um aumento considerável no número de candidatos por ano.
A forte maioria (95%) dos alunos que entraram no IIM-Ahmedabad no ano passado são engenheiros, numa tendência que tem vindo a aumentar. Por outro lado, o número de mulheres desceu de 19% para 11%. A direcção da escola recusa, no entanto, que haja qualquer acção deliberada para tentar criar um corpo estudantil pré-determinado.
Um aluno internacional que queira tirar uma pós-graduação no IIM-Ahmedabad tem de começar por não apenas passar, mas ter muito boa nota no Common Admission Test (CAT) da escola, para entrar numa lista de alunos pré-seleccionados para depois viajar para a Índia para uma entrevista presencial. Só após esta entrevista é que a administração do IIM-Ahmedabad decide ou não se quer admitir o aluno.
No que diz respeito a custos, a escola de negócios indiana prevê gastos de cerca de 13 mil euros por ano, nos quais se incluem as propinas, os materiais escolares (especificamente, todos os alunos têm de ter um computador pessoal e uma impressora) e o alojamento.
Adicionalmente, os alunos internacionais terão de ter sempre em conta custos como a viagem, alimentação ou vestuário.
Fonte: Económico