Marketing: Crescimento de África iguala a China
Abril 2, 2011 by Inovação & Marketing
Filed under Notícias
A aposta genérica em África está no potencial de crescimento, conferindo às empresas europeias e dos EUA uma defesa perante a excessiva exposição às compras da China.
África mantém-se como uma das melhores regiões do mundo a nível de crescimento potencial. Os recentes conflitos no Magrebe arrefeceram algumas expectativas, mas não afastaram os investidores que pretendem ganhos vigorosos. No mercado esteve a afazer-se a selecção entre os investidores cautelosos, e esses já trocaram fundos sobre África por fundos sobre mercados maduros, e aqueles investidores que querem continuar a ter alternativas de crescimento rápido.
O continente africano atrair dois “drivers” excepcionais: o petróleo e a China. Este grande país é um parceiro dos projectos africanos e esta geografia é uma “porta aberta”para entrar em alguns negócios na China. Todos os investidores, com destaque para os chineses, conhecem os riscos políticos associados a estes mercados, assim como o risco da inflação e das alterações legais abruptas, para além das flutuações cambiais da zona que não têm a moeda indexada ao euro ou ao dólar.
As alterações políticas recentes no Magrebe vão possivelmente permitir que alguns desses países entrem no “clube” das democracias, o que a prazo lhes abre as portas de grandes investidores internacionais e potencia o crescimento dos negócios de forma mais transparente. Os investidores têm mantido uma recomendação de prazo de permanência nesses países entre os três e os cinco anos, um período adequado para comportar a previsível volatilidade.
Economia
Para 2011 é plausível esperar que a economia global continue a crescer acima dos 4%, depois dos mais de 4,5% registados em 2010, refere uma recente análise da IG Markets. Embora seja provável que o contributo das economias desenvolvidas, nomeadamente dos EUA, seja porventura superior ao que foi este ano, no qual os mercados emergentes assumiram mais uma vez um papel decisivo para o crescimento do produto global incrementando o seu peso específico na criação de riqueza no mundo.
Os EUA são economia ocidental onde as perspectivas serão mais animadoras fazendo fé no voluntarismo demonstrado pelo seu Governo e autoridades monetárias. O “Quantitive Easing II” assegura 600 mil milhões de dólares na compra de títulos de dívida nos próximos seis meses garantindo a manutenção de taxas de juro em níveis historicamente baixos, o que se poderá comparar a um corte na “Fed Funds” de entre 0.25% a 0.5%. No mesmo sentido, a extensão do pacote fiscal da era Bush promete devolver cerca de 960 mil milhões de dólares aos contribuintes nos próximos dois anos. Estes dois factores serão seguramente razões a considerar dado o efeito positivo que terão na maior economia do mundo, nomeadamente no lado da procura o que representa mais de 2/3 do seu produto. Em 2011 a IG Markets espera assim um crescimento da economia norte-americana mais de acordo com o seu produto potencial, ou seja 3-3.5%.
Na realidade, escreve a corretora, “com excepção de alguns países periféricos, como Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda onde o ambiente macroeconómico permanece, no mínimo, desafiante será provável continuarmos a assistir a uma normalização dos mercados financeiros com consequente redução dos prémios de risco o que beneficiará os activos de risco em detrimento da dívida pública”.
A tese de ressurgimento da economia norte-americana poderá sair reforçada por um fenómeno adicional e que se prende com a retenção na economia dos Estados Unidos da massa monetária criada evitando assim a exportação para os mercados emergentes desses recursos. “A confirmar-se esta alteração poderemos assistir a um refluxo de capitais dos mercados emergentes para as bolsas ocidentais, com especial ênfase nos EUA, e que poderá resultar numa actividade importante de M&A de empresas emergentes sob empresas europeias e norte-americanas”.
Continuam: “Mesmo assim continuamos positivos nos mercados emergentes considerando a conjuntura macroeconómica e de bónus demográfico extremamente favorável que atravessam, onde o caso mais evidente é o Brasil. As “commodities” continuam igualmente a gozar de um cenário favorável tendo em conta o crescimento registado nos países emergentes, i.e. China, cuja economia é bastante dependente de matérias-primas. Ao nível dos activos tradicionais as acções apresentam em nossa opinião a melhor relação de risco/retorno em detrimento das obrigações. No mercado cambial, o principal cross (EURUSD) deverá negociar em range 1.2-1.4 ao passo que as moedas-commoditiy deverão seguir a tendência de valorização registada em 2010.
Fonte: Oje – o Jornal Económico
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